30 de maio de 2013

5 minutos & Cartas de amor proibido

Bom, vamos lá, 00:24h é a hora que eu finalmente saí da posição estática. Sim, fiquei 5 dias estática e meia hora olhando pra essa tela vazia que você está vendo bem aí. Acontece que escrever sem inspiração é uma tarefa muito dura, é como mastigar uma lixa, e não, eu nunca mastiguei uma lixa. Eu queria falar inicialmente sobre Mariana Alcoforado. Conhece? Eu também não conhecia até sexta- feira passada (24/05/2013). Acontece que eu tenho uma queda "romântica piegas feat Carrie Bradshaw" por livros de biblioteca com cheiro de coisa antiga, fico imaginado quem já leu aquele mesmo livro que tenho em mãos e ás vezes tenho vontade de colocar bilhetes no interior dos livros que alugo, sabe, pra posteridade. Mas enfim, voltando, eu fui à biblioteca com o intuito de achar um livro que me explicasse coisas sobre o amor e sobre como usar o coração, e não me estranhem, isso é um ponto na questão pra uma pessoa racional. Chegando lá, a mocinha que fica por conta da consultoria tinha faltado, uma lástima, então fui olhando sem muita esperança pelas prateleiras, e me dei de cara com esse livro em particular: "A maior paixão do mundo- A história da freira Mariana Alcoforado e suas cartas de amor proibido" por Myriam Cyr. E não, não me assusto quando a inspiração cai bem no meu colo. Mas acontece que quando você lê uma coisa assim, você imagina, logicamente, que pelo título, a história de amor será linda, emocionante e feliz. Mas o que eu li, bom...

(pausa dramática de 5 minutos)

...Eu ainda não sei descrever o impacto que teve na minha vida, mas as palavras de amor desesperadas de uma Mariana, fizeram com que eu virasse uma página pessoal, e mais, cheguei à conclusão que todas nós mulheres um dia também fomos Mariana Alcoforado, mesmo que por 5 minutos.
Um breve sobre Mariana: Ela era freira, se apaixonou por um Marquês, soldado e francês, que por motivos políticos teve que abandoná- la sem explicações. Mariana louca de amor lhe escreve 5 cartas em 5 momentos declarando um milhão de coisas apaixonadas, magoadas, feridas. Acontece que me vi em Mariana, vi suas palavras de mais de 100 anos ecoando em mim, no que sinto, no que vivi. E vi minha visão sobre o amor mudar tanto que as pessoas a minha volta perceberam que alguma coisa borbulhava dentro de mim.
Sabe aquele momento que você muda irreversivelmente? Posso dizer que de sexta para segunda eu não sou a mesma. Mas não quero falar de mim, falarei de Mariana, Mariana freira que enfrentou os tabus da sua época, Mariana cujo dados históricos mostram que nunca viu o amor além do amor que Chamilly lhe dedicou, Mariana que arriscou perder sua reputação e sua sanidade por um homem que a deixou. Uma Mariana que lutou por um amor impossível, quero acreditar que a maior paixão de Mariana não era por Chamilly, mas pelo próprio amor. Mariana amou o amor, ela descobriu que não importava o que pudesse acontecer, ela lamentava por Chamilly tê- la abandonado, mas preferia mil vezes sofrer por amor, por ter sentido e por sentir amor, do que nunca ter descoberto as doçuras do próprio. Eu não sou uma das melhores defensoras do amor e das coisas e decisões do coração, mas acho que vale a pena dizer que amar é bom e todos precisam sentir isso, nem que seja uma vez na vida, mesmo que por 5 minutos. Não se sabe o que Chamilly pensava, ele escreveu apenas uma carta irrisória para Mariana, carta que ela disse que preferia jamais ter recebido. Se ele a amou além da cama onde foram amantes, jamais saberemos, se ele pensou nela em cada minuto da sua vida ou se ele se preocupou alguma vez que os boatos sobre o romance a pudessem arruinar, isso não saberemos nunca, mas vou fazer das palavras finais da autora as minhas próprias:

"Aqueles que a enterraram não sabiam que, por mais que tentassem fazer com que Mariana desaparecesse, suas palavras sobreviveriam à difamação, à especulação, ao anonimato e à controvérsia. Continuam a transmitir uma dor que ecoa em todas aquelas que esperam em vão pelo retorno de um amado. Suas cartas mostram que podemos até chegar às estrelas, mas, nas questões do coração, nada muda." Myriam Cyr

(mais 5 minutos pensando em como finalizar)

As cartas não valem serem transcritas aos pedaços, valem ser lidas por inteiro, engolidas pela alma de que as lê, vele serem absorvidas pelo coração, servem de consolo, alento, alerta, mudam as pessoas. A mim ensinou a ser responsável pelo que cativo nos outros, ter fidelidade com as minhas palavras e ações, me ensinou a grandeza e a humanidade de um coração que pode tomar decisões, por hora eu apenas aprendi que posso,  espero em breve agir de acordo.

Segue uma Juliane compacta numa noite fria, finalizando um texto ás 01:11h da madrugada.

Bjus BJus

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