22 de dezembro de 2014

A vida que te carregue!

Eu ia dizer pra não levar as crianças se você for fazer compras. Elas são pequenininhas e não entendem o movimento que é diferente do movimento da loja de brinquedos. E o calor, é massacrante, elas choram, ficam enjoadinhas, é bom evitar. Agora, por que eu estou escrevendo sobre crianças? Talvez eu queira uma ou duas pra mim. Não tem uma hora que a vida faz um chamado e parece que você está na contramão? Pois bem. A contramão é um verdadeiro saco. A vida grita uma coisa com você e você grita outras com ela. E o que acontece? Frequentemente a vida ganha e levamos aquela pequena e significante rasteira, e não, eu não estou grávida, calma! Ainda falta um pai... o que eu considero o mais difícil de organizar. Como funciona? Você tem que estar no momento certo, a pessoa tem que estar no momento certo, os dois precisam querer estar juntos sem se matarem e enfim, isso cansa, não? Na teoria é uma porcaria, mas é assim que acontece. E, enquanto eu escrevo, tem uma mulher do meu lado (bom material), ela está gritando ao celular, sobre a raiz do cabelo dela. E, ela está esperando pelo marido. E eu acabei de pensar que, além de não levar as crianças pras compras, eu não vou falar da raiz do meu cabelo enquanto espero o homem. Jesus! Quem precisa saber que a raiz do meu cabelo me condena? Embora, eu de fato não tenha mesmo que me queixar da raiz do meu cabelo, por que meu cabelo é liso. Deixa eu retomar o foco. Eu estava falando sobre a vida nos dar uma rasteira. É possível estar tão totalmente imersa na minha própria vida e a vida me apresentar outra história, assim, de repente? As pessoas têm que estar prontas, meu Deus do céu! Eu não to pronta, ou estou? Como sabemos disso? Eu sempre tive curiosidade pra saber o que unia as pessoas dessa forma... e eu sempre achei que o final da sentença era o amor. Ou seja, é o amor que vai fazer minha mãe se deslocar da casa dela pra ir ao médico comigo, só por que eu tenho medo. Assim como é o amor que faz a outra mãe deixar seu menino na escola todos os dias, e é o amor que faz a noiva dizer sim para o noivo. Mas será? Será que o amor vai ser suficiente pra que eu deixe meus filhos em casa ao invés de leválos às compras? Será mesmo que o amor vai ser suficiente pra que eu reconheça nos olhos do homem da minha vida que eu realmente devo me casar com ele? E será mesmo, que eu vou saber quem é ele? E se ele for o homem da minha vida em outro momento? Quer mesmo saber? Tudo que eu sei é que eu não quero fazer parte de um casal chato, com crianças chatas, fazendo compras de natal, me arrastando pela cidade em pleno "quente" verão, de alguma forma eu sei que não vou conseguir finalizar esse texto, o que é raro, então, Bjus Bjus.

19 de dezembro de 2014

Então é Dezembro...

Calor, verão, vestido, cabelo preso e aquela pressa característica de Dezembro. Não sei, mas Dezembro é tudo pra mim, menos corrido. Foi o que eu pensei assim que saí da loja de ferragens onde comprei pregadores de roupa. E tem aquela coisa no ar, não sei, é um ar diferente dos outros meses, Dezembro é sempre suave, por mais corrido que seja, Dezembro sempre parece Setembro pra mim... Mas eu nem ia falar disso. Eu ia falar daquelas coisas que simplesmente acontecem inesperadamente, as vezes falta isso na vida. Falta inesperado e inconsequente, falta surpreendente e maravilhoso. E as vezes parece com o mês de Março, sem feriado. As vezes a vida fica parecendo meia estação, aquilo que a gente nunca sabe se deve levar casaco ou sair só de camiseta. Comigo acontece mais do que 15 vezes na vida. Quando envolve relacionamentos então... Alguns relacionamentos são como estações do ano, uns são frescos como a brisa do verão e quentes... outros são suaves e coloridos como a primavera, outros são secos e gélidos como o outono, e outros são demorados como o inverno. E todos nos preparam pra viver. É o que dizem. Preparar pra viver... mas preparar pra viver o quê, se a vida é o agora? "Lá na frente você vai entender", "é experiência", "alguém vai precisar do que você aprendeu com essa situação", e eu poderia enumerar diversos jargões relativos. Mas espera aí?! Cada caso é um caso e cada pessoa é uma pessoa. Nem tanto, nem tão pouco. A vida é um ciclo. E no meio desse ciclo, as vezes é bom ter Dezembro sem correria, ou Dezembro como um borrão, pra poder entender o quadro geral. E eu sei que vai soar estranhíssimo, mas as vezes é legal pôr a vida num quadro, mesmo que apenas dentro da mente, e é bom parar de frente pra esse quadro e dar uma olhada nos horários, nas escalas, nas demandas, nas coisas, nas pessoas. E é bom, acima de tudo, olhar o próprio reflexo no quadro geral, só pra ver se tudo combina com você. As vezes nós queremos nos vestir com situações que não nos cabem, como o último vestido da coleção de verão, exclusivo, que é 36, sendo que seu manequim é 38. olhando de longe nem dá pra ver a costura justíssima, mas olhando de perto, nota- se o ridículo. E as vezes a vida é como aquele vaso ornamental clássico, no meio da sala de estar rústica. Completude zero, por que as vezes temos o ideal, na hora errada. Nem sempre a nossa música preferida virá acompanhada do parceiro de dança ideal. E as vezes a vida é como o dia do nosso aniversário, cheia de presentes, cheia de sorrisos. E eu queria saber se tem alguma fórmula pra que o inesperado nunca se espere, alguém conhece a fórmula? Estão vendo, nem falei palavrão hoje, sinal de que a maré tá tranquila. Dá até pra tirar aquele cochilo depois do almoço, não dá? Enfim, Dezembro tem cheiro de Natal e está no marasmo. Alguém me salva? Brincadeira, não salva não, deixa rolar assim, pra não estressar. Vamos colocar os vasos Ming no lugar, vamos vestir nossos trajes de gala tamanho 38 e partiu fazer festa em Março, por que é Dezembro, é verão e tá tranquilo! Bjus

17 de dezembro de 2014

Acabou o Tesão

Não é de acabar com o tesão? Não me levem a mal, eu gosto de me arrumar, já sou bonita, não tem essa coisa de "vou me arrumar pra ficar bonita", isso não existe, pelo menos pra mim, e se eu passo um rímel ou um batom, não é pra agradar um homem ou uma mulher, é pra me agradar, é pela simples sensação de poder fazer isso, de poder de compra também, em resumo, não fui educada pra agradar e seduzir um homem, se fosse esse o ponto da questão. Fui bem educada, pra conviver dentro da sociedade e as duas coisas são diferentes. Enfim, A gente sabe que certos cargos exigem que algumas pessoas se comportem de algumas maneiras. Além das posturas corporativas, o asseio, fundamental, sem os exageros clichês, logicamente. Maquiagem equilibrada, não exagerar no perfume, etc. Na vida aqui fora, num passeio livre, numa festa de gala, cada um por si. Mas será? Nós ouvimos tanta coisa a nosso respeito. E as pessoas querem uma satisfação entre aquilo que pensam de nós e aquilo que realmente somos. Em primeiro lugar, você não pode esperar que alguém corresponda aquilo que você pensa dela, por que as pessoas mudam demais, ou são intensas demais e nunca vamos saber quem elas são de fato, por que as vezes, uma vida inteira não é suficiente pra saber tudo e por que a vida é curta. Sim, me dei conta que a vida é curta demais pra não ter uma futilidade injustificável. E me dei conta que a droga da vida é curta demais pra ser gasta só, e apenas, e somente, com futilidades injustificáveis. Como por exemplo, me importar com uma foto que as pessoas podem não achar tão boa, enquanto eu a adoro. Ou me preocupar com uma soma em dinheiro que não fui eu quem gastou, que não saiu da minha renda, cujo destino eu se quer maquinei, só por que alguém se sente lesado e quer pôr a culpa em alguém. A vida é muito curta pra que eu a gaste, por exemplo, com um cara que vai achar que saí de um belo conto de fadas. Acorda pra Jesus meu filho! E eu percebi que a vida é longa. Por que essa contradição? Fato. A vida é longa e se eu ficar me importando com esse tipo de coisa insignificante, por que, bom, aí sou eu que vou acordar pra Jesus mais cedo. Sabe, no lugar de você se preocupar comigo, com minha foto e com minha renda, por que você não "vai pra pulta que te pariu?" (pai, falei palavrão, mas foi necessário). Se você tem uma rotina de vida que te satisfaz, que te deixa feliz, que te preenche, eu penso que você pode ouvir a opinião de alguém, optar por se ofender, por se agradar, ou optar por expor a sua própria opinião e fazer valer. O que aborrece é que as pessoas gastam metade da vida fazendo e sendo coisas, realmente inúteis. Existem pessoas das quais não se aproveita nem o borrado do batom, nem o cecê do sovaco. E existem pessoas que marcam presença, tem sorrisos lindos, corpos esculturais e são grandes almas. Aparência não quer dizer nada. Uma mulher linda e perfeita, ou um homem lindo e perfeito, são isso por uma razão ou não. É uma tecla bem batida não é? E tem pessoas profundas que preferem lidar com pessoas rasas, pelo simples fato de que o batom e a bunda são mais interessantes pra elas, ou no caso de uma mulher, os músculos e o tamanho do... cartão de crédito . E daí? E se eu disser que quero me casar com um homem absolutamente lindo a ponto de não estar nem aí se ele tiver um cérebro oco? Pra quê um homem inteligente se ele só souber usar a arrogância? Não que este seja o meu caso, mas e daí? O ponto é: Não é de perder o tesão ter alguém questionando tudo que você faz, como se a sua vida devesse ser pública e/ou privada? Ou como se fosse sua obrigação salvar o mundo com seu sorriso angelical. Cansei. Perdi o tesão. A vida tem que ser mais do que alguém admirando minha belíssima bunda tamanho G e meu quadril M. Eu sempre achei que o mundo tinha mais pra me oferecer, não importando se estou de chinelos Havaianas, de Converse, ou de Scarpam. Eu sempre achei que as pessoas ficavam numa escala diferente da escala das minhas negociações financeiras. Sempre achei que se tivesse algo na vida, seria conquistado e não imposto, por que riqueza imposta ou pobreza imposta, também são um pé no saco, e sonhar com impossibilidades também, ou não sonhar, é um crime, crime, crime! Chama o Doutor! E por fim, é de acabar com meu tesão, as pessoas acharem que você não tem liberdade numa época como essa, ou se acharem no direito de tornarem alguém sua presa intelectual, ou física, ou sentimental. Por mais clássica que eu seja, eu acho inadmissível o pensamento pequeno da "correspondência de expectativas", isso não existe, ninguém é como ninguém, fomos criados pra sermos diversos e eu adoro ser diferente, não pelo fato da diferença, mas pelo fato das diferenças aproximarem as pessoas com seus desafios. E se alguém escolhe trocar a foto e pagar a dívida, isso a torna única e incontestável. Desaforo ou não, é assim que é, e quem optar por ser assim, vai continuar vivendo como o restante da humanidade chata de galochas, com imperfeições, problemas, manias, etcetc e etc, que nós já estamos carecas de saber, e podem voltar pra suas vidas chatas assim como eu vou voltar pra minha. Aí vai vir alguém no inbox do facebook, dizendo que exagerei na minha opinião, que fui generalista (essa palavra existe?), vai me chamar de meu amor e/ou, vai fazer alguma gracinha com a palavra tesão, e sabe o que eu vou dizer? Eu vou dizer: Em primeiro lugar eu sou o amor do papai, não o seu. Sobre o tesão, não. Não vai rolar. Eu e você, não. quanto a minha opinião, ou o fato de você se achar no direito de me contrapor, eu sugiro que você procure algo na vida e se apaixone. Também pode se apaixonar por mim, claro, estamos aí, se você for lindo e maravilhoso, moreno e sensual e se o seu sorriso arrasar meu coração, e você for inteligente como o Dr. McDreamy, conhece? Não? Procure saber. Obrigada, bjas! 

3 de dezembro de 2014

Tem coisas que nos marcam. E tem pessoas que nos marcam e que gostaríamos de trazer sempre conosco. Mas a vida dá suas voltas, voltas que não entendemos muito. E as pessoas mudam, junto com seus sentimentos e pensamentos e tudo que podemos fazer é respeitar suas escolhas, mesmo que nos doa permanecer longe, mesmo ainda gostando tanto. E tem certos gostares que são como amores que nunca se esgotam. Enfim. Estou te carregando comigo, sempre. As vezes com o olhar distante de quem deseja outra vida pra te encontrar. E as vezes te sentindo presente. Seja o que for e seja para o que tenha sido, foi uma dádiva ter você no meu caminho. Te preservo como no dia dessa fotografia. Apaixonante. Mesmo que agora seja apenas uma sombra.

30 de outubro de 2014

O Fada da Questão

Sabe qual é o fada (troque o "a" pelo "o"), de sermos nós mesmos? É que nós sabemos quem somos, mas os outros não. Se eu estou sempre sorrindo, as pessoas esperam o quê? "Poxa, eu estou triste, vou conversar com a Juliane. Ela está sempre sorrindo." Eu ouvi uma coisa assim ontem: "Você está triste, todos nós ficamos tristes! Tá todo mundo olhando pra você e esperando''. Era só mau humor, tempo muito cinza, muito fechado e muito frio, mexe com meu psicológico. Qual é o problema em não estar mais suportando o inverno? Tem pessoas que passam a vida inteira mantendo uma droga de sorriso idiota, só porque não sabem expressar a droga das suas emoções na hora do que não suportam mais alguma coisa. E passam a sua existência pensando o que poderia acontecer se tivessem dito ao menos uma vez um: "droga me deixa quieto!". As pessoas têm que ter a decência de serem verdadeiras, se não com o mundo, com elas mesmasmeu Deus do céu! É o mínimo. Acontece que ninguém sabe separar, verdade de indelicadeza, nem mau humor de grosseria. As pessoas preferem que você mantenha o sorriso idiota. Assim elas não precisam se preocupar com as próprias verdades também! E vamos todos vivendo no mundo cor de rosa que projetamos pro resto da humanidade nos achar bacanas. As pessoas dizem: "estou feliz" com uma facilidade tão grande. Mas sabe porque elas não estão? Porque elas gastam a vida pagando faturas de cartões de crédito, pagando coisas que trouxeram felicidade, mas que assim como um limite de uma conta, essas coisas também acabaram. Então elas percebem que comprar apenas, não adianta. Elas têm que possuir. Então elas procuram corpos com mesmo sorriso mecânico e possuem esses corpos por uma noite, casam- se e se separam- see a felicidade ainda fica parecendo o limite do cartão de crédito. Então há o trabalho, elas começam a se afundar no trabalho como se a felicidade fosse nada mais do que poder pagar a fatura do maldito cartão de crédito e a bendita pensão por causa do divórcio. E quer saber mesmo o pior? Ninguém nunca vai perguntar se está mesmo tudo em "riba", por que a bendita pessoa se trancou dentro dela e vive sorrindo como se a vida fosse apenas um: " trás mais um gole de whisky garçom", tão simples e vicioso quanto parece. Então, o que eu tenho a dizer, é que eu acho muito saudável ficar mau humorada, e eu sei que a humanidade não estará confortável  com isso, mas acontece que na verdade, é um direito meu estar mau humorada sem que eu tenha realmente um problema pessoal com alguém. Estar de mau humor nem sempre quer dizer que você tem um problema com alguém. Mas sorrir pra tudo... também não dá. E além do mais, imaginem, se eu escondo o mau humor, o que mais eu não escondo? Amor? Verdade? Mentira? Ódio? Tenho um pouco de medo de pessoas que parecem muito perfeitas, felizes demais. Enfim, um mau humor bem curado, inclui amigos de verdade com um gole de café e quem sabe uma piada clichê. É assim que se cura. E se você tem um problema, resolva. E se o problema for com alguém, tenha a decência de dizer pra essa pessoa. Sabe porquê?! Porque ninguém nos merece pela metade. Se não for pra ser inteiro, não seja de jeito nenhum. Faz parte da nossa humanidade ficar de mau humor umas 15 vezes na vida. O que não faz parte é ver a vida passar, a sua própria e a de quem você compartilha, como um mero expectador com um detestável sorriso idiota.  

17 de outubro de 2014

Aquela sensação.

Chovia lá fora. Ela tinha um livro nas mãos mas olhava as gotas no vidro da janela e sorria levemente. O sofá da sala, bem grande, os comportava muito bem. Ele estava deitado do outro lado do sofá e lia o jornal, página de esportes, página de economia, página de atualidades. Era chuva de verão, algumas trovoadas e o vento balançava as pequenas flores do jardim. Ela olhava o jardim e tinha aquele sorriso nos lábios. Seu marido abaixou o jornal por dois segundos e contemplou aquele vago sorriso. Ela estava perdida em algum pensamento. Ele sabia disso por que quando ela sonhava ela fechava os olhos. Ele pensou que nunca encontraria alguém pra partilhar a vida. Já tinha procurado tanto que um dia desistiu. E nesse dia ela o encontrou. E ele sabe que também foi assim pra ela. Tantos caminhos cruzados e um dia o deles se uniu. Foi numa manhã de verão. Ela estava correndo, como ele lembrava, entrou na padaria, deu bom dia, nem olhou pros lados, nem pediu café, a atendente já sabia o que ela queria, encheu o copo e então ela desviou o olhar e procurou por açúcar. Essa foi a deixa. Ele lhe passou o açúcar e ficou paralisado. Ela sorriu. E tudo ficou claro com aquela sensação de já a ter conhecido de outra vida, daquela vida, pra vida inteira, ou seja o que for. E seja lá o que for, namoram, noivaram e casaram. E ali estavam, compartilhando o sofá novo que haviam escolhido depois de muito discutir. E ela ainda sorria olhando a janela e a chuva. Ela fechou os olhos e se deliciou com a curiosidade do marido que a olhava. Ele não desconfiava que em breve suas vidas mudariam. Ela voltou o rosto pra ele e sorriu como da primeira vez. E compartilharam aquela mesma sensação de vida toda. Ela largou o livro e se aninhou em seu marido, ele colocou o jornal de lado.

- O quê você tanto sorria pra janela? Com o quê estava sonhando, hein?!
- Sabe querido, aquela sensação que preenche a gente, quando a gente sabe que as vezes fomos muito recompensados pela vida?
Ele a abraçou mais forte.
- E sei.
-Então, sabe aquele balanço que planejamos colocar no jardim?
Ele a olhou surpreso, o coração disparou. Não teve palavras. Ficou paralisado como da primeira vez em que ela lhe sorriu.
- Querido, respire.- Ele soltou o ar, com os olhos marejados.
- Mesmo com chuva, olha ali o jardim, acho que o balanço ficaria ótimo ali. Assim nosso filho vai crescer e vamos poder olhar ele do nosso canto preferido da casa.
Com o coração ainda remexido, e aquela sensação de vida completa, foi a vez dele fechar os olhos e sonhar. Colocou a mão na barriga da esposa, fechou os olhos e ficaram ali, compartilhando a vida que escolheram.

Moral da história? A vida é uma constante escolha, e uma constante construção. Não importa de onde, como ou por quê, nunca deixe de amar e de sonhar. Se dê a chance, dê a chance, caminhe mais uma milha. Eu ouvi uma pessoa dizer o seguinte: O mal sem causa, não tem efeito. E o bem empenhado sempre nos retorna. Deixe o seu coração livre para esse tipo de sensação.

29 de setembro de 2014

Quando o choro termina?

Bom dia! O choro pode durar uma, duas, três noites, semanas e até anos. Mas tudo sempre acaba bem para aqueles que mantém sua fé e seus olhos na esperança. E o amor. O amor é o fim de tudo. Podemos ter lembranças tristes e passados difíceis, mas é o amor que apaga as coisas ruins. Primeira carta de Paulo aos coríntios, no capítulo treze, fala de amor. Paulo diz que poderia entregar seu corpo pra ser queimado por alguém, mas que sem amor, ele seria apenas como um sino que tine. Seria apenas alguém fazendo barulho por nada. Ele também disse que o amor não é egoísta, não é leviano, não busca interesse próprio, o amor não é vaidoso, o amor não se conduz de maneira inconveniente, é sofredor, diz que ele tudo suporta, que tudo crê e tudo espera. É esse tipo de amor que apaga as falhas de quem amamos, de quem nos ataca, de quem nos despreza. É com isso que quero conviver quando me perguntarem que escolhas e sacrifícios eu fiz na minha vida. Por mais difícil que seja um perdão. Eu quero dizer: eu perdoei. Por mais difícil que seja uma situação, eu quero dizer: eu fui até o fim. Por pior que tenha sido minha estrada, eu quero poder dizer: eu acabei a carreira e guardei a fé. Por mais difícil que seja minha família eu quero dizer: eu nunca desisti dela. O amor vai fazer com que um dia eu diga ao meu marido: obrigada por querer compartilhar sua vida comigo. E quando tivermos filhos, eu direi pra eles: vocês são bênçãos e presentes do céu. E sabe, as vezes Deus coloca anjos em nossas vidas. Eu tenho alguns, e dos bons. A noite pode ser longa. Mas no final, olhe lá o final... se fazemos a escolha certa. Tudo acaba bem. Por isso o amor anda na contramão do mundo. Aqueles que amam, são taxados de tantas coisas boas ou pejorativas. Mas no fim das contas, são apenas pessoas comuns, falhas, imperfeitas, com problemas, com vidas próprias, etc, tentando acertar com o mundo o que um dia o mundo errou com elas. Por muito tempo eu fiz uma pergunta a Deus: "porquê na minha vez?". Até que um dia eu entendi que não era uma pergunta que eu deveria fazer. Eu percebi que quanto mais as coisas ficavam difíceis, mais eu encontrava meu sentido. Loucura? Eu posso explicar. Tem pessoas que nasceram pra serem pianistas, e são excelentes. Tem pessoas que nasceram pra serem marceneiros, e são excelentes. E tem pessoas que nasceram pra entender as outras e poder lhes dizer que não importa o motivo do choro, a alegria vem pela manhã. E essas pessoas não tem apego nenhum, a não ser pelas coisas que elas sabem que são duradouras. E não vieram ao mundo pra fazer alarde. Não subirão em palcos, não serão exatamente populares. Mas vão plantar pequenas sementes e vão mudar a vida de alguém. As vezes, sem nem perceber. O que mais eu posso dizer? Eu aprendi que no final, eu era muito abençoada e tudo que pude fazer, ao invés de perguntar, era tratar de agradecer. Conclusão? Ame. Esqueça as convenções, o amor não classifica. Tenha uma história pra contar, um coração pra bater e porque não, uma noite pra chorar. A alegria sempre aparece. Seja como for. Se doer muito, alguma perda, algum trauma, algum problema, uma doença, antes de molhar seu travesseiro com suas lágrimas, molhe o rosto de Deus com uma prece. Aperte bem o cinto, e siga em frente.

Nem o café

Tem coisas que nem um café quente resolve. O problema das guerras pelo mundo por exemplo. Café não resolve isso. Mas imagine se resolvesse? Então os chefes de estado estariam numa sala, todos furiosos de mangas arregaçadas, suando pra ver... quem passa o melhor café. Depois um deles ficaria muito mais furioso e jogaria pó de café no outro, daí... pandemônio. Vamos abandonar essa tese. Imagine um problema seu muito sério. Agora imagine uma xícara de café bem grande. Resolveu o problema? Não. Eu já esperava por isso. Tudo bem. As vezes o café não resolve nada. Mas nos ajuda a dar um tempo, dar uma relaxada. Vai por mim. As vezes falta café na vida. Café quente, doce e equilibrado. Vamos imaginar também, que as vezes estamos na corda bamba, e temos que tentar não entornar o café. Você está com um macacão colante vermelho perolado e a platéia está metade rindo, metade roendo as unhas, luzes estão brilhando dentro da sua cara e numa das suas mãos, o café fumegante. Qual é a solução? Você não pode entornar o café, logo, não pode cair. Você, bebe o café! Mas aí você pensa, o café não é o problema. A corda bamba é um problema, este ridículo macacão é um problema e a droga dessa luz piscando, confunde! Mas o café, bom, me deem um crédito, se não tem como sair da corda, bebe o café! Mas vamos pra outra tese. Você está na borda do abismo. Não tem muita solução. Pedra rolando atrás, pedra caindo na frente, penhasco embaixo, desfiladeiro, um terremoto e um enorme cão raivoso no seu encalço, e você sentado numa "English coffee table",  colocando cubos de açúcar aristocráticos no seu café. Bem, o desafio inclui você usar todo o protocolo do chá das cinco. Bom, o que eu quero dizer, é que, da mesma forma que descobrimos um dia que o papai Noel não existe, a vida vai nos desapontar e nós vamos desapontar os outros, e os outros vão nos desapontar e todos juntos ficaremos desapontados e sem jeito uns com os outros. Então vamos ficar de olhar meio franzido pro problema com nossas bocas numa linha reta e vamos estar de coração partido, porque alguns problemas são a própria solução. Não há muito a ser feito, e se fizermos algo, bem, ainda haverá um pouco de tristeza, e o estrago, continuará estragado. As vezes o nosso problema, bem humano isso por sinal, é querer remendar algo que não tem concerto. Tente colocar um remendo no meio de um vestido de ceda! Desfia, esgaça, fica torto, e o problema não é da costureira. E por mais que todos digam que está bom, você ainda saberá que é apenas um remendo. As vezes um problema surge pra nos alertar: "olha, acho que você deveria ir com calma e tomar um cafezinho". Eu bem que gostaria de dizer que tudo tem uma solução. Mas por exemplo, quando magoamos alguém... não é algo que, bom, possamos sentir pelo outro, e o perdão não é como café instantâneo. É um processo onde o café é plantando, regado, podado, colhido, moído, processado, embalado, e fica estocado, até que alguém o tire da prateleira e o importe ou exporte. E as vezes o café não desce. O problema de uma perda. Aquele velho nó na garganta, a tristeza deixa nosso estômago sem vontade de tomar café. Faça um pequeno esforço. Misturar café com algumas lágrimas as vezes faz bem. O que eu posso dizer sobre tudo isso, senhoras e senhores, é que as vezes os problemas genuínos das nossas vidas são como novas diretrizes,  ainda que tentemos de todas as formas resolver, segurar... nós temos que aceitar queridos. Embora seja doloroso, as vezes tudo que se pode fazer é sentar, e tomar um café. Não dá pra ser tudo e ter tudo ao mesmo tempo e escolhas envolvem sacrifícios. Que droga. Não é disso que eu quero falar! Tudo que eu gostaria de dizer é: Não importa o quão grande seja um problema, ou o quanto ele te faça sentir- se pequeno, acuado, triste, sem fome, sem forças... nunca pare antes do final, faça silêncio, mas deixe seu coração batendo, mesmo que à meia vida. Mesmo que tudo a ser feito seja colocar a cabeça entre as mãos e chorar, sente- se e beba o café. As vezes o café não resolve nada. Mas é tudo que nos resta. E eu confesso pra vocês que essa é a primeira vez na minha vida inteira, que eu não sei como concluir um texto e colocar um ponto final, porque tem coisas que mexem com a gente de um jeito invasivo e sem volta, sem solução sabe? Eu fico meio perdida. Acho também, que pela primeira vez na minha vida inteira. Sigo sem conclusão...

28 de setembro de 2014

Diamantes

1069 e- mail's não lidos na minha caixa de mensagens, no meio deles um aviso de obra vencida da biblioteca, uma notificação do twitter de que há um modelo italiano curtindo meu ''bom dia'', um aviso que minha conta da internet pode ser paga no débito automático, dois convites pra festa, minha tia me marcou em um comentário no facebook, meu pai criou um endereço de e-mail pra ele (milagre), tenho mais um seguidor no tumblr, e nossa, são 1069, não vou chegar ao fundo disso nem tão cedo. Está um frio por aqui, e de onde estou sentada eu estou sentindo uma brisa gelada no pé da minha orelha, deixei o vidro da janela da sala aberto... Uma ligação interrompe minha produção textual. A voz do outro lado diz a plenos pulmões:  "hehehe Juju!!! Está arrasando corações!" Então eu paro cinco segundos só pra ter certeza de que não matei ninguém, e respondo: "do que você está falando!!!??" Ouço risos do outro lado da linha. "Sabe o loirão? Ele se apaixonou por você, disse que você é linda, uma beldade, perguntou onde estava e por que não tinha te visto, e quer que eu levante sua ficha, disse que vai te levar pra sair." Eu ri, muito, e alto. Homem forte, loiro, alto, com olhos verdes, vamos lá, bonito e turista. Apenas respondi: "nossa, sério? Não esperava isso, mas, diga que obrigada, já tenho um compromisso esse fim de semana... bjs". Pensei com os botões cromados do meu sobretudo: "levantar minha ficha?" Que tipo de "coisa" as pessoas pensam que somos? Não vou julgar o interesse do homem, afinal não o conheço e vou dar o benefício da dúvida, pode ter sido um interesse genuíno. Mas as vezes tenho medo de ser só bonita, tenho medo que não enxerguem nada além do meu corpo, somos mais que isso, somos mais do que cifras na carteira, somos mais do que os objetos que nos enfeitam, estamos além da maquiagem, dos brincos, dos sapatos, somos muito mais. Temos pensamentos revirando nossas mentes, temos mentes revirando nossos mundos e outros mundos dentro das nossas vidas. As vezes me pergunto se estou mesmo administrando tudo direito. As vezes é difícil fazer a coisa certa, manter o peito aberto, tomar decisões, organizar a vida pra não magoar ninguém, e infelizmente, não magoar ninguém, as vezes quer dizer que você vai se magoar... muito. Esse texto,  como tantos outros que escrevo, não foi escrito em um só dia. E as memórias aqui, não são de um só dia também. E pensando nisso, querendo ser atemporal, vou falar de "ontem", que pra você parecerá ontem, pra mim, bom, é uma memória que guardei, uma memória com uma percepção. O livro estava no meu colo, e eu deixei pequenas e teimosas lágrimas molhando meu rosto, a luz da pequena lâmpada acima de mim refletiu no meu anel e as pequenas pedrinhas refletiam um brilho azulado muito bonito, fiquei parada olhando, um pouco estática com meus pensamentos. Na minha cabeça um único pensamento formava um todo: "somos qualquer coisa loucos, e Deus nos brinda com pequenos milagres". Era isso que eu tinha em mente quando lia a frase que cavou uma cratera no meu coração. Me fez pensar: "o que são 1069 e-mails na noite? E o que significa um homem querer minha "ficha"?" Deus não precisou levantar minha ficha pra me amar, ele não precisou organizar minhas preces em pastas dentro da sua caixa de mensagens. Ele me viu, e me amou, ele me ouviu e embora eu não saiba com todo certeza se vai mesmo fazer algo a respeito, ele me ouviu, e isso tem bastado tanto pra me tirar lágrimas, quanto pra secá- las. A notícia de que ele não mudou não é novidade pra mim, mas fez toda diferença dentro de mim. Foi como colocar água em um solo muito muito seco, muito muito pisado, muito desgastado e infértil. As vezes, o que carregamos dentro do peito só brilha sob a luz certa. Assim como o anel que tenho, que brilhou como se fosse um diamante. Eu sei que não são diamantes. Mas o brilho dele me fez pensar em como eu sei que Deus nos olha, e sob a luz dele, somos diamantes. Sob a luz de um olhar certo, de um coração bom, nos tornamos bons, e não falo apenas de Deus, falo também de pessoas que enxergam pessoas. Então pensei em todas as vaidades que nos entregamos, e percebi, de novo, que quando a vida conta uma história, você tem que parar pra ouvir, por que é a mão de Deus escrevendo algo em você, pra você. Coisas podem acontecer por acaso e podem não significar nada e não trarão nem dor e nem ... nada, por que fomos nós que escolhemos de alguma forma. Mas, coisas acontecerão e vão nos mostrar o milagre que é sermos tão pequenos e tão falhos e mesmo assim tão queridos, tão inigualáveis, humanos. Mas no entanto, as vezes Deus nos mostra que temos tudo, e nos dá razões pra sermos gratos, e as vezes ele faz isso que fez comigo, ele revela o vazio que temos por trás de toda nossa determinação, ao ponto de sermos gratos por ele nos dar fé e paciência, para que chegue o dia que ele nos preencha. E eu sei que haverá um dia assim. Um dia em que estarei molhando meu rosto com outras emoções, olhando um anel com outra percepção. Afinal, sob a luz certa as pedrinhas de um anel comum podem ser extraordinárias. Segue uma Juliane simplesmente surpreendida com os pequenos milagres. E enquanto os grandes não chegam, vou voltar aos meus e-mails, pacientemente.

Olá, meu nome é Juliane Schimel, e escrevi esse texto com uma cratera no peito, e espero construir fundações dentro dela. No mais, fale comigo pelo.. não, não me mandem e-mails essa semana, me mandem flores! Bjs bjs

5 de setembro de 2014

Significado de significar

Engraçado essa coisa de significado. Um nome pode significar muita coisa, mas pode não ter nada a ver com quem o carrega. E alguém pode significar nada pra outra pessoa. Então percebemos que na matemática que rege o universo nem sempre dois mais dois são quatro.  Eu acredito muito nos significados, eles nem sempre carregam nomes com formalidades, protocolos ou contratos, mas são tão sérios quanto. Tem pessoas que lutam pra significar alguma coisa na vida, pra significar alguma coisa pra alguém. E as vezes ficamos cercados por tantos significados que não são nossos. E cada um tem a sua história, o seu trajeto, a sua individualidade. Mas o pior de tudo mesmo, é significar nada pra alguém que você gostaria, com toda sua alma e seu coração, de significar tudo. Hoje de manhã uma moça entrou no ônibus. A expressão dela era muito desesperada. Ela precisava pegar o ônibus que iria direto pra rodoviária, mas esse ônibus não passou. Ela não podia perder o ônibus pro Rio, esbravejou dois palavrões e bom, parecia que ia chorar. Nessa hora eu me perguntei o que significa o que eu estou fazendo com a minha vida? De repente me pareceu que a maioria de nós apenas corre atrás do rabo. Queremos sucesso em nossas carreiras, queremos ficar ricos, por quê não? Queremos coisas bonitas, casas bem decoradas... mas qual é o significado disso? Nos vestimos bem, comemos em lugares caros. Isso esmagou meu coração essa manhã. O que eu estou fazendo com a minha vida?! É bem aqui que todos aqueles significados que você ajuntou debaixo das asas, como uma galinha que junta pintinhos, perdem o valor, despencam como ações da bolsa de valores, vão a falência. Eu tive vontade de me sentar e chorar longamente, porque não é fácil ver algo escorrer pelos dedos. Não é fácil perder. Ainda mais se você já tentou tantas vezes. Como com a moça que precisava ir pro Rio, as vezes o ônibus não passa. E tudo que temos a fazer é esperar outro, fazer uma prece e desejar que embora nossos corações fiquem partidos, tudo fique bem. Nessas horas até um "tá bom" deixa tudo mais claro. E não chore caso você ache que o amor não tenha chego pra você. Não se preocupe. E não perca o entusiasmo. Continue remando, mesmo com os dedos doendo, porque ao fim de todo trabalho tem uma recompensa significativa.