28 de abril de 2015

Ternura


Ai a ternura... vi a ternura ontem no centro movimentado do Rio de Janeiro, e por que não? Uma cidade grande sempre tem de tudo. Eu estava parada no transito, foram os 30 segundos que fizeram do meu dia, um dia mais florido. E lá estavam, pai e filha num sorriso cúmplice. Não sei explicar, não sei se observo demais ou me distraio, mas acabo vendo essas coisas, essas coisas que caberiam numa fotografia em preto e branco e poderiam acabar numa exposição dentro de uma galeria famosa. Ela estava saindo da escola, o pai abriu o portão, ele estava de bicicleta, ela ainda sorria quando o pai colocou o capacete nela, ele não, ficou sério, a ternura é uma coisa muito séria, depois ele sorriu de novo e ela sorriu de volta, não vi ele a colocar na cadeirinha, o transito andou,o carro andou e eu fiquei pensando na ternura. Charles (Chaplin ) tinha razão quando disse que precisamos de mais bondade e ternura que de inteligência. Fico imaginando, se tivéssemos mais ternura, teríamos menos guerras, então os soldados não atirariam balas, atirariam flores, talvez balas de alcaçuz (que eu amo) e talvez nem existissem soldados. Fico imaginando os chefes de estado, todos numa bancada, arregaçando as mangas, e ao invés de lançarem bombas atômicas, fariam campeonatos de jogos de vídeo game (não violentos, talvez super Mario bros). Eu sempre falo de como a vida é corrida; e se tudo no mundo perdesse a capacidade de ser afetuoso? Não ia ser bonito, a fotografia em preto e branco a ser pendurada na galeria chique não ornaria bem. E de repente a gente vê uma demonstração de ternura no meio de tanta coisa, no meio do transito. Isso mexe comigo de um jeito inexplicável. De repente, deu vontade de estar ali, compartilhando dos sorrisos, me contentei em sorrir de onde eu estava observando, pra variar, distraída. Foi como no dia em que eu estava num restaurante, havia uma família inteira sentada na mesa ao lado da que eu estava, num momento, me distrai da minha conversa e lá estava eu observando bem na hora em que o casal se entreolhava, um senhor e uma senhora, de repente, daquela troca singela de olhares, surge o terno toque da mão dele na mão dela, ele segurou forte por alguns segundos, alguns bem poucos, e ali ficou, e lá estava eu sorrindo de novo, desejando ter aquilo, uma coisa de vida toda que eu pudesse dizer: “estamos juntos há 30 anos e lá vai fumaça”. E eu não escreveria esse texto se duvidasse da ternura de uma mãe por um filho, ou de uma esposa por um marido, de avó por um neto, de um irmão para outro, de filho pra pai, do beijo estalado, do abraço apertado, da cabeça no ombro, do lenço pras lágrimas, do amor incondicional, da vida compartilhada, dos laços que apertam a garganta num nó que as vezes... é bom, é bom ter um nó na garganta e um pingo de lágrima de emoção. E eu não sonharia tão alto com meu próprio paraíso se não acreditasse nisso tudo. A vida nos dá muitas oportunidades de demonstrar amor, e a ternura é como se fosse um tipo de “cuidar”, e eu sempre digo que o “cuidado” é o amor mudo. As vezes, gestos e sorrisos, olhos e olhares, falam mais alto do que uma declaração de amor declamada em um microfone pro mundo inteiro. Nem sempre saberemos que somos amados através de lindas palavras, nem todo mundo sabe dizer “eu te amo”, mas as vezes as atitudes gritam de uma forma extravagante, e só não enxerga a ternura quem não quer ver. Ontem eu vi, e vejo todo dia. Faz parte da vida ser amado um milhão vezes multiplicado por 63 (rsrsrs), e a ternura pode até vir da mesma pessoa todos os dias, o que importa é que ela nunca deixe de ser aquela coisa bonita que dá vontade de tirar uma foto em preto e branco e pendurar numa galeria de arte famosa. Boa noite, e bons sonhos...

25 de abril de 2015

Desgosto à parte


Eu estava quietinha lendo meu livro, (um romance da Nora Roberts que por razões que não se explicam eu adoro), quando me deu aquela sensação estranha, uma coisa que me fez fazer cara feia como se eu tivesse comido jiló muito azedo,(mas eu adoro jiló à milanesa), como pode a simples mensão do nome de alguém causar tanto desgosto? E como pode um sentimento tão ruim nos inquietar tanto? Sempre que não quero ser incomodada, (e não me olhe torto porque todo mundo tem esse momento), eu pego meus fones de ouvido, coloco numa play list e pego meu livro, mas admito que dessa vez foi impossível, o desgosto me desconcentrou durante a meia hora seguinte. E eu, como uma boa pessoa, tentei afastar do pensamento todas aquelas coisas que se misturaram e ficaram embaçadas por causa do desgosto e organizada e perfeccionista como sou, tive que fazer o que faço sempre que fico inquieta. Respirar e pesquisar sobre o assunto. Abri o Google, companheiro de pesquisas, e fui procurar o que significava a suma palavra; calma, não vou transformar meu texto numa tese para doutorado. Eu só queria entender a raiz, saber de onde vinha e para onde pretendia ir esse sentimento de desgosto. Mas essa não é era reposta que o Google pudesse me dar, essa reposta só pode vir do meu próprio coração,(eu que acreditava até bem pouco tempo que dentro do coração só tinha sangue...), enfim, acontece que no coração "cabe o meu amor, cabem três vidas inteiras, cabe uma penteadeira", e também cabem tantas coisas feias se a gente permite. Cabe até o desgosto que é quando a gente faz cara de quem comeu e não gostou. E como resolve? Não é tão fácil. Eu posso ir até a pessoa e, bom, o que vou dizer pra ela não vai ser bonito como um poema e talvez eu não vá ser tão educada e polida como deveria ser a dama que sou, e talvez eu grite. Esse é o caminho mais fácil. Espalhar mágoa inadvertidamente ( adoro essa palavra!). A segunda opção é fazer uma oração...
"meu amor, essa é a última oração, pra salvar seu coração...", e o meu também. Não tenho dúvidas que perdoar seja a opção mais saudável,
e as vezes precisamos nos perdoar mais do que perdoar o alheio. Talvez o alheio esteja alheio mesmo, talvez nem saiba do desgosto que carregamos, se sabe, talvez nem ligue, se ligasse saberíamos, ou talvez até ligue e nós é que ignoramos. Mas, procurar a paz e o perdão ainda me parecem uma solução mais saudável, não bonita, não elegante, não polida, saudável. Nem tudo que é saudável dá pra engolir fácil, mas ainda sim é melhor do que engolir sapos, ou no meu caso, o desgosto. Meu desgosto ficou só na cabeça, ficou onde eu lembro das coisas que já passaram e me machucaram tanto,(eu divido as coisas em pastas mentais, organizada ou maluca, da certo), não deixei que o desgosto descesse pro coração... "coração não é tão simples quanto pensa, nele cabe o que não cabe na despensa". E o que eu fiz com o desgosto? Bem, eu guardei meu livro, tirei os fones de ouvido e após ouvir meu coração e pesquisar no google, eu apaguei a luz do meu quarto e peguei o celular. No meu celular, bem no aplicativo do blogger, eu escrevi esse texto. (E entendi tudinho, porque pra que eu me resolva eu só preciso entender o assunto, talvez você, assim como eu, tenha alguma coisa tirando seu sossego, é bom parar um pouco e ouvir a si mesmo, (não digo pra usar meus métodos, eu sou pancada, elegante e polida, mas pancada),mas acho que vale uma reflexão, uma ação, talvez um tempo pra saber o que fazer ao invés de jogar tudo no ventilador. Perdoar não é esquecer o que foi feito, muito menos conviver com quem fez se essa for uma escolha, mas traz paz, mesmo que exercido diariamente e exaustivamente. Adeus desgosto! Ponto final).

23 de abril de 2015

The One


TheOne94, foi essa a imagem que quebrou meu coração, (eu vivo com o comboio de corda quebrado, nada grave, só inspiração, Fernando Pessoa que o diga). Quantos "the ones" temos na vida? Esse era o 94 de alguém, e isso me fez lembrar da história de Mariana Alcoforado, a freira que amou Chamilly, que a abandonou, e ela amou o amor. Teve apenas um, pra toda vida. Dona de cinco cartas apaixonadas, magoadas, choradas e conformadas. Não se escrevem cartas hoje em dia, também me lembrei disso. Não se fazem mais promessas de amor e votos de fidelidade. Vinicius de Moraes e seu soneto caíram no esquecimento, ( de tudo ao meu amor serei atento...), já não existe o fogo de Camões, realmente, visto do ângulo do Catra, "o amor é um fogo que arde sem se ver", tão leviano quanto pode parecer. E eu escreveria ao TheOne94 por pura curiosidade. São 94 chances de achar o amor? Foram 94 vezes bem amadas? Janis Joplin que se compadeça de nós, que voz. São 94 vidas pra amar? Ou é apenas o número de vezes que foi único pra alguém? Acho que não vou saber a reposta. Eu tenho um the one, com pelo menos 23 tons de cinza bem escuros, (já que o filme está na moda). Não, ele não é perfeito, é mau humorado, tem um vinco na testa que nunca sai, adora chocolate e tem a mania insana de me acordar no meio da madrugada com qualquer mensagem no celular, só pra perguntar: "tá aí?!", hoje eu coloco no silencioso, e ele gosta do Roberto Carlos, o que faz dele alguém único, e os doces, os doces estão entre nós, até acho que um dia ele vai me dar uma aliança feita de bala de açúcar ou de alcassus. Me veio a mente outra vez a história de Mariana, o que ela viu em Chamilly por entre as frestas da abadia foi algo único que só ela poderia saber e sentir. Mesmo Chamilly tendo a abandonado após lhe ensinar o amor, ela não desistiu. Eu poderia imaginar Mariana debruçada em sua escrivaninha, com o olhar perdido, imaginado quantas léguas marinhas separavam Portugal da França, em seus pensamentos ela gostaria apenas de enviar um suspiro a seu the one, só pra que ele soubesse que foi único. E existem muitas formas de ser único. Em alguns corações um grande amor pode ser "o único que me fez sorrir de verdade", "o único a me fazer pensar em casar", "o único a me fazer comer bife de fígado", em outros corações no entanto, o amor fica gravado a ferro e fogo, sacramentado, tatuado, inesquecível, (Sandy & Júnior que o digam com suas músicas eternamente românticas), e essa pessoa se torna simplesmente "a única", e talvez haja remédio para o amor, amar. E o antídoto nem sempre é o que esperamos. As vezes nosso the One fica à mil léguas submarinas, tão longe que não se pode ver, ou talvez ele não esteja tão afim de você, as vezes ama mas não pode ficar nem pro café. Mas no fundo tudo que desejamos é o que Rhumi escreve em seus poemas, e pra traduzir, vou parafrasear Djavan: "um amor tão puro que ainda nem sabe a força que tem, é teu e de mais ninguém (the One)".

22 de abril de 2015

Eu te entendo


Barulho de chuva em noite quente é como mertiolate que não arde em um machucado. E eu sempre digo essas coisas doidas que as vezes nem eu entendo. E eu queria mesmo falar sobre entender. Tem coisas e pessoas que são impossíveis de entender. Gente estranha, no melhor sentido da palavra, se é que a palavra tenha um melhor sentido. O fato, (e eu adoro os fatos), é que as circunstâncias (ou a burrice), as vezes obrigam as pessoas a tomarem atitudes que são incompreensíveis. Me vi numa situação dessas. O caso é que, pra quem está incompreensível, tudo na verdade se encaixa. Quem está de fora é que se perde. Mas tem momentos em que um pouco de incompreensão faz bem pra sociedade. Por isso eu não forço o tempo que existe entre agir e superar, pra quê forçar as coisas? Principalmente se são coisas que não se entendem. Não digo que o tempo dê clareza aos fatos, porque nem sempre acontece assim, mas digo que o passar do tempo nos mostra exatamente importância que tudo tem, sem precisarmos necessariamente entender as coisas e/ou as pessoas (filosofando apenas, rsrsrs). O tempo nos mostra que certas situações são muito pequenas perto de algumas pessoas, principalmente se as amamos. E algumas pessoas, infelizmente, ficam tão ínfimas quanto as situações que as envolveram. Deu pra me entender (rsrsrs)? Ninguém, por mais que estude, pesquise e conviva é capaz de entender a tudo é a todos por inteiro. As vezes precisarmos confiar mais um pouco naquilo e naquele que não entendemos. Nem tudo precisa ser fato, existem momentos que só pedem um pouco mais de fé e confiança.

8 de abril de 2015

Felicidade

A felicidade é um prato que se come cru!!! Pausa para gargalhadas: hahahahahahahaha. Gargalhada escandalosa, sonora e que vem direto do fígado! Já dizia aquele velho sábio, sabe quem é? É, ninguém sabe. Mas já dizia o velho sábio que você sabe que está feliz de verdade, quando seu fígado sorri. Eu não sei se é verdade mas ele é sábio e a barriga de todo mundo balança quando surge aquela gargalhada de felicidade, e não encolha a barriga, Deus tá vendo. Eu disse que a felicidade é um prato que se come cru não é? Pois bem, sou louca só um pouquinho(disso todo mundo sabe),vou explicar. Eu imaginei que estar feliz é como comer flores, dá pra comer orquídea? E margarida? Eu não sei. Mas quando estamos felizes, não parece que engolimos flores, buquês inteiros, jardins? Que gulosa!! Aí as flores, elas fazem cócegas no fígado, e surge A Gargalhada. Taí minha teoria. Você faz o que te faz feliz? Tem gente que só engole sapo, que nojento, tome tenência! Tem gente que só descasca abacaxi, que vergonha tenha mais paixão, ainda tem gente que só finge ser feliz, que falso deve comer cadarço(foi o que rimou).. e procura daqui, procura de lá(cuidado com a cuca, ela vai te pegar!), e procura no beco sem saída, no pântano perdido, no castelo do vampiro, no copo de bebida, naquela pessoa que não te quer, no emprego que não valoriza seu talento, na faculdade que escolheram por você, na vida que você não pediu pra Deus, e isso é ser feliz? Eu falo mesmo, quem ler, que leia. As pessoas deveriam se envergonhar por não sorrir, deveriam se envergonhar por não serem felizes, ao invés disso, se envergonham das suas aparências bobas. Deixa eu dizer o que o sábio disse, ele disse que a beleza acaba e na morte, não levaremos nada. Vamos comer salada de flores. A felicidade é uma escolha sofisticada. Ouça garota, nenhum cara de Nova Orleans pode te fazer feliz, mas se você ouve o som do jazz e do blues, saia pra rua e venha dançar! É mais menos assim. Então você acorda pela manhã e se faça uma afirmação e uma pergunta muito sérias por sinal,(essa pergunta é de direitos autorais do meu pai, um cara sábio):
"Lá no alto daquele moro tem um pé de goiabeira. Quem roubou minha bicicleta?"
E não tem como não rir de si mesmo. Com remela nos olhos e tudo! Ria de si mesmo durante o dia, diga mais obrigado, abrace alguém, seja abraçado, sorria pra meninha com a cara suja de sorvete, acene pro Manel da padaria, dê um beijo de língua! Kkkk Mas pelo amor de Deus, todo dia e toda hora, não se esqueça de ser feliz. A felicidade é um prato que se come cru, porque ela é uma vingança contra a tristeza. Essa teoria é mesmo minha, sou possessiva rsrsrs. Tem gente que tem aqueles "sorriso" que para o trânsito, tem gente que só tem um atacante, mas quando ri, contagia até o Pelé(sei lá porque falei do Pelé), fique perto de pessoas assim, se embriague delas e se elas chorarem, chore também, mas conte uma piada depois. Faz parte da vida sabe, ser feliz, feliz com pouco ou com muito, você vai me dizer:"olha a louca, ela não sabe o que enfrento." Vamos conversar cinco minutos, vamos ali, ali no cantinho. Eu estou hahahaha com meu fígado. Só pra você entender,escolher é o maior presente que você poderia ter recebido na sua vida inteirinha, não podemos desperdiçar isso como se ontem e hoje fossem iguais. O passado passou, eis o presente. Você pode escolher ser tudo que você escolher ser. Agora uma última perguntinha: Você tá hahahaha com o seu fígado? Deixa eu ir pra tentar achar minha bicicleta!

5 de abril de 2015

O amor é o sabor


Se o amor te der um nó na garganta, não resista(?). Ouvi histórias de amor e de repente estava virando o rosto, engolindo aquele nó com uma certa dificuldade, arregalando os olhos pra lágrima não descer. Sorri com as histórias, compartilhei da emoção e prestigie o passar do tempo ao redor da aliança, dos votos sobre: "o que Deus uniu o homem não separe". Só aprendemos a amar quando temos alguém, "o alguém"? Mas isso é certo? Quero dizer, no amor entre duas pessoas que resolvem unir suas vidas, é certo ensinar a amar? O que é o amor? O que faz um estar com o outro por 50, 60,70 anos, suportar manias, defeitos, sucessos e felicidades, derrotas e falências? Eu pensei que talvez pelos filhos. Mas são amores tão distintos, deixei de lado. Então pensei que hoje em dia, o amor é escasso, não há tempo, pra amar é necessário tempo? O tempo não nós faz conhecer ninguém, o tempo mostra as nuances e nós escolhemos amar. Ah meu Deus do céu! É tudo uma escolha?! Pensei que sendo uma escolha eu estaria perdida, quem vai me escolher? Esse é o pensamento de tantas pessoas, esperando o cosmos escolher, esperando a família escolher, escolhendo numa praça ou num bar, procurando um rosto dos sonhos, alguém que ame e ensine amar e também aprenda. Então, no meio da história de amor que ouvi, surgiu a frase de quem já ama a 28 anos: "Quando tem que ser mesmo, não tem nada que impeça". Nada que impeça? Santa confusão. O amor é de repente como nos filmes? A primeira vista e cheio de emoção? É como alguma coisa que chega devagar, quebrando barreiras de traumas e dores antigas? É uma escolha, como se escolhe um belo vestido? É incondicional e eterno? Transcendental e atemporal? Foi então que me engasguei de novo. Porque é absurdo definir o amor, é estapafúrdio definir o jeito de amar. O amor tem que ser sabor delicado, com um fundo picante. Mas tudo que aprendi é que cada qual dá sua forma, combina os temperos, bota no fogo... é uma receita de dois, três não cabem e um não é o suficiente. Já viram aquela propaganda do trivago, onde o homem carrega a mulher no colo de um jeito tão singelo e ela quer ir pra Berlim,(no lugar mais barato!)? Pois bem, é só um comercial, mas serve de exemplo, eles se amaram de alguma forma inexplicável, e escolheram a forma de amar. Combinaram os temperos e deu certo, ajustaram os fuso horários,(escrevi certo?), acontece, assim espera a humanidade,(com passos de formiga e sem vontade). Eu poderia desejar que o amor nos pegasse de jeito e fizesse o que ele faz, mas não... desejo só boa noite, porque apesar da beleza, conto de fadas é só para dias especiais e desenhos animados. E sim, eu sou tão clichê quanto uma Birkin com cheiro de nova.

3 de abril de 2015

Gratidão


Quantas vezes você parou pra agradecer? Me peguei pensando nisso essa semana. Quando a vida nos dá mais motivos pra pedir do que pra agradecer, quando tudo aparentemente parece não ter uma solução plausível ou fácil, quando está fora do nosso alcance ter o controle de tudo, quando não podemos esticar o braço pra fazer algo, o certo não seria agradecer? Porque quando não podemos nada, Deus sempre pode tudo e ele sempre coloca pessoas em nossas vidas que são fonte inesgotável de gratidão. Sempre acreditei que quando tudo fosse difícil a fé tornaria tudo muito fácil, junto com a gratidão por ter tantos anjos ao nosso redor cuidando de nós. Anjos de carne e osso que não se importam em ser nossos braços e nossas pernas, que choram as lágrimas que nós choramos e são gratos por nossas vidas. Essas pessoas são o exemplo claro do amor de Deus. Por isso, eu não peço muito, mas que Deus sempre me dê a capacidade de praticar a gratidão. As vezes a vida é tão corrida e tão difícil, compromissos pra lá, trabalho pra cá, realizações, problemas, a vida é cheia disso tudo sabe, mas vale a pena parar cinco minutos e apenas agradecer. Fechar os olhos, seja numa igreja ou no escritório, seja no ponto de ônibus ou parado no carro no meio do trânsito, feche os olhos e agradeça por sua família, seus amigos, sua vida inteira. Deus não precisa que sejamos bons oradores, ele sabe ouvir nosso coração. Hoje é sexta- feira santa, é uma ótima oportunidade pra limpar a mente e simplesmente pensar no que Ele fez e sermos gratos. A gratidão alivia nossas cargas pesadas.

25 de março de 2015

Aproveitando


As vezes a gente se engana. E  quem pode conhecer por inteiro a engenhosa trama da vida? Um dia estamos abrindo as caixas com laços vermelhos e no outro estamos embalando tudo novamente e guardando com cuidado pra usarmos depois. Sonhos em conserva. Tem momentos que paralisam a vida inteira. A solução é sentar- se e apenas aprender a ser resiliente. As pessoas fazem perguntas, umas preocupadas, outras apenas curiosas, mas temos que aprender que não podemos responder a todos, não devemos responder a todos. Só nós conhecemos nossa dor por inteiro e ninguém é obrigado a nos entender. Alguém deveria ter dito pra Carolina Dieckmann que raspar a cabeça não dói, mas a biópsia da medula... ingênua rede globo, essa dói pra duas semanas. Nessas horas a gente descobre que no meio da engenhosa trama da vida, a família é mais do que tudo. E eu estou grata. Grata por não ter repostas e nem o controle. Grata pelos que se afastaram e pelos que se achegaram, grata pelo dia que começa e pelo dia que termina. Porque esse é o privilégio de se estar dentro da engenhosa trama da vida, aproveitar.

15 de março de 2015

Sem razão, sem motivo

Estou procurando a razão, mas não estou achando o motivo.

É uma daquelas alegações totalmente aleatórias pra quando eu não entendo porcaria nenhuma. E não estou falando da minha saúde. Estou falando das pessoas. Será mesmo que precisamos ser tão volúveis, frios e grosseiros? E por que eu tenho que ter essa percepção? Eu fico imaginando que as outras pessoas ao redor, não tem que entender nada sobre as outras pessoas, mas seria de muito bom tom que ao menos entendessem algo sobre elas mesmas. Assim, não tratariam as outras de qualquer maneira. Será que eu estou errada? Será que eu estou mandando uma indireta? Nem um e nem outro. Enfim, se uma pessoa passou por certas coisas na vida ou não, isso também não interessa. Gentileza, compaixão, bondade, amizade etc e tal... são coisas que aprendemos praticando com boa vontade, se for forçado perde a graça, me entende? Se praticamos só por religião, é frio. Se fosse só corporativo, seria morto. Tem que ter algo mais. Podemos escolher a maneira como lidamos com tudo. Se ficamos doentes, se ficamos pobres, se passamos fome, se o salto quebrou ou se o seu chefe não te deu bom dia, na verdade, é o que se tem por dentro que faz com que procuremos uma razão e um motivo pra coisas e atitudes que as pessoas tomam e não entendemos. Na verdade uma razão e dois motivos. Podemos brigar ou nos arrastar ou podemos aguardar pra que tudo volte ao lugar. Mesmo sem entender os motivos alheios. Respeito é a chave da vida, sabe?

13 de março de 2015

Um pedaço de nós doces


Ele dirigiu por duas horas e trinta e seis minutos até chegar em casa. Estava chovendo bastante, o bastante pra ele querer se aconchegar diante da lareira. Abriu a porta de casa, as luzes apagadas. Jogou as chaves na bancada de mármore e suspirou. Muitas luzes foram acesas na vida dele. A dela era a mais forte. Ela não estar ali na cozinha com ele, era como um crime contra a humanidade, ficava vazio, sem graça. Ele abriu geladeira e lá estava o pote decorado com melancias, dentro tinha salada de frutas. Havia qualquer tipo de tempestade nos olhos dele, quando ele olhou a Nutella perto do biscoito maizena. E ele lembrava nitidamente de odiar aquele rock que ele agora amava quando ela ouvia, odiava o jeito como ela lhe roubava a caneca de café pela manhã, mas ao mesmo tempo amava, e agora, veja a falta que estava fazendo toda aquela coisa de ser doce, duas horas de trânsito não ajudavam. Ele entrou na sala de estar, acendeu as luzes, e lá estava o porta retrato, ela sorria impecável como uma doce menina, na ocasião, para ele, e vestida de branco. Naquele dia eles se encontraram num altar, e ele deu pra ela um buquê de jujubas que eles dividiram mais tarde naquele mesmo dia. Um dia que valia a pena ser gravado no fundo da retina. Ele enfiou a mão no bolso esquerdo do terno, tinha uma bala. Foram os doces que os uniram. Ele ainda lembrava daquele dia no mercado, os dois pegaram sem querer a mesma caixa de froot loops, ambos sorriam da coincidência, papo vem, papo vai, ele se apaixonou quando ela dividiu com ele a barra de chocolate Duo da Nestlé, e ela bem que amou, quando ele sem "propósito" lhe comprou uma cesta de chocolates sortidos. Ele apagou a luz da sala e seguiu para o quarto, abriu a porta bem devagar. Lá estava ela, seu perfume enchia o ar de doçura, aquela doçura sublime, que não enjoava, mas fazia querer estar perto e aquela saudade, aquele olhar dele de tempestade que haviam nele, eram como uma nuvem de algodão doce, que derretiam toda vez que ela estava ali. Ele tomou um banho, pegou a bala que tinha no bolso e se aconchegou onde mais queria estar.-Boa noite, meu amor...- ela ainda conseguiu dizer- Pensei o dia todo em você...
-Boa noite, querida, também pensei o dia todo em você, te trouxe aquela sua bala preferida.
Ela olhou nos olhos dele, sorriu e o beijou fazendo-o esquecer da amargura do dia, beijo doce feito doce de leite caseiro.
-Amor, você só trouxe uma e eu sei que foi de coração... mas nosso filho, pra nascer doce, vai precisar de mais umas duas ou três...
Os olhos dele, arregalados, mais pareciam duas balas de anis.
-Vamos ter um bebê...
-Vamos sim meu amor, um pedaço de "nós doces".
Duas horas e trinta e seis minutos pra chegar em seu lar doce lar, e tudo até chegar ali valeu a pena, do primeiro sorriso no supermercado até àquele sorriso que ela exibia ao dizer que iria ser mãe do filho dele. Chuva, trânsito, trabalho? Podiam esperar até novo dia renascer. Agora, ele iria ter doces sonhos nos braços de quem mais amava na vida.