"Como vencer quando você não é o favorito?". Li essa frase que é o slogan de um livro, com um pouco de desgosto. As vezes, algumas verdades quando nos saltam os olhos, causam esse sentimento de estar comendo algo ruim. Na vida, nem sempre somos os favoritos a vitória, e acredito que muitas pessoas não estejam preparadas pra perder. Afinal, são tantas as filosofias de sucesso hoje em dia, e a grande maioria das pessoas sempre testemunha seus sucessos nas mídias, é a mulher mais feliz do mundo porque realizou seu sonho de casar, a outra que conseguiu engravidar, é o homem que ficou rico após abrir uma franquia, o outro que comprou o carro do ano, aquela senhora que está fazendo sucesso nisso, aquele rapaz que é um vencedor por conta daquilo, é tanta vitória daqui, conquista de lá, que agora estou na verdade, me sentindo um pouco miserável por ter falhado em tantas coisas. Então, algumas questões ficam dançando na minha mente, se eu tivesse tido êxito, em todas as coisas, o que seria diferente agora, que estou diante da morte? Nada. Quando se está diante da vida, prester a perecer, a única coisa que importa é o quanto você amou e foi amado. E as vezes, até nisso eu falho. Essa é a razão pela qual eu escolho o amor, porque não há mais nada sem ele. Sem o amor, eu sou como um sino enferrujado, que fica tinindo com o balanço de suas cordas. E amar, muitas vezes significa ser indomável, mas nunca orgulhoso, sensível, mas nunca dramático. O sucesso está em colocar o próximo, no mesmo lugar de honra, em que você mesmo já ocupa. E mesmo assim, eu ainda falho.
29 de janeiro de 2017
28 de janeiro de 2017
Pequenas rotinas, significados imensos
É de noite. Estou voltando pra casa. É muito bom saber que terminei bem o dia. Não foi mais um dia. Foi um dia de boas lutas, boas risadas, com altos e baixos. E sabe, tem dia que você sangra pelas suas resoluções, pelas soluções alheias. Mas um dia o medo se vai e você enxerga como tudo é simples e claro, também raro. Uma única frase de alguém pode ser apenas isso mesmo. Mas uma única frase da pessoa certa pode te devolver a inspiração. E lá vamos nós de volta pra casa. A lua brilha no céu pintado de estrelas e penso nele. Eu achei que era boa em me esquecer das coisas, mas me dei conta que não preciso esquecer se eu não quiser. Posso viver tudo que eu quiser viver. Posso manter minhas mágoas ou esquecer delas, assim como esquecemos qualquer noite de verão. Quem é ele? O tédio do dia- a- dia, aquele que nos acompanha nas nossas rotinas. Eu sorrio pra ele como uma garotinha travessa encantada com o parque de diversões. Sabe, temos que repensar sobre o tédio. As pequenas coisas monótonas mantêm a vida... Um delicado beijo repousado nos lábios do marido que sai apressado pro trabalho. O afago nos cabelos desengonçados do pequeno garotinho com a mochila da escola. O suave apertar de mãos que fecha um acordo. A singela troca de olhares quase imperceptível que os amantes trocam sentados no banco da praça. O sorriso de canto que uma mãe dá ao saber que sua garotinha está virando uma mulher. o simples "eu aceito" em um matrimônio, são coisas tão pequenas com significados tão imensos. Devíamos olhar mais os pequenos rotineiros detalhes de quem amamos. Por Deus que deveríamos. Deveríamos encostar nossos ouvidos em seus corações durante um abraço apressado e sentir... a vida. Faz anos que deixei de ser uma menina. Mas minha lembrança mais sólida é da minha mãe fazendo o café da manhã. O cheiro do café passeando pela casa toda até o meu quarto, e eu ficava feliz em levantar da cama, e no silêncio, nós duas na mesa, na minha frente uma caneca cheia de café fumegante, o barulho crocante do pão francês, a luz fraca do sol entrando pela fresta da janela. Tudo que me lembro, já mulher feita, é dos nossos olhares de cumplicidade, coisa de mãe e filha. Coisas que embora eu tivesse vivido muito, eu gostaria de aproveitar mais. Eu e minha mãe nos tornamos mulheres muito cedo. E acabamos trazendo no peito algumas asperezas. Coisas que o passar do tempo transformou em uma poeira perto de todo essencial. E hoje voltando pra minha casa eu senti falta da casa dos meus pais. Senti falta das estrelas fluorescentes coladas no teto do meu quarto. Senti falta do grito da minha mãe pra apagar a luz acesa a toa. Senti tanta vontade de tomar aquele café. É, hoje não foi mais um dia. Mas terminei bem. Por Deus que terminei. Por que as estrelas agora brilham num céu bem real, e o café quem faz sou eu. E eu aproveitei tudo que eu tinha lá em casa. E bem lá no fundo, embora minha mãe não diga, ela tem orgulho. E isso, me dá segurança pra seguir em frente. Foi o que senti nesse dia das mães quando ela me apertou contra o peito e naquele abraço apressado eu me senti completa e apaziguada. Reconciliada com meu futuro. Venha o que vier, estarei pronta na mesa, pela manhã, com minha caneca cheia de café.
27 de janeiro de 2017
Uma vida sem medo
26 de janeiro de 2017
Deus é o culpado?
25 de janeiro de 2017
Aquele momento em mil, não perca os detalhes
Eu estava sentada a uma certa distância, discreta o suficiente pra não notarem meu olhar de espectadora. E ali, bem ali estava a cena, dois segundos, ainda bem que eu não me distraí! Ela estava com a mão sobre a mesa e ele com a mão sobre a dela e os dois se olharam por dois segundos com aquela coisa que derrete as pessoas por dentro. Sabe, aquela coisa que todo mundo quer ter... Tudo que fiz foi tentar não sorrir muito, nem chorar de emoção. Ia parecer estranho que eu estivesse sorrindo pro casal de senhor e senhora apaixonados, ou que estivesse assoando meu nariz em algum guardanapo, inadvertidamente. A cena durou menos de 2 segundos, logo a senhora brincou com um neto e o senhor continuou sua bebida. Mas a questão ficou capturada no meu peito, como uma fotografia. Eu procurei a resposta num dia em que minha mãe escreveu uma carta de dia dos namorados pro meu pai, eu não sei quantos anos eu tinha, mas ainda não tinha licença pra namorar. Ela disse: ''agora você não pode ler o que tem aqui, mas um dia você vai ter um namorado e vai poder escrever pra ele também''. Enfim, o casamento deles tem a minha idade! Seja o que for que tinha na carta... funciona até hoje. E além do mais, contribuiu pra que eu acreditasse nesse "diferente secreto". Até por que as coisas bonitinhas deles se resumem nesse breve comentário que é a razão pela qual gosto muito do meu nome: " O casal teve uma menininha careca e gorda e colocou nela o que seria o feliz encontro do nome deles." E graças ao bom senhor Jesus Cristo vivo, eles tinham um nome normal, e combinando saiu Juliane. O que eu quero mesmo dizer, é que, de todos os ângulos, nós nunca temos garantia. A vida não oferece certezas e estabilidade, por que isso é atribuído a nós (bom, nem sempre). Não importando a crença, nós fomos criados pra "ordenar o caos" (nem sempre), aí vêm os tempos modernos dizendo que tudo não passa de besteira. Tudo é uma transação comercial e é feliz na vida aquele que mais se perecer com o pavão. Qual é gente?! É só isso? Sério? E aquela história de significado, de importância, valores? É tudo papo furado? Só por que a televisão diz que tudo bem, então tudo bem? Eu sempre gostei de pensar que eu teria minha própria história pra contar e que ela ficaria ali, presa em dois segundos sob o olhar de alguém que pudesse reconta - la. Eu não conheço a história daquele casal, mas gostaria de imaginar que diferente do protótipo da perfeição, eles já passaram por problemas, uns corriqueiros, outros muito sérios. Se magoaram, ficaram tristes. Mas se importaram um com o outro e foram corajosos o suficiente pra não quebrar o elo. De repente eu aprendi que não importa o destino, nunca quebre o elo. Não importa o que digam ou que haja alguma estatística falando sobre a margem de erros. Não quebre o elo. As coisas podem ficar difíceis, mas ninguém sobrevive sem uma dose de desafio. Tudo muito fácil enjoa... não é?! As grandes coisas da vida se mantém por que são grandes, mas precisam das pequenas pra terem significado. "Basta um olhar, um toque e nada mais..." As vezes perdemos nossas grandes "coisas" por causa de outras coisas tão sem importância. Por isso, na dúvida, escreva sempre uma carta, e não quebre o elo. O mais importante do todo, são os detalhes.
24 de janeiro de 2017
A delicadeza (e afins) não tem nada a ver com os novos tempos.
Fui no médico essa semana, motivo: praxe. Me queixei de dor no ciático, e ele me ignorou. Eu disse que estava doendo muito, e ele fingiu que não ouviu. Eu disse que doía da lombar até o pé, e ele não se interessou. Então eu disse que eu tinha dormido de mal jeito, e ele me olhou por cima dos óculos como quem quer dizer: "Realmente, moça, não tenho nada a ver com isso", e o que ele disse a seguir refletiu todos os pensamentos dele naquela hora: "Vou te passar um anti inflamatório e você toma por dois dias que passa.". Dois dias passaram, o ciático ainda dói, e a falta de delicadeza do mundo ainda me afronta. Outro dia, eu estava passeando pelo Facebook, quando vi uma postagem da TNT, falando que naquele dia era aniversário do Jim Carrey, eu gosto muito do Jim, dos filmes dele, a TNT enfatizava no texto, o seguinte: "diga qual é o melhor e o pior filme do Jim, na sua opinião...", eu respondo que tirando Debby & Loyde 2 (que eu queria ter o poder de desver), eu adorava todos os outros que já tinha assistido. Horas passadas, um cara respondeu ao meu comentário com a seguinte frase: "Não concordo, Debby & Loyde 2, é dos melhores filmes dele, na minha opinião". Quando eu li, fiquei me perguntando, porque o cara não deu a opinião dele num comentário normal, como a maioria das pessoas fizeram, porque ele veio "não concordar" com a minha opinião, se ali o que fazia diferença era "ter uma opinião só sua"? E é assim que o mundo está girando. A tecnologia e a acessibilidade deram voz a pessoas que antigamente (há 6 anos atrás), não tinham voz, e isso é uma maravilha, mas junto com a turma legal, que comenta coisas bacanas e engraçadas, veio uma horda de bárbaros raivosos, sedentos de sangue virtual, as pessoas não se contentam em criticar, elas querem brigar, sair por cima, partir pra cima, derrubar páginas, perfis, arruinar carreiras. Como nos velhos tempos, onde tudo era rebuscado, assim se comporta o ser humano, com a mesma brutalidade de 20 milhões de anos atrás, só mudou a maneira como as coisas são feitas, os métodos evoluíram juntamente com todo o resto, exceto o comportamento humano que permanece o mesmo, ficamos sofisticadamente brutais. Quando eu leio algo nas mídias sociais que foge da minha compreensão humana de delicadeza e respeito, eu entendo que se continuarmos assim, não iremos muito longe, e é triste isso, porque as pessoas estão se trancando cada vez mais, dentro de uma liberdade de expressão falsificada. A solução, não é simples não. Dessa geração poucos salvam, cabe aos que salvam, reproduzir seu fino trato, na esperança de as próximas gerações melhorem.
23 de janeiro de 2017
Escudo Sob Medida
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Daniel Accioly
E-mail: daniel.accioly1@gmail.com
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22 de janeiro de 2017
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