7 de abril de 2017

As pessoas ficaram loucas ou eu que fiquei careta?



Até seis meses atrás, era muita falta de respeito mostrar um cadáver, ou alguém mortalmente ferido, ou expôr vítimas, tenho certeza! Hoje, quando abro meu Facebook, vejo foto de gente morta, nos maiores veículos de comunicação, vejo pessoas compartilhando notícias desse tipo, aplaudindo. Onde ficaram os seus limites? Onde ficaram os seus limites? A internet comeu? A sede de status comeu seus limites? 

Na minha cidade, aconteceu um crime bárbaro tem duas semanas mais ou menos, um homem provavelmente muito fora de si, ou muito mau caráter (eu não saberei dizer, porque não o conheci), matou de uma vez só, seus 3 filhos e sua esposa, atentando também contra a sogra, que sobreviveu. Horripilante, não é? (Parei pra respirar fundo), As pessoas próximas ás vitimas, próximas localmente (por que longe de mim caluniar prente de alguém e vizinho de alguém), essas pessoas próximas localmente e oportunamente, tiraram fotos das vítimas e foram repassando pelo WhatsApp. Vazar este tipo de coisa é crime, chama- se crime de vilipêndio. Tirar foto de qualquer pessoa falecida, seja no local do falecimento, IML, seja no enterro, é crime que dá de um a três anos de cadeia. Agora eu tenho que falar o português sério com vocês, por que o ser humano está se tornando esse animal nojento insensível? Como gente, vocês conseguem dormir de noite, sabendo que espalharam a intimidade de alguém? Eu estou ficando velha, não adianta, cheguei nos 30 e agora abracei o direito de ter certos valores que já eram inegociáveis e agora se tornaram absolutos. Como se não bastasse, vilipêndiar uma família, os jornais locais expuseram de forma mais deplorável possível, o estado em que o assassino foi encontrado, ele foi linchado, e estava com as pernas queimadas em carne viva, descascando, pois ele ateou fogo na moradia da família após cometer o crime motivado porque não queria se separar da mulher, a natureza do crime foi banal, porém com um resultado de consequencias hediondas. Eu não vou dizer o que eu penso dele, alias, eu vou sim, se ele estivesse vivo, eu ia torcer pra que se fizesse justiça e ele ficasse muito tempo na cadeia, mas muito tempo mesmo, porque pobre no Brasil, apodrece na cadeia, todos sabem, seja culpado ou não. Mas como ele morreu, o julgamento dele, não pertence mais a esse plano. E eu quero perguntar a cada um, que ler esse texto, o que nos diferencia de um assassino? É o fato de não termos cometido assassinato. Mas se o mesmo ódio que estava nele, quando matou a família, estiver em cada um que comentou nas reportagens sobre ele? O que nos diferenciará dele? Apenas a oportunidade. Porque como vemos em muitas notícias, homens tem assassinado suas famílias e cometido suicídio logo após, por questões financeiras, por que mudou de trabalho e ficou com medo da renda não sustentar a família. Não é o mesmo medo que todos os mortais sentem? De falhar? Medo, sobretudo de não aceitar uma situação, e nem perguntar a opinião de quem está ao lado, o medo, o ódio, o pavor, a horrosidade de não suportar um divórcio, uma separação, tem deixado as pessoas loucas. E eu te pergunto de novo, o que nos separa dessa loucura? Acredite, é uma linha tênue. Minha oração, inclusive por mim mesma, é que Deus nos afaste do horror dos "homens" (e mulheres) motivados pelo mal, não tendo livramento, que Ele nos dê força de caráter pra que o bem triunfe sobre o mal. A quem sempre é totalmente oportunista eu digo que parem. Parem de vilipendiar famílias, um corpo, não é apenas uma casca, um corpo é um templo. Parem de julgar as pessoas só porque vocês podem fazer um pouquinho, bem pouquinho (1%) melhor do que elas fazem. Vamos usar os limites, o bom senso, a bondade e o amor. É um apelo. 

Nenhum comentário: