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30 de outubro de 2017
Os detalhes
26 de outubro de 2017
Uma história
Então, eu vou contar a história da amiga da amiga da prima, que é amiga de uma amiga minha, que achava que ia morrer solteira. Que trágico não? Um pouco dramático, um pouco forte. O tipo de coisa que se fala depois da quinta caipirinha. E ela tinha tomado a quinta, de frutas vermelhas. Eu só estou repassando os fatos, mãe do céu, não me julguem. O fato, e eu amo os fatos, é que ela estava furiosa. Ela estava muito furiosa, e a amiga da amiga da prima dessa amiga da minha amiga me disse o que ela falou depois da quinta caipirinha.
"Mas tá tudo errado mesmo! E eu vou ficar solteira pra sempre.. só porque esse mundo é ingrato. Eu estou errada por acreditar que isso seja uma realidade? As pessoas começam um relacionamento por quê? Por causa delas mesmas. Porque elas são solitárias. E começam a namorar com quem? Com pessoas que são o seu reflexo. Mas acontece que depois de olharem o reflexo, elas vêem os defeitos delas no outro e o que fazem? Tentam mudar nos outros o que não conseguem nem mudar nelas! (Pausa para um arroto). E eu, sou obrigada a ficar solteira. É por isso que as estatísticas dizem que 90 dos 130 casais que casaram hoje, não vão passar dos dois anos de matrimônio. Qual é a graça de querer mudar alguma coisa na pessoa por quem me apaixonei? Eu conheci um cara, e ele gosta de jogar poker com os amigos. E contei isso pra uma amiga, e sabe o que ela me disse? "por enquanto você não pode mudar isso nele." Porque eu mudaria algo nele? Algo que veio junto com o cara pelo qual me apaixonei?(Nessa hora o bar- man enxugou uma lágrima com o pano de prato, e o bêbado ao lado também chorou). Eu não quero ficar com alguém que acha que meu cabelo fica ruim do lado esquerdo. Quero alguém que ache divertido que eu goste de jogar boliche, e que se importe o bastante pra que eu mereça dele uma ligação, um eu te amo sincero. E o que é o amor? Um sentimento? Uma ova que é! Sentimentos são voláteis kkkk solúveis, volúveis!! O amor é um verbo. Imutável. E um verbo não se sente. Se faz. O amor é feito por duas pessoas. Não existe predestinação, milagre, alma gêmea. Existem duas pessoas que vão fazer isso dar certo, porque se apaixonaram uma pela outra. É por isso que dá certo! Vamos brindar, sorte nossa existir essa coisa de fazer amor!! Sabem quantas vezes eu saí pra jantar e o cara desapareceu antes até do primeiro beijo? Sabem quantas vezes eu fui cantada e nem tiveram a decência de me chamar pra sair? Sabem quantos caras fugiram com o buquê de flores?? Vocês não sabem?! Nem eu. E é por isso que eu vou ficar solteira, porque uma loira, magra que só fala bobagem é mais bonita que eu, (ela chorou), e o cara por quem me apaixonei, prefere ouvir eu te amo, dela, eu aposto que sim. Na verdade eu não sei. Mas ele também não me disse."
Na verdade meus caros, vamos ignorar o comentário final. E ficar com este, (meu preferido): "o amor é um verbo". E vamos ficar também com a frase: "mas também não me disse." Já somos adultos o bastante pra entender que o amor é algo muito sério, não se pode misturar isso com sentimentos. Você pode sentir fome e se alimentar. O amor é algo como sentir fome e dar algo de comer a outra pessoa. Quando o padre diz coisas como carne de sua carne, ele quer dizer que o amor, custa muito caro, ou seja, sua própria vida, e se você ama, porque não deixar aquela pessoa saber? E bem, nossa amiga estava furiosa porque acredita nisso. Devíamos crer nisso ao nos apaixonarmos, e devíamos crer nisso quando ajudamos alguém ao longo da vida. E bom, a amiga da prima da amiga da minha amiga, disse que amiga dela foi pedida em casamento. No fim das contas. O amor vence. Porque o amor é um verbo, tão vivo quanto o coração que uma garota entrega a um rapaz.
25 de outubro de 2017
O medo
24 de outubro de 2017
Ainda sobre significados
23 de outubro de 2017
Pequenas rotinas, significados imensos
É de noite. Estou voltando pra casa. É muito bom saber que terminei bem o dia. Não foi mais um dia. Foi um dia de boas lutas, boas risadas, com altos e baixos. E sabe, tem dia que você sangra pelas suas resoluções, pelas soluções alheias. Mas um dia o medo se vai e você enxerga como tudo é simples e claro, também raro. Uma única frase de alguém pode ser apenas isso mesmo. Mas uma única frase da pessoa certa pode te devolver a inspiração. E lá vamos nós de volta pra casa. A lua brilha no céu pintado de estrelas e penso nele. Eu achei que era boa em me esquecer das coisas, mas me dei conta que não preciso esquecer se eu não quiser. Posso viver tudo que eu quiser viver. Posso manter minhas mágoas ou esquecer delas, assim como esquecemos qualquer noite de verão. Quem é ele? O tédio do dia- a- dia, aquele que nos acompanha nas nossas rotinas. Eu sorrio pra ele como uma garotinha travessa encantada com o parque de diversões. Sabe, temos que repensar sobre o tédio. As pequenas coisas monótonas mantêm a vida... Um delicado beijo repousado nos lábios do marido que sai apressado pro trabalho. O afago nos cabelos desengonçados do pequeno garotinho com a mochila da escola. O suave apertar de mãos que fecha um acordo. A singela troca de olhares quase imperceptível que os amantes trocam sentados no banco da praça. O sorriso de canto que uma mãe dá ao saber que sua garotinha está virando uma mulher. o simples "eu aceito" em um matrimônio, são coisas tão pequenas com significados tão imensos. Devíamos olhar mais os pequenos rotineiros detalhes de quem amamos. Por Deus que deveríamos. Deveríamos encostar nossos ouvidos em seus corações durante um abraço apressado e sentir... a vida. Faz anos que deixei de ser uma menina. Mas minha lembrança mais sólida é da minha mãe fazendo o café da manhã. O cheiro do café passeando pela casa toda até o meu quarto, e eu ficava feliz em levantar da cama, e no silêncio, nós duas na mesa, na minha frente uma caneca cheia de café fumegante, o barulho crocante do pão francês, a luz fraca do sol entrando pela fresta da janela. Tudo que me lembro, já mulher feita, é dos nossos olhares de cumplicidade, coisa de mãe e filha. Coisas que embora eu tivesse vivido muito, eu gostaria de aproveitar mais. Eu e minha mãe nos tornamos mulheres muito cedo. E acabamos trazendo no peito algumas asperezas. Coisas que o passar do tempo transformou em uma poeira perto de todo essencial. E hoje voltando pra minha casa eu senti falta da casa dos meus pais. Senti falta das estrelas fluorescentes coladas no teto do meu quarto. Senti falta do grito da minha mãe pra apagar a luz acesa a toa. Senti tanta vontade de tomar aquele café. É, hoje não foi mais um dia. Mas terminei bem. Por Deus que terminei. Por que as estrelas agora brilham num céu bem real, e o café quem faz sou eu. E eu aproveitei tudo que eu tinha lá em casa. E bem lá no fundo, embora minha mãe não diga, ela tem orgulho. E isso, me dá segurança pra seguir em frente. Foi o que senti nesse dia das mães quando ela me apertou contra o peito e naquele abraço apressado eu me senti completa e apaziguada. Reconciliada com meu futuro. Venha o que vier, estarei pronta na mesa, pela manhã, com minha caneca cheia de café.
20 de outubro de 2017
Mexeu com uma, mexeu com todas?
“- Mexeu com uma, mexeu com todas?”
“- Nem sempre, nem sempre, depende.”
Aaaah as opiniões e os opinantes. Vou opinar, vou opinar, calma. Não posso dizer que não simpatizo com a causa feminista, porque eu sou mulher, sou beneficiada pela luta, porém, prestem bem atenção, muita atenção, eu não sou feminazi, nem apoio extremismo, então, nada de polêmica aqui. Não simpatizo com as ideias extremistas do movimento, porque ao meu ver pessoal, muito pessoal, extremismo não leva ninguém a lugar algum. Mas eu reforço o direito de lutarem, eu reforço, e eu simpatizo com várias outras ideias, que eu quero explorar nesse texto, que eu quero esmiuçar, sobre a história do feminismo, sobre as pessoas que estiveram lá no início de toda história, muito resumidamente.
Breve contexto histórico:
"A Charles Fourier, um socialista utópico e filósofo francês, é creditado por ter inventado a palavra "feminismo" em 1837. A expressão "feminismo" e "feminista" apareceu pela primeira vez na França e nos Países Baixos em 1872, no Reino Unido na década de 1890 e nos Estados Unidos em 1910. O Oxford English Dictionary lista 1894 como o ano da primeira aparição do termo "feminista" e 1895 para a palavra "feminismo". Dependendo do momento histórico, da cultura e do país, as feministas tiveram diferentes causas e objetivos. A maioria dos historiadores feministas ocidentais afirmam que todos os movimentos que trabalham para obter os direitos das mulheres devem ser considerados feministas, mesmo quando eles não apliquem o termo a si mesmos."
O feminismo foi divido em três ondas:
"A primeira onda do feminismo se refere principalmente ao sufrágio feminino, que foi o movimento pelo direito ao voto nas eleições, movimento que ganhou força no século XIX e início do XX.
A segunda onda se refere às ideias e ações associadas com os movimentos de liberação feminina iniciados na década de 1960, que lutavam pela igualdade legal e social para as mulheres", e foi muito importante e fundamental ao meu ver, pra remover da figura feminina o ideal de que ela era uma propriedade e não um ser humano pensante, capaz e autônomo, ele vinha removendo a ideia de que ela não poderia sair pra trabalhar e ter os mesmo direitos de um dito chefe de família, que era sempre destinada ao cuidado do lar, só que né, migas? O mundo sofre revoluções, e a mulher quis o mundo, e fez ela muito bem. O problema todo, era a época, conservadora demais, homens vindos de lares onde seus pais, maridos de suas mães eram os únicos provedores, macho alfa.
"Já terceira onda seria uma continuação e, que segundo alguns autores, é uma reação às falhas das primeiras ondas".
"A primeira onda de feministas, ao contrário da segunda, preocupou-se muito pouco com a questão do aborto; no geral, eram contrárias ao conceito. Os pontos de vista sobre o casamento, sustentava que uma mulher deveria ter o direito de recusar-se a fazer sexo com seu marido, o que antigamente era uma heresia, a mulher não tinha, até então, qualquer recurso legal contra o estupro por seu próprio marido. Primordial, em sua opinião, era conceder a mulher o direito ao seu próprio corpo, que ela via como um elemento essencial na prevenção de gravidezes indesejadas, através do uso de abstinência como método contraceptivo, um direito ao próprio corpo, que qualquer ser humano precisa. A segunda onda do feminismo é um movimento feminista que começou no início de 1960 e continua até o presente; como tal, coexiste com o feminismo de terceira onda. A segunda onda feminista é bastante preocupada com as questões de igualdade que vão além do sufrágio, como acabar com a discriminação.”
“As feministas da segunda onda veem as desigualdades culturais e políticas das mulheres como intrinsecamente ligadas e incentivam as mulheres a entender os aspectos de suas vidas pessoais como profundamente politizados e como o reflexo de estruturas de poder sexistas.”
“A terceira onda do feminismo começou no início da década de 1990, como uma resposta às supostas falhas da segunda onda e também como uma retaliação a iniciativas e movimentos criados pela segunda onda. O feminismo da terceira onda visa desafiar ou evitar aquilo que vê como as definições essencialistas da feminilidade feitas pela segunda onda que colocaria ênfase demais nas experiências das mulheres brancas de classe média alta.”
fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Feminismo
Minha vó, tem 73 anos, ela se casou obrigada com meu avô, literalmente e somente, porque o irmão dela mais velho, chamado arrimo de família, pois fazia um papel essencialmente fraterno paternal do clã, quis se casar com a irmã do meu avô, e nessa brincadeira, ele casou com a irmã da família Schimel, e fez duas das irmãs Miranda, se casarem com os dois rapazes Schimel restantes. Minha avó, não pode estudar, seu pai era violento, matricularam ela na escola e logo desistiram, não sei bem o motivo, mas eles mudavam muito de cidade, segundo minha avó, talvez seja por isso. Na época de adolescente e jovem, o máximo que a minha avó, a mãe dela, as irmãs e irmãos recebiam do patriarca da família, eram reprimendas e surras educativas, violentas, tudo era parte de um comportamento imposto, amedrontador, um comportamento do meu bisavô que era bem despótico, porque ele diminua as pessoas da própria família, pra ser superior a elas. O sexo era parte obrigatória, do relacionamento, a bisa, teve vários bebes, inclusive gêmeos, que faleceram. Ela não podia se recusar ao ato sexual, de maneira alguma, mesmo que forçada ou sendo machucada, não retirava se que a roupa, e era tudo, orgânico e desapaixonado. Quando o homem da casa chegava, a mulher abaixava a cabeça e falava baixo, as crianças muito quietas e com medo, deitavam em suas camas e evitavam até respirar alto, se fizessem artes, apanhavam ruidosamente e eram punidos com castigos, além das tarefas que precisavam fazer durante o dia, pra ajudar na subsistência da família. As meninas aprenderam a arte do corte e costura, os rapazes foram todos ensinados no oficio de chaveiros, sendo assim “minha família” detém o título em Petrópolis, de possuir a primeira e mais antiga casa de chaveiros da cidade. Todos os garotos Miranda e posteriormente os Schimel e os agregados trabalharam lá. Voltando as mulheres, ir ai cinema tinha que ser feito apenas acompanhada de mãe e parentes, era indecoroso a modernidade de andar sozinha por ai, e isso se refletia em tudo, a mulher não podia ficar sem companhia, pois o pensamento era de que ela “seduziria alguém”, e isso não se aceitava. E minha vó, cresceu assim, nesse ambiente, namorou meu avô, e ela conta que beijar na boca e conversar não era bem visto e ela nem gostava, achava nojento beijar. O namoro foi conturbado, meu avô já exibia o “malandreado” do machismo, não a deixava cortar o cabelo, usar salto alto, maquiagem, se produzir era proibido, porque ela era sua posse, seu objeto. A primeira filha da minha vó, nasceu quando ela fez 19 anos, na flor da idade, através de algo que meu avô fez com ela, que ele chamou de “brincadeira”. Pensa que os irmãos dela quiseram matar ele? Não, ele não foi punido, ou xingado, repreendido, mas a minha avó foi. Lhe fizeram um casamento as pressas, ela foi morar com a sua sogra e sua vida acabou-se, em termos, porque ela teve 11 filhos a quem ela ama e sempre se dedicou, se por um lado seu casamento não lhe dava escolhas, seus filhos lhe preenchiam completamente. E a vida dela com a sogra, também exigia seus sacrifícios, ela tinha que seguir as regras da casa. Sentiu solidão, e não pôde conversar com ninguém, se sentia feliz demais quando ficava grávida, mas não havia amor, havia respeito, que foi se deteriorando com o passar do tempo. Meu avô passou a beber, não era uma pessoa ruim, mas era um pai ausente, que nos moldes tradicionais, deixava pra esposa o cuidar do lar e dos filhos, não se envolvia em nada, só punha dinheiro na mesa, e exigia cama, comida, roupa lavada e obediência, não podia cortar o cabelo, ela mesma costurava suas roupas e as roupas das crianças. Com o tempo, e a bebida, meu avô foi saindo da linha, houveram traições, inúmeras, minha vó, não pensem que não, contraia doenças sexuais por isso, camisinha e anticoncepcional? Hahahahahah. Ele teve 7 partos em casa, na cama do quarto dela, a bisa a proibia de levantar da cama e se lavar, e ela dizia que era bem nojento ficar nessas condições, por três dias, e resguardo? Hahahahahahhaa. Passava 40 dias de nascimento do bebê, 30 dias era o resguardo da menina, e o do menino era 40, acabaram esses dias? A pessoa não queria saber se a outra estava se quer menstruada, enjoada ou cansada, sexo era obrigação da esposa, uma dentre as suas muitas funções. Como a displicência total do meu avô, e ele cada vez mais bêbado e desinteressado do vida no lar, minha avó foi obrigada. A assumir o lar, pondo o dinheiro na mesa. Fazia bolos, lavava roupa, cuidava de crianças de vizinhas, costurava, isso tudo equilibrando seus filhos em carreirinha, 11 crianças, as meninas mais velhas, já saiam pra trabalhar cedo também, pra ajudarem nas despesas, foram 17 anos na casa da sogra, sem privada, vaso sanitário 🚽 e sem pia de cozinha. E ela não podia reclamar, pra uma mulher como ela, era muito. O tempo passou, e a vida, tratou com rudeza, de ensinar a ela algumas coisas que nós, com 30 anos, não precisamos aprender hoje em dia. Ela descobriu o que era, pílula e ligadura, só no décimo filho. Minha avó, nasceu na década de 40, passou pelos anos 50, viu muita inovação, as mulheres que tinham mais dinheiro por causa de seus maridos, tinham seus objetivos, as vezes se tornavam professoras, mas isso era algo que acontecia em famílias de nome e dinheiro, uma pequena parcela de individualidade e independência, mas não muita. Ela tinha seus sonhos, de escrever suas histórias, mas nunca soube ler e escrever bem. Os sonhos ela deixava de lado e criava os filhos, até que nos anos 80, mas precisamente em 86, meu avô pela primeira vez, já vindo bêbado, sujo, desleixado e há muitos anos sem emprego, vinha chegando em casa, querendo bater nela, por achar que ela o estava traindo ou alguma coisa dessas, que o homem machista arruma desculpa pra bater numa mulher, porque deu vontade. Naquele dia, ela o expulsou de casa, e se desquitou. Em 1986. Os filhos já grandes, a maioria trabalhando, ela acolheu todos debaixo das asas até saírem todos em busca de seus lares com outras pessoas. Passou a se arrumar mais, foi morar em outra cidade, passou a beber champanhe, (não nessa ordem kk), ela conquistou uma emancipação de um casamento conturbado, ao qual, nem respeito salvava mais. De 80, em diante, ela viveu sua vida sempre evoluindo de uma casa mais bonita pra outra, sempre decorando aqui e ali, sempre fazendo festa, café da tarde, almoços, não voltou a se casar, se quer pensou em ter outro homem, porque herança do patriarcado machista, é forte, não pensem que não. E a cultura patriarcado machista, é o total controle da criatura que eles julgam ser a mais frágil. Meu avô, faleceu já há 4 anos, morou em um asilo, muito bom, muito bem cuidado por anos, os filhos a maioria se afastou, os netos ele não aproveitou nenhum, e assim foi. Hoje em dia, minha avó tem direito a uma pensão do governo, de aposentadoria por idade, e ela vive bem, viaja pra Friburgo sempre que quer, ainda faz corte e costura, mas hoje ela faz pra se distrair.
Bem, acho que vocês entenderam como funcionava a máquina naquela época e as marcas que machismo deixa na sociedade, uma marca feias e vergonhosa. Minha avó foi apenas uma dentre as milhões, de mulheres na história, impedidas de ter o controle sobre seus corpos e suas vontades. Se por um lado o homem podia tudo, dirigir, votar, ter empreendimentos em seu nome, decidir o que fazer com seu dinheiro, seu sexo, seu corpo, a mulher, não não. Aborto espontâneo, acontecia, cogitar aborto e praticar, é crime, inclusive ainda hoje. Não defendo, prestem bem atenção, o aborto por causas banais ou não, e jamais incentivaria alguém a fazer um aborto por qualquer que fosse o motivo. No entanto, o que eu penso ser bom pra mim, é parte de um intricado de leis machistas rígidas que ainda impedem a mulher de cuidar de si mesma, de ter responsabilidade pelo seu corpo, uma feminista sensata, não fará um aborto, porque é safada, sem coração, assassina, ou qualquer outro adjetivo que venha a sua mente, ela quer ter a escolha de ter um filho ou não, se ela é dona de si e responsável, ela não irá engravidar se ela não quiser, ela vai usar camisinha, ou contraceptivos. Escolhas fazem parte da liberdade humana. A mulher precisa ter direito a escolha. Quando eu penso que o aborto deveria ser legalizado, não é porque eu quero que mulheres abortem organicamente qualquer gravidez indesejada, quando eu defendo o ato dela ser livre pra abortar, através de uma lei, eu estou validando a liberdade de escolha dela, e confiando nos critérios dela, porque o aborto não espontâneo é um ato de responsabilidade consigo mesma. Não concordo com o aborto, porém não defendo sua criminalização como forma se cercear a liberdade. Quantas mulheres sofrem caladas apanhando do marido, porque a lei, só vale depois que ela for assassinada? Vemos casos recentes na TV todos os dias, mulheres assassinadas brutalmente por sexo, porque sim, e porque deve. A mulher vai na delegacia, dá queixa de abusos do parceiro e volta pra casa, é assassinada, e o ministério público vem na TV, e diz: “Não pudemos ajudar, chegamos tarde”. Quando acontece dentro do Big Brother, é bem bonito a delegada encabeçar o caso e levar o caso adiante, independente da vítima dar queixa ou não, quando é o cantor que supostamente bateu na mulher gravida, é bonito ele ser indiciado pelo crime de agressão, mesmo sem corpo de delito, mas quando sai fora dessa linha, as mulheres apanham e são mortas brutalmente, porque crime passional sempre é brutal, e são enterradas e choradas, por suas mães e irmãs. Que não puderam fazer nada pra ajudar, porque igualmente a vítima, elas também residem num lugar machista, sexista e extremamente patriarcal. A gente tem que parar pra pensar que por hora, nenhuma feminista pode pedir direitos iguais, porque faltam os direitos básicos, nas leis e nos homens em geral, no ser humano. Eu não defendo aborto, não defendo a pessoa não se depilar, não defendo ela tratar homem mal só porque ele é homem e homem é o sexo opressor, eu defendo a liberdade delas terem opiniões, mesmo que eu discorde de suas opiniões. A constituição dos direitos humanos prega a liberdade entre humanos, sem distinção entre sexos, cor, etnias, sem distinção. Sempre que houver um homem e uma mulher no mundo (se ele não acabar), eles irão merecer a liberdade pra exercerem seus papéis de direito e escolha. É assim que eu vejo. Não defendo o “mexeu com uma mexeu com todas”, defendo que toda mulher possa e consiga se defender e ter direitos humanos pra si, o direito dela ser solteira, de ser mãe, de trabalhar e ganhar o justo por seus trabalho, assim como os homens livres também fazem. Defendo todo o direito da mulher ser quem ela quiser, contando que ela chegue lá por seus méritos, seu suor, sus valentia e beleza. Defendo que se mexerem com uma, ela tenha o direito e a liberdade de se defender, que é o que eu identifico hoje na sociedade. Quando uma feminazi age fora disso, quando ela cerceia um homem, isso não é a igualmente sendo propagada, isso é apenas a herança patriarcal dela fazendo reflexos. O movimento no Brasil, tem muito oba oba, vide o recente caso José Mayer, que acabaram descobrindo que a moça era amante dele, mas que no entanto a história toda é pilhéria, ela não quis prestar queixa, segundo o colunista Leo Dias, todos na Globo sabiam do caso porque que era visível, o José Mayer escreveu uma carta no mínimo possível pra amenizar, como se tudo fosse quase normal, e as famosas artistas, defenderam a moça, com camisa, campanha, e pra quê? Pra no fim, a causa ser outra, era o gim pretenso de um relacionamento extraconjugal, onde uma mulher se beneficiou de um artifício, pra forjar um caso.
Então, não é bem assim não, “Mexeu com uma, mexeu com todas”.
A expressão deveria certa tem que ser diferente e ir além:
“Mas se mexer com uma, que ela tenha liberdade pra se defender. direitos iguais, mesmo sendo do sexo diferente. Porque somos todos humanos.”
Bem, o assunto é extenso. Vai faltar tópico ai, mas vou finalizar aqui, e retomar em outro texto posterior que já está no gatilho!!
19 de outubro de 2017
Sobre a Páscoa
18 de outubro de 2017
O sucesso
17 de outubro de 2017
Compaixão
16 de outubro de 2017
Para Mulheres na idade do sucesso!
13 de outubro de 2017
O que é importante?
Cartas
As vezes a gente tem que admitir que fracassou. Que lutamos, fizemos o possível, mas não deu. Perdemos. E as vezes a gente tem que desistir, afinal, são muitos números, estatísticas, muitos contras, e as vezes, o exército das nossas boas intenções não dá conta de equilibrar as coisas. De quem é a culpa? Somos fracos e despreparados? O desafio foi maior? Eu não sei. Mas eu sei que as vezes tudo que você tem, que você achava ser seguro ontem, você pode começar a ver escorrer pelos seus dedos lentamente. Aí você começa a pensar: "perder? Não, que isso, é só uma crise, isso vai passar, semana que vem eu vou estar rindo disso tudo!" Mas a semana vem, e passa, e eis sua boa vontade despedaçada junto com a sua esperança. Nessa hora você pensa: "se eu desistir agora, ninguém vai me chamar de fracassado, e não vou parecer rejeitado." Mas chega um ponto na crise que se você insiste em lutar, é melhor que você permaneça no fronte de batalha. Nenhum guerreiro protege a si somente, ele protege os que estão ao seu lado e ele tem um objetivo claro. E eu não sei se a vida ensina isso. Não sei se ela ensina a desistir também. Mas se eu pudesse ensinar, eu ensinaria assim, e colocaria tudo numa carta, bem desse jeito:
Caros amigos,
não fiquem covardes diante da batalha. Prossigam na luta. Ninguém disse que seria fácil, mas os dias de glória estão por vir. Não vejam somente a dificuldade chegando como uma nuvem cinza ameaçadora. Mas olhem pra ela como uma nuvem cinza cheia de mudanças. Vejam bem, meus caros, que civilização sobreviveu sem mudar? Toda dificuldade trás um peso de escolhas. E nem sempre a escolha certa a ser feita é de fato a apropriada. No entanto, nunca desistam dos elos e dos vínculos, das alianças. Nunca desistam do amor. Uma batalha é feita de estratégias e precisamos ser racionais, mas pra obter a vitória, necessitamos ouvir nossos corações. Que todo sacrifício seja feito em favor de alguém. Pois não se pode sacrificar alguém por causa de uma "coisa", ora, coisas, meus caros amigos, coisas não sofrem, não têm sentimentos. Pensem em tudo que for bom e mantenham os olhos na esperança. Não parem de lutar, mesmo cansados, sem recursos, não parem, não descansem. Mas se mesmo no final vocês fracassarem, não abaixem suas cabeças. Verdadeiro guerreiro mesmo derrotado, ainda carrega no peito a marca de vencedor. As cicatrizes, não se envergonhe delas. Marcas de rejeição, de injúrias, marcas que foram deixadas por tantas pessoas que passaram por nós. Não tenha medo de mostrá- las, existem pessoas com as mesmas marcas que irão amar vocês pelo mesmo motivo que outros odiaram. E mesmo vencedores ou perdedores comece tudo de novo. Mas nunca pare de lutar.
12 de outubro de 2017
Conquistas
11 de outubro de 2017
Aponta pra fé e rema
Eu não sei de quem é essa frase. Mas as vezes a gente está de pé em frente ao mar da vida, e simplesmente, não existe outra forma mais “sensata” de encarar o mar furioso do que apontar pra fé e remar de encontro a ela. Claro, podemos sempre nos perguntar, porque o mar está revolto, podemos tirar conclusões precipitadas, erradas ou óbvias fazendo isso. Mas a grande verdade sobre tudo, sobre a vida, é que nem sempre haverá uma razão para um mar revolto. No entanto, eu entendo que o mar revolto forme muitos marinheiros preciosos. Não em detectar tempestades com antecedência, mas em saberem remar e dar abrigo a quem no meio da tempestade, teve seu barco arrasado. Está sem fé hoje? Que tal pegar seus remos e seu barco, e correr pra fé? E não se engane, a fé mora dentro de você, junto com o mar.
10 de outubro de 2017
Amar Alguém
9 de outubro de 2017
A Cabana (Contém Spoliers...)
Como ser impessoal falando de um livro tão inerente a intimidade entre criatura e criador? E se o livro se tratasse apenas de um Deus querendo chamar atenção, por si só já teria sido genial, mas “A Cabana” trata-se de um livro no qual o autor compreende que Deus pode ser tudo aquilo que precisamos. É assim que eu caracterizo a sapiência do William P. Young. “A Cabana” foi Best-Seller no The New York Times e no Brasil muitas cópias foram vendidas, “incontáveis”, e muito depois do lançamento, anos depois, esse livro veio parar nas minhas mãos na forma de um presente. Eu confesso a vocês que eu estava no auge do meu ceticismo religioso. Confesso também que aceitei o presente por educação (Ei, minha mãe me deu modos!). E Nesta ocasião cética, em 31 de Maio de 2014, eu voltava pra Petrópolis, após um dia passeando pelo Rio, e já que eu estava no meio do trânsito pra subir a serra, confesso que não pensei duas vezes entre pegar o celular e pegar o livro, e peguei o livro. Quando eu passei do prefácio para o capítulo 1, e quando eu li todo o capítulo 1, horrorizada e chorando, eu me dei conta que eu precisava mergulhar na leitura de "A Cabana", justamente por ter se tornado tão pessoal naquele momento, e ainda hoje algumas frases ficaram bem marcadas em mim. Quanto as características do autor, eu não o conhecia, não sabia que “A Cabana” era seu primeiro livro publicado (com sucesso em 2007) e também não sabia que ele era formado em religião. O que provavelmente contribuiu pra que ele tivesse uma opinião sobre o divino (mas isso é uma divagação minha, já que ele mesmo não menciona isso). Sobre a leitura, devo-lhes dizer que ele escreve de forma leve, ele conversa com o leitor, de forma simples, sem palavras rebuscadas, sem termos religiosos difíceis de serem compreendidos, e por mais que todas as coisas que ele tenha escrito possam (podem?) ser refutadas por qualquer teólogo, devo dizer que fui cativada sinceramente por cada palavra, desde a minha alma, até o meu intelecto. Nós nunca sabemos que tipo de abismo o nosso próximo escala, e por isso, “A Cabana”, foi um livro muito importante pra mim. Eu devo alertar a você que ainda não leu, que esse livro vai escolher você, se você deixar, e vai deixar em você uma marca. Na capa externa (do lado de trás) se lê: "Se Deus é tão poderoso, porque não faz nada para amenizar o nosso sofrimento?", essa talvez seja uma das questões mais difíceis da humanidade, e a resposta para o Mack foi:
"- Mas ainda não entendo por que Missy teve que morrer.
-Ela não teve Mackenzie. Isso não foi nenhum plano de Papai. Papai nunca precisou do mal para realizar seus bons propósitos."
Além dessa questão que fica intrínseca em toda leitura, eu digo a você que não é preciso que você traga os seus porquês anotados num papel, o próprio livro trará um por um, todos que precisam de respostas, todos que ficarão pendentes, e trará outros questionamentos que você jamais imaginou possuir. “A Cabana” não trata da religião (do rito, dos usos e costumes), se você como eu, for até o livro com conceitos pré-formulados e céticos, vai perceber, que o tempo todo, o autor fala de relacionamento. O relacionamento de Mack com sua esposa Nan, o relacionamento de Nan com Deus, o relacionamento de Mack com os filhos, o relacionamento de Mack com Deus e o relacionamento de Deus com o mundo. “A Cabana” abre uma porta interessante para o pensamento sobre Deus, o pensamento de que Deus é o que é (o Eu Sou), ele é quem você precisa que ele seja desde que você o reconheça, e que isso transcende as aparências e os estereótipos, humanamente falando. Além de Deus personificado como uma "negra enorme" chamada Elousia, o livro também apresenta Jesus no seu formato humano de carpinteiro e o Espírito Santo como Sarayu (o vento), o quarto personagem que vem fechando os questionamentos de Mack, chama-se Sophia, que é a sabedoria de Deus personificada. Duas coisas aconteceram comigo inadvertidamente, a primeira coisa é que eu aprendi a ler esse livro com papel pra assoar o nariz, por que eu chorei muito, não que o livro seja causador de lágrimas de tristeza, devo dizer que algumas vezes chorei simplesmente emocionada com a beleza da leitura, outras vezes por que me enxerguei em Mack, algumas vezes de alívio, como se alguém silenciosamente me pedisse desculpas e outras vezes confrontada e rebelde. Pode ser que não aconteça com você, mas por via das dúvidas, faça um bom café e leve o lenço, a segunda coisa que aconteceu comigo e pode ser que aconteça com você, é que eu senti uma grande necessidade de ler o livro aos poucos, as vezes pegando nele uma vez por semana ou até mais, porque eu precisava analisar e refletir sobre o que eu estava lendo, então pra mim foi uma leitura diferente, foi prazerosa, como se eu estivesse comendo um doce muito suculento, e esse doce no meu interior causava uma digestão longa e as vezes conturbada, não de um jeito ruim, conturbada de jeito bom e agitado. O certo a dizer é que o livro me virou do avesso e me expôs, e que ainda hoje eu carrego comigo o fruto do que eu aprendi com o Mack e a Missy. “A Cabana” é um mergulho profundo, prepare-se para o impacto, (se for ler. Se já leu, espero que tenha sido virado do avesso e que tenha descoberto que o avesso é o seu melhor lado). Espero que essa pincelada sobre o livro tenha sido boa pra você, tanto quanto foi pra mim. E por fim, irei deixar aqui, um pedacinho do livro, que hoje em dia faz parte da minha vida, por motivos muito pessoais, e por esses mesmos motivos, eu espero de coração que nesse livro você também ache as respostas que você procura.
“1
UMA CONFLUÊNCIA DE CAMINHOS
Duas estradas se bifurcaram no meio da minha vida,
Ouvi um sábio dizer.
Peguei a estrada menos usada.
E isso fez toda a diferença cada dia e cada noite.
Larry Norman (pedindo desculpas a Robert Frost)”.
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