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28 de agosto de 2017

Crônicas em Série - Aço Líquido



Esse texto é antigo, mas é um dos meus preferidos.


"Meu coração não cabe dentro do peito. É como aço líquido numa caldeira prestes a entornar; revolve minhas tempestades pelos olhos, elas entornam sem pudor. Me agonio e tremo pelo pesar de não ser amor. Meu coração não cabe no peito, é um grito que cabe dentro dele, um sussurro, um vento, o frio solitário. Fecho os olhos, a imagem. Abro os olhos, é só miragem. [Ainda sinto o perfume dele]. Não sei, mas acho que já me esqueci como é o rosto por trás da fumaça, as vezes acho que foi amor, vasculho dentro de mim, nada. Mas dos meus olhos descem cachoeiras, mares, chuvas, lágrimas que eu mal posso controlar. Minha vida não cabe dentro de mim, estou estática, olhando o vazio que você deixou no meu lado de dentro. Levo minha alma vazia pra tomar banho, beber vinho, comer no italiano de sempre. Entro no restaurante muito pequeno, estou feito turista de havainas, vestido e batom vermelho, o cabelo está solto, descedo pelos ombros. Quero estar sozinha mais um momento. O homem com sotaque do sul me pergunta o que eu quero. Quero responder que quero meu coração transbordando, mas acabo pedindo massa e bife à parmegiana com o vinho da casa. A mulher do balcão enxuga um prato lentamente e olha para o pequeno lustre enquanto eu observo cada fotografia antiga da parede, cada quadro, cada grarrafa de azeite. A luz é fraca, aconchegante, e não está um dia frio. Meu coração no entanto, se arrepia, geme. O aço líquido se choca com as minhas vontades e me desespero sabendo que do outro lado da mesa não há ninguém. Percebo o quanto queria alguém. Alguém que não mentisse todas as mentiras, que não beijasse todos os beijos, alguém que não fosse frustrante. Desejei ali uma vida pacata sem os compromissos, agenda cheia, sem teu perfume que era horrível. O vinho chegou, o homem ao lado fala espanhol, está falando de Santiago de Compostela, e percebo que tenho a mania irritante de conversar com todo mundo como se fossem meus velhos e caros amigos de sempre. Isso não é muito decente, por que percebo que eu e você nos tornamos estranhos dentro do mesmo mundo. O homem do restaurante coloca meu prato e o espanhol decide permanecer em silêncio. Olho para o nada novamente na ilusão ingrata de te imaginar. Sinto uma mão no meu ombro: "él no merece la pena, un hombre debe hacer una mujer feliz, teniendo en cuenta que ella es hermosa." Não, eu não disse nada, não contei que meu coração descia as escadas do rancor. O espanhol pagou a conta e se foi para Santiago novamente, talvez ele reze por mim um dia. Eu fiquei sentada na mesa, a mulher que enxugava o prato agora olha pra mim como se me entendesse, era tudo que eu precisava numa noite como essa...

Sinto todo aço entornar pelos olhos, meu coração finalmente transbordou."

[Deus! Condenado eu fui A forjar o amor No aço do rancor E a transpor as leis Mesquinhas dos mortais...]"

O texto é levemente inspirado na música Fênix do Jorge Versilo.

23 de maio de 2015

[Ainda sinto o perfume dele- Abismo]

Ela deixou a mágica escorrer pelos dedos, feito rio de lágrimas. Sabe, acontece de nos esquecermos da mágica, e então quebramos os joelhos do coração. Acontece de estragarmos a mágica, e então ficamos loucos. E acontece de estarmos finalmente prontos pra escrever um novo encantamento. Para o bem, sempre, mas nem sempre um bom encantamento é interpretado bem. E a mágica, (qualquer que seja), sempre tem um preço. Ás vezes a gente tem que ter coragem de abrir e fechar portas; infelizmente ou felizmente, ou ambos. O fato é que mesmo tendo certo poder, ainda é o universo, a vida, Deus. Existe algo além de nós tomando certas decisões a nosso respeito. Se temos mesmo que aceitar isso? Acontece que não dá muito certo remar contra a maré, nem sempre. Quando já tomamos todas as decisões, quando já fizemos todos os encantamentos, quando já sonhamos com tudo, só resta nos dobrar com resiliência e aceitar o que o universo e o Dono dele nos oferecem...; um beco, que nunca saberemos se é ou não sem saída. Perguntaram pra ela, se ela tinha um sonho de consumo, ela estava parada, pensou em responder Louboutins, Ferragamos e caviar, mas nunca conseguia achar um sapato que tivesse o tamanho exato de seu ego e nenhum vestido lhe vestiria á altura diante do seu sonho de ter a coleção completa de livros de uma edição bem antiga da Jane Austen. E isso queria dizer que eles teriam que ser velhos, não a ponto de caírem aos pedaços, ela gostava de livros velhos. Sabia que eles têm um cheiro parecido com o da baunilha? Dizem que o papel envelhecido tem uma bactéria que faz com fique com esse cheiro tão amável. E ela era a última das pessoas que ia numa biblioteca pra alugar livro. Isso a lembrava de como manter as coisas num nível bem simples. O menos complicado não significava o mais fácil, só era simples. Era simples aceitar quem ela era, o que ela tinha e pra onde ela ia. E isso era tudo que ela precisava. Mas agora ela estava ali, com mágica por todos os cantos, mágica desperdiçada, com preços a serem pagos. E o amor custava mesmo caro, ainda mais quando não era correspondido. O que ela faria? O que fazer quando o preço de um amor custa muito de ódio, raiva e desentendimentos? Por que o amor causava aquilo? Por que uma coisa tão linda custava coisas tão feias? Coisas tão caras pra ela..., não dava pra lidar com aquilo, ela precisava ir embora. Ela viu o olhar dele ao fechar a porta. Era decepção. Era vergonha o que ela sentia. Toda vez que se aborrecia ela passava por esses estágios de não saber o que fazer, mas sempre se controlava, era comedida, perfeccionista, nunca havia deixado que um aborrecimento a deixasse naquele estado, mas naquele dia em específico, só conseguia agir por instinto, e num ataque passional, só deixou toda sua vida pra trás, como explicar isso? No entanto, a decepção dele não era maior que o desgosto dela. Ela suspirou. Será que ela era a única no mundo insatisfeita com tudo? Nada lhe agradava, detestava as festas, os vestidos a abominavam, as pérolas lhe davam ânsias. Sabia cozinhar para se virar, mas pra onde se virava existiam paspalhos sorrindo para agradar-lhe. Olhava seu anel de noivado agora. Também o detestava. Por fim olhou para si mesma e pra ele, e suspirou aborrecida. Se alguém te ama, não se ofereça como amigo. Não profane a mágica com um sentimento de desculpas. Apenas deixe a mágica acabar e a outra pessoa se esconder. Não exponha um coração que não é seu. E assim ela pensava estática, decidia coisas sobre seu futuro. Não sabia por que, só tinha que ir embora. Viver talvez, e esquecer aquilo, mas ele insistia e insistia, e ela não queria pensar num por que, só queria fazer tudo de modo simples,por Jesus, não era capaz de lidar com aquilo. Por fim, ela até que aguentou muito, até que o universo a encurralou, ou você se deixa morrer pela mão de todos eles ou renasce por si mesma. Ela escolheu renascer. Não gostava de ser mártir, era muito egoísta pra isso. Quem faz mágica, afinal, só enxerga seu próprio benefício. E ela já viveria com um preço a ser pago, era o bastante. Não precisava mais dele, não queria o amor dele, muito menos sua amizade, ela o amava sem gostar dele. Ela fechou os olhos e o olhou dentro de seu próprio coração, e o convidou a se retirar. Mais tarde ao sentir o perfume dele, ela nada sentiu... E assim acabou a mágica na terra. Ela já não acreditava mais.

7 de maio de 2015

[Ainda sinto o perfume dele]


Tentei fugir de cheiros que lembrassem o seu, prendia a respiração. Mas é inútil fugir de alguma coisa quando ela está enraizada e nos corrói. Que saudade eu tenho de sentir teu cheiro, tocar teu rosto, e numa tentativa muda, tentar te fazer parecer menos cego... mais real. Menos sério, menos frio. Minha tentativa de te trazer pra superfície, foi o meu maior erro. Eu devia saber que você foi feito pra viver mergulhado. A superfície te sufoca, a verdade te enlouquece. E meus olhos tão certos, tentando descobrir no teu mundo um lugar seguro. Eu deveria saber que me chocaria contra as suas pedras. Mesmo sabendo o que não pode ser, mesmo sabendo que a água nunca pega fogo, acreditar ainda é possível pra mim. Isso ninguém me tira. Mesmo chocada contra as rochas e lutando pra não chorar toda vez que sinto o teu perfume. Mesmo que eu saiba que você e eu escolhemos caminhos opostos ou distintos. Eu ainda acredito em você, eu ainda sinto a tua distância tão presente dentro de mim e ainda sinto o teu perfume.

2 de maio de 2015

Fúria - [série: Ainda sinto o perfume dele]


A maior parte de nós, não é a aparente. É a parte que as outras pessoas sentem. A parte intocável com as mãos. Aquela somente vista, com os olhos do coração. E ela olhava o céu naquela tarde, o céu manchado de cor de abóbora bem além do horizonte, até onde podia enxergar, e uma única estrela brilhando. Ela desejou ter uma máquina fotográfica com a qual ela pudesse capturar o momento, mas se contentou em deixar o trabalho para a memória apenas. O silêncio da noite que se iniciava, fazia com que ela quase pudesse reverenciar os sons da natureza ao seu redor, um grilo cantou não muito longe dali, parecia reger o coro dos grilos que cantaram depois dele. Os pássaros da noite ou qualquer animal que estivesse ali por perto, ela imaginou, ou se preparariam pra dormir, ou acordariam pra caçar, "pequenos animais silvestres", ela pensou num sorriso opaco. E ela ali, parada no meio de uma tarde/noite, só queria xingar. Ela devia xingar, queria muito explodir, dizer que ele era um cretino covarde, que não tinha nada a ver com as merdas dele, as merdas do passado.Ela não havia feito parte do passado, pelo menos não até os últimos meses, mas o turbilhão de coisas em sua mente a impedia, e haviam as malditas convenções, coisas que se fazem por educação, os padrões vinculados ás normas usuais, aquela educação fria que ela mantinha como uma barreira toda vez que era magoada; o olhar frio, a voz fria, os gestos calculados, ela até ficava mais elegante, ainda que ficasse menos espontânea. Esse era o seu jeito de lidar com o caos. Ela ordenava e resolvia tudo em sua vida de maneira educada e muito eficaz. “Mas não dessa vez”, pensou ela, dessa vez tudo era diferente. Ela havia encontrado alguém que mudara seu mundo, virando- o do avesso e a deixara com os cacos, era daí que vinha a persistente vontade de gritar, de perder o controle nem que fosse uma vez e xingar algum palavrão; se ela conseguisse. Ela continuava a olhar o céu que escurecia com a chegada do anoitecer, parou de ouvir os grilos e agora ouvia seus próprios pensamentos, ela passou as mãos pelo rosto que as vezes parecia esculpido com mármore, e suspirou. O que pode ser feito, quando num momento odiamos a quem mais amamos? Ela não havia se dado conta daquela importância. Coisas importantes as vezes passam despercebidas, até que começamos a tomar atitudes inconscientes em função delas, e escondidas dentro de nós, elas se mostram como atos, olhares, pressa, desespero, coração descompassado, fúria. Aquele ressentimento não era pra vida inteira e ela sabia, os homens, alguns em específico, ou somente aquele, poderiam e deveriam cometer erros, mas ser “deixada” daquela forma era algo mais do que cruel. Não saber nem o motivo a enfurecia de uma forma tão bruta, tão visceral, que a simples menção do nome dele a deixava enjoada, aborrecida e contrariada com tamanha covardia. Tanto que as vezes ela queria socar o ar onde sentia o perfume que ele usava. Mas isso, era passageiro, ela gostaria de saber o que fazer com o depois, com os sentimentos que sobrassem após toda a fúria. As vezes as pessoas se escondem por não saberem lidar com os sentimentos, as vezes fogem de si e dos outros quando esses sentimentos afloram, e negam qualquer comprometimento. As vezes, machucadas pela vida, iniciam um relacionamento frívolo na esperança frugal de obter um escape para seus fantasmas, mas sem se aprofundar no outro, alheios a tudo, apenas sentindo a diversão. Outros, são apenas seres cruéis que pensam serem boas pessoas, se apaixonam e fogem quando são correspondidos, porque não querem ser abandonados, então, abandonam primeiro. Ela pensava em todas essas possibilidades, havia gasto horas de seus dias pensando em não pensar, tentando esquecer. Em alguns momentos até sentia compaixão, mas naquele dia ela havia acordado furiosa com tamanha covardia, furiosa com a covardia do ato e da pessoa covarde. Um nó na garganta lhe atravessava o peito, e tudo que ela pensava era em xingar, bater, chorar, extravazar. Não era mais dor, era pura fúria, que ia e vinha dentro de seu coração como uma força da natureza. Então, ela fechou os olhos novamente, aquilo não tinha solução e ela não gritaria, e de qualquer forma, poderia lidar com aquilo, sabia que podia. Seguiria o plano original e resolveria... mas espera, o que não tem remédio, remediado está, não é assim? Seria educada por fim, e apenas. Tudo que ela desejava agora, com o horizonte ainda ao alcance de sua vista, numa oração muda, é que em algum lugar além daquele azul escuro, agora cravejado de estrelas, alguém tocasse com gentileza num lugar que fora tão devastado.

21 de setembro de 2013

Série: [ainda sinto o perfume dele] & ela disse adeus

[Ela disse adeus... ela disse adeus]... sentada no escuro, olhando pra janela, pensando bem no fundo, do poço que a espera.
Ela disse tanta coisa diferente, falou da vida, que era crente.
Que sua fé, sua covardia, no amanhecer no fim do dia..
[Ela disse adeus, ela disse a Deus].. Não quero ser um fragmento, parte do seu pensamento, quero você no fim do dia, saber de toda alegria..
[Ela disse adeus, e chorou,
já sem nenhum sinal de amor.
Ela se vestiu, e se olhou;
sem luxo, mas se perfumou.
Lágrimas por ninguém,
só porque, é triste o fim.
Outro amor se acabou.]..
Tantos erros, desenganos, acreditou em tantos planos.
Disse que casaria um dia, teria filhos, covardia...
[Ele quis lhe pedir pra ficar;
de nada ia adiantar.
Quis lhe prometer melhorar,
e quem iria acreditar?
Ela não precisa mais de você,
sempre o último a saber.]
O último banco de um ônibus é muito bom pra ir embora, é muito bom caso você precise de um minuto pra duas lágrimas. Você coloca uma música do Maroon 5 chamada "must get out", encosta sua cabeça no banco, olha pra janela, e eis o universo te dando 5 minutos de trégua num dia onde tudo pareceu passar do limite. Você já se sentiu assim? Cruzando limites? Limites perigosos pra você mesmo... Quem pode nos defender quando nós nos entregamos a quem pode nos ferir? Quem pode responder nossas perguntas, nossas dúvidas? E você canta o refrão.. entre um soluço e um adeus..
[eu tenho sido a agulha e a linha...
Tecendo figuras e círculos em volta da sua cabeça
Eu tento rir mas, ao invés disso, choro...] ..
quem vai fazer meu amor quando eu quiser amar?
[Ela disse adeus.
Agora a ação está feita
Enquanto você pisca ela vai
Deixe-a seguir com a vida
Deixe que ela se divirta um pouco]..
Não querido, nós não precisamos ligar pro que as pessoas dizem... Na verdade você nem precisa perder seu tempo pra me ligar, por que eu larguei meu coração numa pista de dança bem longe daqui. Pintei meus olhos de preto e a boca de vermelho e me olhei no espelho. Coloquei aquela blusa proibida, aquela de costas nuas que você disse que ainda rasgaria...
"o que vão pensar se eu não souber controlar minha mulher?
Não se importe querido, não sou mas a mesma, eu mudei você sabe, é o que a música diz.. "todas as formas de se controlar alguém, só trazem um amor vazio.."
[ainda sinto o perfume dele].
Eu te disse que assim era pesado pra mim, e você ainda falava a sua última frase antes do meu adeus: "Garota, não usa essa blusa nunca mais, por que eu rasgo ela da próxima vez...".
Tarde demais meu bem, não tem amanhã pra nós dois. O espelho é mentiroso, meus olhos brilham por causa da maquiagem, mas mamãe acaba de me perguntar por que eles estão vermelhos e cheios d'água... "alergia mãe... Esse tempo frio...".
Tudo que eu me lembro é de sempre ter uma boa desculpa. Estou destruída de algum jeito e despedaçada num lugar que não tem concerto...
Do canto, na janela ainda sentindo o perfume dele.. e de algum jeito pra sempre, daqui a pouco, e além..
[ela disse adeus].

(CURTA ESSE TEXTO TAMBÉM NO FECEBOOK: https://www.facebook.com/SerenaWest.diarystorm/posts/225015424322989)
trechos de música: Os Paralamas do Sucesso "Ela disse adeus" e "Saber amar"
Maroon 5 "must get out"
Juliane Schimel de Magalhães

14 de setembro de 2013

Aço líquido- o cara do perfume

De onde eu estava eu via o medo nos olhos dela. Podia ouvir seu pequeno coração. "vamos fazer isso certo" ela disse devagar, pousou os olhos no horizonte e foi forte. Ela tinha esse hábito de estar sempre fazendo uma prece, pegou sua pequena menina que estava tentando amarrar o tênis pela primeira vez, e vendo a dificuldade entre uma laçada e outra, sorriu... A pequena menina também é minha... Ela também sorri olhando os cabelos da mãe, as duas tem os cabelos enrolados e castanhos, os olhos de amêndoas... Pensamos em tanta coisa na vida, passamos por baixos, por curvas, mas nunca estamos preparados pra esse sorriso capaz de cortar o aço do rancor. Olhando daqui, percebo que na verdade é o amor que é o coração do mundo. Lembro da última vez que estive com elas, um adeus é sempre um adeus não é? Daqui, de longe, eu percebo que é preciso paciência pra viver o tempo, pra viver a vida, por que nada é feito de um dia pro outro, e as pontes que fazemos podem unir e separar. Espera, minha filha acaba de aprender a amarrar os sapatos... A mãe dela a sacode no ar, as duas quase saem do chão... Há sorvete no rosto da minha pequena, há um livro jogado na manta estendida no chão do parque, e as duas rodam felizes... O dia está quente... E me distraio olhando a beleza da cena, mas não percebo que minha esposa agora me olha, e ela me vê, tenho certeza de ouvir não só o meu coração, mas também o dela. Faz duas semanas da última vez que a beijei..., de repente ela solta nossa menina, abaixa e aponta pra onde estou... O aço dentro de mim se choca com os 2 pares de olhos amêndoas, o aço entorna pelos olhos, a vida por mais dura que seja, jamais pode nos roubar a clareza e a doçura do amor. E agora, nesse exato momento, há uma pequena feliz correndo ao meu encontro... Nada de reuniões chatas, ela não irá me cobrar relatórios de finanças, e nada além do amor caberá em nosso abraço. Minha esposa espera 5 segundos e vem andando de um jeito que me faz lembrar do dia em que prometi amá- la... Não há mais aço em mim... Sei onde deixei meu coração...

30 de agosto de 2013

[ainda sinto o perfume dele] - estava escrito sem estar

Ainda sinto o perfume dele na minha pele... É só respirar fundo... Com o perfume vêm as doces memórias dos dias bons, dos dias de amor. Ele tinha todo cuidado em me amar todo dia, e nós nunca brigavamos, por nada. É pecado querer de volta tudo que eu tive? É errado querer meu chão, meu oeste de volta? Eu não sei. Mas toda vez que olho pra ele, da perspectiva de onde estou, (nos abraços dele), ainda vejo que podemos ser extraordinários juntos. Mas o amor é uma palavra estúpida no meio de todas as nossas coisas erradas. E as horas que passam não me deixam respirar... Os abraços se tornam prisões, os beijos, cadeias, as palavras grilhões... Quero sair sem perder... Quero perder sem precisar partir. Acho que não fomos feitos pra amar meu amor...Estava escrito sem estar... Tudo que temos e somos um para o outro... Estava escrito sem estar.

10 de agosto de 2013

Série [ainda sinto o perfume dele]- Olhos Certos

E a vida segue.. Ele lá, eu aqui... Mas como ele mesmo disse.. por mais longe que estejamos ou por mais que tenhamos ciume até do sol que nos toca... Eu nunca vou deixar de ser a garota dele... Ou talvez deixe... Nunca se sabe, o tempo torna as coisas.. Distantes. [Tento te encontrar, tanto pra dizer, meu amor, tudo bem]. Os dias estão passando muito rápido, ainda vejo meus esboços no papel, e eu vejo aqueles velhos sonhos, tanta música, tanto poema, tanto café pra nada. Tantos dias tentando construir alguma coisa, e eu fiz um castelo na areia, me afundei nas tuas águas, me afoguei nos teus pesares. E você me jogou do alto de tantos arranha- céus, no fundo de tantos abismos, que cheguei a brindar por todas as vezes que vi minha alma sendo disperdiçada. [Sorte de nós dois, quero te fazer feliz. Meu amor, sempre quis]. O que eu devo fazer? Você sempre foi melhor do que eu pra decidir as coisas. Acho que eu devo guardar as lágrimas pra outra ocasião. [Seus olhos certos mas não sei o que dizer, eu não vou mas o tempo vem. Tá tudo certo mas não sei o que dizer.Eu não vou, mas o tempo vem aqui]. Olha, aqui em casa as coisas ainda estão em ordem, nossas alianças continuam naquela caixinha esverdeada que você me deu no ano retrasado; ainda penso em você toda vez que o telefone toca e eu estou no banho, ainda penso em você toda vez que faço batata frita... E continuo com saudades. [Mesmo sem te ver, não chegou ao fim. Seu amor, tudo em mim]. As vezes eu acho que te amei de um jeito que não tem cura, não tem jeito, não tem volta e que pra ser perfeito tinha que ser assim... Distante. Por que você me machuca toda vez que tenta me amar. As vezes me convenço de que nem me amou de fato, de que todas as promessas foram tão vazias e mesquinhas quanto sua ambição, quanto os meus sonhos. Mas quando você me abraçava... o mundo girava em torno de nós, e eu sentia seu coração bater rápido... te amei me perdendo e perdida me achei aqui. [Se não for mais do que tento ser, se não for mais... Se não for mais do que tento ser.. Se não for...
Seus olhos certos mas não sei o que dizer
Eu não vou mas o tempo vem
Tá tudo certo mais não sei o que dizer
Eu não vou mas o tempo vem aqui.]

[Tento te encontrar, tanto pra dizer. Meu amor, tudo bem] Sigo trancada dentro de mim. [ainda sinto o perfume dele].

Olhos Certos- Detonautas Roque Clube
Juliane Schimel de Magalhães

21 de julho de 2013

[Série : Ainda sinto o perfume dele]- P.s.: Sr. Perfeito, eu ainda não terminei com você.

A perfeição é uma coisa chata, além de dolorosa. Sabe, você tem que ser bom em tudo, as regras sempre te pressionam, você tem que agir de acordo, sempre dançar a droga da música, e um passo em falso, as pessoas te descartam. Eu não sou perfeita, nem você é. Ninguém pode nos cobrar aquilo que não puder dar. Eu sempre preferi meu all star, minha mãe ficava louca quando de vesido xadrez, era ele que eu tinha nos pés.. ela ficava doida quando ao invés do sorriso angelical eu arqueava a sobrancelha. "Meninaaaa, olha a educação". Coisa de menina que curte uma revolução. [Ainda sinto o perfume dele]. Mas quem não curte uma coisa assim? Quem não curte cantar em baixo do chuveiro? "É PROIBIDO!", isso é o que eles dizem, mas você não tem que seguir a convenção. E pra quê servem as coisas perfeitas mesmo? Alguém lembra? Eu não. Já perdi amores por ser do lado avesso, já me tiraram de cena uma sem conta de vezes por que escolhi dizer o que penso, já fui criticada 1milhão de vezes por ter meus ideais, mas ninguém tem o direito de me dizer o que fazer, ninguém tem o direito de pensar que não posso ter o que eu quero e olha, eu não desisto de nada, aaah não... eu não sou contra a perfeição, por que até tem coisas na vida que são perfeitas, mas o perfeito pra mim é tudo aquilo que não foi planejado, que veio de repente, que tirou seus suspiros, que te fez ficar suado... A perfeição está no sorriso aberto, na história de amor, na simplicidade das coisas do dia- a dia, está na sua mão que segura a minha. Então perfeição... não me tire da sua vida por que estou toda errada, por que faço diferente dos outros ou por que sou uma princesa romantica encantada (só que não), me tire da sua vida se eu for mesquinha, se eu for falsa e além de tudo traiçoeira, só não venha me dizer que afastou por causa de toda essa bobeira de seguir as regras. Que regra é essa onde só você manda? Que droga perfeita é essa onde só eu tenho que obedecer? Me deixe ir embora se eu for mentirosa, se não souber te entender, mas não me tire do seu mundo só por que eu contrario você. E quer saber? Odeio terminar as coisas como se tudo fosse errado, por que pro final ser perfeito... tem que ser feliz, e essa é uma regra que eu não abro mão. A perfeição é uma coisa chata, além de dolorosa.

P.s.: Eu ainda não terminei com você.

16 de julho de 2013

[ainda sinto o perfume dele]

Confiar, você sabe o que é confiança? E fidelidade você sabe? E sobre despedidas? O que você sabe sobre elas? Já deixou alguém ir embora sem poder dizer adeus? Já disse adeus querendo que a pessoa ficasse? Já chorou querendo sorrir? E já sorriu querendo chorar não é mesmo? Alguém já te pediu pra mudar algo em você? E você já mudou por alguém? É nessa hora que as palavras machucam, muito mais que as ações que também magoam. É Bem nesse ponto da vida que você sente uma tempestade enorme se erguendo, e bom, você faz força pra acreditar que pode aguentar. [ainda sinto o perfume dele]. Confiança é quando você fecha os olhos e sabe que pode se jogar, vai ter aguém pra te segurar. Fidelidade é quando mesmo errado, alguém se afasta de você por que acha que tem que te proteger dele. E as despedidas.. elas machucam a alma num lugar que, cara, nem sei te contar. Não poder dizer adeus é a mesma coisa que permanecer alí, no momento da partida. Pra sempre. Eu já disse adeus por fora, implorando por dentro que a pessoa aparecesse de volta na minha vida, na porta da minha casa, que tivesse a sabedoria ignorante de me dizer que eu estou sempre do lado errado. Mas tem uma hora que a gente tem que seguir em frente, chorar e sorrir ficam sendo a mesma coisa. Quando você vai embora ou deixa alguém ir, a quinta sempre fica parecida com a terça, que você sempre confunde com o sábado, e do resto,.. nada faz tanto sentido. Um "não" pode mudar sua história assim como pode te arruinar. E mudar por alguém sempre tem dois lados, por que pode ser que você encontre alguém que te faça sentir extraordinário; Como uma letra que acaba de achar sua melodia. Mas ninguém é perfeito e o medo.. o medo nos deixa estáticos, o medo torna as possibilidadedes bem maiores do que elas realmente são. O medo apaga o amor. Por que o medo e a confiança... não andam juntos. É nessa hora que as palavras machucam, muito mais que as ações que também magoam. É Bem nesse ponto da vida que você sente uma tempestade enorme se erguendo, e bom, você faz força pra acreditar que pode aguentar. [ainda sinto o perfume dele].