30 de março de 2011

Voltando ...

Esses dias recebi a feliz notícia de que uma das minhas melhores amigas está pra ficar noiva, “que lindo!” Era o que eu dizia, o que ela disse “amiga, quer parar de falar que lindo, eu ainda não consegui parar pensar em tudo!” ela pediu pra eu não comentar com ninguém, lógico que só estou comentando comigo mesma nesse momento, e depois que ela anunciar eu vou postar isso aqui. Claro que se eu quero ser a madrinha, é obvio que eu tenho que manter a política dos segredos entre amigas. Além do que, fui à primeira, depois dela, a receber essa maravilhosa notícia. Esses dias, eu estava de TPM, aproveitei uma das incursões do meu pai na nossa antiga igreja, para rever minhas amigas, tinha meses que eu não as via. Só me esqueci de um pequeno detalhe, todas elas com meses ou anos de namoro a mais que eu, estavam planejando e arquitetando os seus casamentos. Jesus santíssimo! Me deprimi! Elas falavam de decoração de igreja, potes de plástico, dos tijolos da construção, do preço absurdo das pedras, dos lençóis do enxoval e dos panos de prato, quando a Michele tirou de dentro da sua bolsa o pote perfeito com detalhe vermelho que ela procurou por meses, eu quase desmaiei, aquilo era mesmo necessário? Quero dizer, eu me arrepio só de pensar que esse dia vai chegar e que eu vou ter que comprar potes que sejam os perfeitos e comparar preços de baixelas que sejam minha cara e duvido categoricamente que exista uma baixela com a minha cara, gosto da minha cara no lugar dela, não existe um jeito mais fácil de fazer tudo? Quero dizer,  ( de novo), um jeito menos assustador? Não existe um jeito menos complicado? Temos mesmo que passar por todos os tramites legais? Torna se mesmo necessário que mostremos á sociedade os nossos potes? Ai Jesus! ... E eu á anos luz dessas conclusões, me senti um peixe fora d’água, nem quando estava solteira me senti tão perdida quanto naquele dia, minha cabeça girava só de pensar no vestido, nos convidados, na música, antão me vieram duas coisas reconfortantes á mente, meu noivo e champanhe, nessa mesma ordem, primeiro os olhos fixos do noivo enquanto eu deslizava entre os convidados e os potes.. lutando avidamente pra chegar até o altar, depois uma garrafa de champanhe, bolinhas de espuma no meu nariz, eu achando a maior graça, o noivo rindo ao tirar a taça da minha mão, me puxando pra dançar no meio do salão, na dança dos noivos, então meu pai chega com a minha mãe, desta vez dentro do que chamamos de realidade cabível e aceitável, pra não dizer inconcebível, como se tivessem visto meu pavor, me tiraram daquele mar de potes de cozinha e flores pra ornamentação. Dentro do carro, voltando pra nossa atual igreja, eu fiquei imaginando com quem eu partilharia todos os potes que eu pudesse comprar, um noivo era a imagem que eu via através do vidro do carro. Meu pai saiu do carro e entrou na nossa igreja, eu fiquei. Eu precisava chorar, todos aqueles potes ficaram agarrados na minha garganta, se eu não chorasse eu certamente teria uma overdose de potes, no meio do drama, tentei me recompor, pensei, como as duas coisas eram inviáveis acabei soluçando, e passados 10 minutos, eu parei de pensar nos potes, desde então venho engolindo só o choro, Então num dia eu lhe faço uma pergunta: Sou iniciante nisso, pode ser que esteja apavorada a toa por que afinal, não sei distinguir o que é uma briga do que é uma divergência de opiniões e por Deus, não sei como me comportar, às vezes me sinto tão perdida e infantil. Então encho meus dias de música, livros, televisão, arrumo gavetas, lavo as roupas, os pratos, a alma e  fico com medo. Meu Deus como fico com medo. O que é isso? A Mi disse que isso é absolutamente normal, assim como a insegurança que às vezes nos assalta, no meu íntimo eu pensei: “meu coração burguês e boêmio não vai agüentar essas emoções fortes!” perguntei-me agora por quanto tempo vou me sentir assim, a única coisa que percorre a mente é o pra vida toda e, no entanto, não quero que seja assim. Diferente das mulheres que conheço, eu não me preparei pro casamento, eu sonhava, quando menina, e planejava ser a executiva bem sucedida e solteira, considerava também ser mãe solteira, pisava em qualquer individuo do sexo masculino que quisesse me cortejar, Aiaiaiai, eu como Juliane que sou, deveria saber o que fazer, mas não sei, e as famosas soluções que eu sempre me gabava de ter, não se aplicam a isto, visto que estou completamente á mercê do amor. Só o amor terá as respostas que eu procuro. Vê? Não consigo deixar o medo me intimidar, nem as dificuldades, a insegurança parte pra uma briga intensa e eu venço. Sabe por que eu venço? Porque foi pra isso que me criei, me projetei lá no início, enquanto brincava com as bonecas de ser a dona da empresa, eu me planejava pra vencer. E é isso que eu vou fazer. Ou isto dá certo ou será imperdoável. Não me permito falhar, não que diz respeito a minha vida. Por que ela é incrivelmente única e admirável.  E é tudo tão incrivelmente novo pra mim, não me justifico, não, mas a vida que se segue depois que perdi meus saltos é tão diferente que estou custando a me adaptar, pode ser que haja conflitos entre meu eu anterior e meu novo eu, então tudo que peço é um humilde pedido de desculpas, reconheço que posso ser detestável às vezes e também peço compreensão, pois sei que estou caminhando para algo melhor. Poxa! Acabei por escrever três páginas, bom, quanto ás minhas amigas, eu as amo, não é nada pessoal, é entre os potes e eu! Quanto aos potes, espero que não me sufoquem antes da hora e quando a hora chegar, espero que sejam muito bem vindos, quanto a o noivo? Caso com você se você pedir. Muito embora espere que me peça em casamento de preferência todos os dias pro resto de nossas vidas! Quanto a mim mesma, às vezes acho que sou louca, mas sou apenas eu, e quanto a este blog e a vocês, espero que aproveitem, e faço das minhas expectativas matrimoniais a substância combustível para continuar tendo enredo em minha vida pra uma vida repleta de potes perfeitos. (Deus me livre!)

Bjus bjus!