2 de fevereiro de 2017

A vida é um sopro


As vezes a gente acha que sabe o que esperam de nós. E chega um dia, realmente, em que descobrimos que não sabemos muita coisa. Eu costumo pensar que esse dia, foi separado pelo destino, pra alargar a nossa mente, com conhecimentos novos, alargar o nosso coração, com dimensões novas, novos significados, para palavras já pronunciadas pelos nossos lábios. Eu descobri, novamente, que é possível amar e não gostar das atitudes, de um mesmo ser humano. Descobri que 60 anos, não são nada mais do que 21.900 dias, aproximadamente, por que não contei os anos bissextos. Descobri que 50% de vida, ainda é viver intensamente. E que 1% de mim, ainda é uma parte de mim, mesmo que seja aparentemente pouco. A vida não é apenas um amontoado de momentos, como se diz por aí. Eu sabia desde o início que tinha que ter algo mais. A nossa vida é tudo aquilo que somos, entre pensamento e atitudes, é o bater do nosso coração, aquele bater que o médico investiga, e aquele bater que só o amor pode esquadrinhar. Nossa mente e nosso corpo podem ser treinados, condicionados, levados aos mais emocionantes extremos. E tudo gera, energia. Seja essa energia, boa ou ruim, o mundo é movido (de certa forma), engrenagem após engrenagem, pelo nosso movimento. E eu demorei 29 anos pra descobrir finalmente o que eu espero da vida. Aos 17 anos, eu queria ter uma história pra contar, não queria morrer sem antes fazer algo que mudasse histórias, sem deixar meu nome marcado para a posteridade. Aos 29 anos (ontem), eu entendi a minha busca, eu só quero uma vida regada, repleta e transbordando de amor. Mas eu compreendi mais, entendi que alguém querer algo pequeno, deixa enfurecido quem quer algo grande, e que aqueles que querem algo grande, também enfurecem aqueles que desejam a pequenez. Então, eu percebi que não é possível agradar a ninguém. Porque todos são livres pra ser o que são, mas infelizmente estamos presos num padrão onde nada é o suficiente. Fomos criados por uma sociedade, onde a meta é sempre inalcançável, assim como um provérbio que fala sobre as sanguessugas. Elas sugam e sempre querem mais, elas nunca estão saciadas. O provérbio diz: "A sanguessuga tem duas filhas, a saber: Dá e Dá". Não importa o que, ou como, nós estamos constantemente querendo, sedentos, famintos, e o quanto mais nos saciamos, maior é a ansiedade do vazio. Foi assim que eu descobri o que tantos outros antes de mim já sabiam. A vida é um sopro, e as vezes nós lutamos sem armas, contra essa brisa. E se eu soubesse que alguém a quem eu amo, tem prazo de validade, o que é real, em todos nós, eu apenas teria amor pra doar, ao invés de sugar mais a sua vida. E eu apenas esperaria dessa pessoa, que ela se permitisse ser amada. Quando tudo que você tiver, for o amor, então você terá conquistado tudo.

1 de fevereiro de 2017

Fracassar é normal,mas nunca se deve desistir.



As vezes a gente tem que admitir que fracassou. Que lutamos, fizemos o possível, mas não deu. Perdemos. E as vezes a gente tem que desistir, afinal, são muitos números, estatísticas, muitos contras, e as vezes, o exército das nossas boas intenções não dá conta de equilibrar as coisas. De quem é a culpa? Somos fracos e despreparados? O desafio foi maior? Eu não sei. Mas eu sei que as vezes tudo que você tem, que você achava ser seguro ontem, você pode começar a ver escorrer pelos seus dedos lentamente. Aí você começa a pensar: "perder? Não, que isso, é só uma crise, isso vai passar, semana que vem eu vou estar rindo disso tudo!" Mas a semana vem, e passa, e eis sua boa vontade despedaçada junto com a sua esperança. Nessa hora você pensa: "se eu desistir agora, ninguém vai me chamar de fracassado, e não vou parecer rejeitado." Mas chega um ponto na crise que se você insiste em lutar, é melhor que você permaneça no fronte de batalha. Nenhum guerreiro protege a si somente, ele protege os que estão ao seu lado e ele tem um objetivo claro. E eu não sei se a vida ensina isso. Não sei se ela ensina a desistir também. Mas se eu pudesse ensinar, eu ensinaria assim, e colocaria tudo numa carta, bem desse jeito:


Caros amigos,


não fiquem covardes diante da batalha. Prossigam na luta. Ninguém disse que seria fácil, mas os dias de glória estão por vir. Não vejam somente a dificuldade chegando como uma nuvem cinza ameaçadora. Mas olhem pra ela como uma nuvem cinza cheia de mudanças. Vejam bem, meus caros, que civilização sobreviveu sem mudar? Toda dificuldade trás um peso de escolhas. E nem sempre a escolha certa a ser feita é de fato a apropriada. No entanto, nunca desistam dos elos e dos vínculos, das alianças. Nunca desistam do amor. Uma batalha é feita de estratégias e precisamos ser racionais, mas pra obter a vitória, necessitamos ouvir nossos corações. Que todo sacrifício seja feito em favor de alguém. Pois não se pode sacrificar alguém por causa de uma "coisa", ora, coisas, meus caros amigos, coisas não sofrem, não têm sentimentos. Pensem em tudo que for bom e mantenham os olhos na esperança. Não parem de lutar, mesmo cansados, sem recursos, não parem, não descansem. Mas se mesmo no final vocês fracassarem, não abaixem suas cabeças. Verdadeiro guerreiro mesmo derrotado, ainda carrega no peito a marca de vencedor. As cicatrizes, não se envergonhe delas. Marcas de rejeição, de injúrias, marcas que foram deixadas por tantas pessoas que passaram por nós. Não tenha medo de mostrá- las, existem pessoas com as mesmas marcas que irão amar vocês pelo mesmo motivo que outros odiaram. E mesmo vencedores ou perdedores comece tudo de novo. Mas nunca pare de lutar.

31 de janeiro de 2017

Pequeno manual de como funcionam certas coisas.


As vezes as lágrimas chegam, e lavam seus olhos e seu rosto te dando a sensação de que você não é somente único, mas que também está só. As vezes carregamos na mente e nos ombros, não só o peso da nossa cabeça, mas o peso das nossas sentenças e das nossas fraquezas. E tem dias que tudo que acontece de bom, é poder sentar num canto da sala e chorar. Há dias em que estamos apenas cansados demais pra ir adiante, pra continuar, e o preço da liberdade é apenas o preço do mesmo vinho amargo que há na sua geladeira. E nesses dias, tudo que pensamos com sinceridade é sobre desistir. Eu sempre penso que não é errado ter fraquezas, ainda que elas deixem um rastro de aborrecimento. Não é ruim estar cansado, se deixar pegar no colo por um instante. As vezes eu acho que é isso que eu sempre precisei na vida. Por que ser forte o tempo inteiro... cansa. O que diriam aqueles que nos admiram, se nos vissem de joelhos, vencidos? Sua admiração ainda seria a mesma se eles vissem as nossas feridas? O que pensariam aqueles que nos têm muito respeito se soubessem que na verdade nossa luta diária é com um passado difícil? Eles ainda nos respeitariam? E aqueles que dizem nos amar? Será que ficariam do nosso lado, mesmo nas nossas horas difíceis? Eles ainda nos amariam mesmo diante da dificuldade, sem nos abandonar? As vezes, enquanto as lágrimas lavam os olhos, nós desejamos conhecer o futuro férreamente, não é? E choramos com mais ênfase, quando damos de cara com uma espessa parede de concreto onde está escrito: "nada está garantido". Alguns de nós se senta em completo desespero, e prostrados declaram que podem esperar a mudança do tempo. Outros de nós pegam seus punhos e golpeando o destino, tentam mudar o que está escrito. E alguns poucos, mantém a fé, levantam a cabeça e percorrem a muralha, afim de achar a saída. Quando os maus sentimentos golpearem suas convicções mais firmes, tente não ter medo. Mas se o medo chegar, ou se ele já estiver escondido em algum canto de você, deixe ele vir e chore, segure ele, e mostre a ele a sua fé. Não pare se os outros pararem. Não desista, mesmo se for tão único e tão só. Acredite no seu coração. Se não te admirarem, se não te respeitarem, se não te amarem, lembre- se: "nada está garantido". Isso também quer dizer que após a tempestade, existe uma bonança. Que após as lágrimas, tem um alívio. Que onde braços se encolheram, outras mãos o acolherão. É por isso que, enquanto as vezes as lágrimas chegam, elas lavam seus olhos... pra você enxergar o que é realmente essencial, especial e verdadeiro na sua vida. Só vai passar o que não tem real importância, assim como uma dor ou um machucado, que seca e cura, e logo, nem vemos mais as cicatrizes.

30 de janeiro de 2017

Compaixão


Como algumas coisas são brutais, não é mesmo? E existem pessoas muito brutas na vida. Sem compaixão uns com as outras. As vezes nós nos questionamos sobre, "com quem eu devo ser misericordioso e compassivo?". Com todos. Sim, compassivo com o que feriu e com o que foi ferido. Com o que deu e com o que tomou, com o que bateu e com o que apanhou. Mas então você refletiria: "Se eu for compassivo com o que fez o mal, não haverá o reparo do dano, nem a justiça para o ato.", veja por outro ângulo, é a compaixão que impede da justiça ser temerária, pesada e arbitrária. A compaixão nos ensina a ter o coração sempre livre para perdoar as ofensas. Jesus nos ensina, no Pai nosso, a arte da compaixão, quando diz: "Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aquele que nos tem ofendido.", por muitas vezes, nós nos esquecemos que Deus nos trata com a mesma benevolência com que tratamos nosso próximo. Quando foi a última vez que você ajudou a alguém necessitado? Quando foi que doou um agasalho ou visitou alguém doente? Quando foi que conseguiu olhar um mendigo e por baixo da sujeira, enxergar o homem? Quando foi a última vez que acalentou alguém angustiado, que ajudou alguém a carregar um fardo? Uma palavra amiga, um gesto carinhoso. Quando foi a última vez que você sentiu compaixão? Eu não estou falando de religião, estou falando de amor. Professar o amor por quem nos agrada, é extremamente fácil, o desafio é fazer isso por quem contraria nossas vontades e ainda por cima ter que renunciar nosso orgulho. Alguns diriam que só Deus pode fazer isso, os ateus diriam que nem Deus. O mundo não precisa de mais armas, o mundo precisa de compaixão.

29 de janeiro de 2017

"Como vencer quando você não é o favorito?"

"Como vencer quando você não é o favorito?". Li essa frase que é o slogan de um livro, com um pouco de desgosto. As vezes, algumas verdades quando nos saltam os olhos, causam esse sentimento de estar comendo algo ruim. Na vida, nem sempre somos os favoritos a vitória, e acredito que muitas pessoas não estejam preparadas pra perder. Afinal, são tantas as filosofias de sucesso hoje em dia, e a grande maioria das pessoas sempre testemunha seus sucessos nas mídias, é a mulher mais feliz do mundo porque realizou seu sonho de casar, a outra que conseguiu engravidar, é o homem que ficou rico após abrir uma franquia, o outro que comprou o carro do ano, aquela senhora que está fazendo sucesso nisso, aquele rapaz que é um vencedor por conta daquilo, é tanta vitória daqui, conquista de lá, que agora estou na verdade, me sentindo um pouco miserável por ter falhado em tantas coisas. Então, algumas questões ficam dançando na minha mente, se eu tivesse tido êxito, em todas as coisas, o que seria diferente agora, que estou diante da morte? Nada. Quando se está diante da vida, prester a perecer, a única coisa que importa é o quanto você amou e foi amado. E as vezes, até nisso eu falho. Essa é a razão pela qual eu escolho o amor, porque não há mais nada sem ele. Sem o amor, eu sou como um sino enferrujado, que fica tinindo com o balanço de suas cordas. E amar, muitas vezes significa ser indomável, mas nunca orgulhoso, sensível, mas nunca dramático. O sucesso está em colocar o próximo, no mesmo lugar de honra, em que você mesmo já ocupa. E mesmo assim, eu ainda falho.

28 de janeiro de 2017

Pequenas rotinas, significados imensos



É de noite. Estou voltando pra casa. É muito bom saber que terminei bem o dia. Não foi mais um dia. Foi um dia de boas lutas, boas risadas, com altos e baixos. E sabe, tem dia que você sangra pelas suas resoluções, pelas soluções alheias. Mas um dia o medo se vai e você enxerga como tudo é simples e claro, também raro. Uma única frase de alguém pode ser apenas isso mesmo. Mas uma única frase da pessoa certa pode te devolver a inspiração. E lá vamos nós de volta pra casa. A lua brilha no céu pintado de estrelas e penso nele. Eu achei que era boa em me esquecer das coisas, mas me dei conta que não preciso esquecer se eu não quiser. Posso viver tudo que eu quiser viver. Posso manter minhas mágoas ou esquecer delas, assim como esquecemos qualquer noite de verão. Quem é ele? O tédio do dia- a- dia, aquele que nos acompanha nas nossas rotinas. Eu sorrio pra ele como uma garotinha travessa encantada com o parque de diversões. Sabe, temos que repensar sobre o tédio. As pequenas coisas monótonas mantêm a vida... Um delicado beijo repousado nos lábios do marido que sai apressado pro trabalho. O afago nos cabelos desengonçados do pequeno garotinho com a mochila da escola. O suave apertar de mãos que fecha um acordo. A singela troca de olhares quase imperceptível que os amantes trocam sentados no banco da praça. O sorriso de canto que uma mãe dá ao saber que sua garotinha está virando uma mulher. o simples "eu aceito" em um matrimônio, são coisas tão pequenas com significados tão imensos. Devíamos olhar mais os pequenos rotineiros detalhes de quem amamos. Por Deus que deveríamos. Deveríamos encostar nossos ouvidos em seus corações durante um abraço apressado e sentir... a vida. Faz anos que deixei de ser uma menina. Mas minha lembrança mais sólida é da minha mãe fazendo o café da manhã. O cheiro do café passeando pela casa toda até o meu quarto, e eu ficava feliz em levantar da cama, e no silêncio, nós duas na mesa, na minha frente uma caneca cheia de café fumegante, o barulho crocante do pão francês, a luz fraca do sol entrando pela fresta da janela. Tudo que me lembro, já mulher feita, é dos nossos olhares de cumplicidade, coisa de mãe e filha. Coisas que embora eu tivesse vivido muito, eu gostaria de aproveitar mais. Eu e minha mãe nos tornamos mulheres muito cedo. E acabamos trazendo no peito algumas asperezas. Coisas que o passar do tempo transformou em uma poeira perto de todo essencial. E hoje voltando pra minha casa eu senti falta da casa dos meus pais. Senti falta das estrelas fluorescentes coladas no teto do meu quarto. Senti falta do grito da minha mãe pra apagar a luz acesa a toa. Senti tanta vontade de tomar aquele café. É, hoje não foi mais um dia. Mas terminei bem. Por Deus que terminei. Por que as estrelas agora brilham num céu bem real, e o café quem faz sou eu. E eu aproveitei tudo que eu tinha lá em casa. E bem lá no fundo, embora minha mãe não diga, ela tem orgulho. E isso, me dá segurança pra seguir em frente. Foi o que senti nesse dia das mães quando ela me apertou contra o peito e naquele abraço apressado eu me senti completa e apaziguada. Reconciliada com meu futuro. Venha o que vier, estarei pronta na mesa, pela manhã, com minha caneca cheia de café.


27 de janeiro de 2017

Uma vida sem medo


Engraçado ouvir falarem sobre o medo hoje. É que de repente a vida as vezes nos enche de chances pra temermos. E o medo é um sentimento muito injusto, justamente por minar nossas confianças mais genuínas. O medo paraliza nossas melhores intenções, nossa melhor canção, nosso grande sonho. E quem de nós não teme? Uma vida vazia, uma velhice solitária, uma morte súbita? Quem de nós nunca pensou no "e se"? "E se eu tivesse dito que a amava?", "E se eu tivesse pedido demissão?", "E se eu tivesse escolhido o roxo?", quem nunca teve medo de tomar um fora, de perder a estabilidade, de assumir a sexualidade? Então chega um momento em que nos damos conta, como bem me disse um bom amigo: "aquilo que eu temia me sobreveio". Quem mais temeu uma vida vazia, nunca achou o real significado de viver, por que encheu sua existência de coisas, mas coisas não suprem o vazio da alma. Quem mais teve medo de envelhecer sozinho, cercou-se de pessoas que não estiveram presentes nos momentos mais decisivos. Quem mais temeu a morte, viveu sem saber que gosto tem a vida. E nos damos conta, que quem quase amou, não foi amado, quem quase mudou de vida, ainda continua naquela vida mais ou menos e quem quase escolheu roxo, ainda usa cinza. O que a gente precisa pra se dar conta, que é o aqui e o agora que mais contam? É o que você faz com as suas decisões que pode te lançar ou te destruir, por que ter medo pode não ser uma opção, mas o que fazer com o medo, ainda é escolha sua. Você bem pode pegar seus medos e alimentá- los, chamar de neném e olhar pra eles todos os dias em que você se olha no espelho, ou você pode dizer pra eles que você não tá nem aí pra eles, eles podem gritar, espernear e se descabelar, mas você está num relacionamento muito sério com a sua coragem e a sua cara de pau. Não tenha medo de dizer "eu te amo", não guarde isso pra você, não engasgue guardando verdades, por que a vida é muito breve e nós não somos deuses. Faça mais por você mesmo, acredite nos seus sonhos, alimente sua esperança, escreva poemas, beba guaraná, vista uma roupa legal, passe maquiagem, ouse ser você. O medo não resiste à autenticidade. O medo não existe diante da felicidade, ele nunca irá se sobrepor ao amor. Tenha paixão pelos seus objetivos, encontre algo que te dê prazer, beije muito na boca e não se esqueça de tomar sorvete. Entendedores me entenderão. E por fim, seja seu herói, sua heroína preferida, não delegue esse posto pra ninguém por medo de ser você mesmo. E seja feliz.

26 de janeiro de 2017

Deus é o culpado?


Então a culpa é de Deus? Quem é Deus? Vamos intimar esse cara. Ele é culpado por todos os crimes que a humanidade cometeu. Sim, desde a criação, ele é culpado por criar, por Eva ter enganado Adão, por Caim ter assassinado Abel, e por todos os outros crimes cometidos, inclusive os que ainda não foram descobertos. Deus é culpado pelas chacinas, estupros, pedofilias, por clérigos e pastores desonestos, por pais que mataram seus filhos, por mães que cometeram abortos, por governos negligentes, por atrocidades de guerra, Deus é o culpado pela aids e pela morte precoce por desnutrição. Sim, Deus é o culpado pela corrupção política. Alguém pode me passar o endereço dele? Vamos reunir os advogados. Mas vamos lá, se você não acredita em Deus, como pode atribuir- lhe a culpa? Complexo. Atacar a fé alheia também é uma forma de se eximir da culpa? Vamos lá! Se você acredita em Deus, como pode atribuir- lhe a culpa? Deus não precisa que eu seja sua advogada. Mas vamos lá, se ele precisasse de advogados, eu e você estaríamos em grandes apuros, pelo simples fato de sermos cúmplices. Se Deus é o culpado pelo crime de ter criado, nós somos culpados pelo crime de mal uso da liberdade concedida, somos sua criação, no entanto uma vez que temos liberdade, também somos culpados. Opa!! Deus é culpado e nós também! Admita. A religião é tão fraca quanto sua bondade. Sim é, nossa bondade mais sublime ainda tem nuances de interesse próprio. Mas vamos lá! Vamos culpar a Deus que nunca vimos e vamos nos inocentar de toda responsabilidade. Gostaria de desafiar todas as pessoas que condenaram a Deus, a mostrarem sua bondade e uma vida irrepreensível desde o nascimento. Lembrando que um papel de bala jogado na natureza já configura crime de depredação do meio ambiente contra a humanidade. Quando eu vejo os extremistas religiosos ou ateus furiosos atribuindo culpas por aí eu tenho vontade de rir. Como alguém pode fugir tanto da própria responsabilidade? É muito fácil dizer que algo é culpa de Deus ou do diabo. É muito fácil esquecermos que temos liberdade de escolha nessas horas. Dizemos que Deus é careta, ignoramos tudo que ele nos deu e lhe damos as costas. "Não vou te seguir Deus, você é malvado. Arrume um advogado." E esquecemos que o dom da vida veio dele, que o amor que damos e recebemos veio dele, que a natureza que desprezamos veio dele, assim como nós viemos do coração apaixonado dele. E não me venha dizer que sou um produto do acaso. É lamentável olharmos para o lado e percebermos que uns para os outros, valemos tão pouco, valemos por uma noite, valemos por algumas semanas e então já chega. Vamos trocar? Vamos trocar de amigos, de família, vamos trocar... temos que parar pra pensar em nossos atos, meus nobres, pois nosso corpo perecível irá levar nossa alma imortal para algum lugar. As coisas mudam, as pessoas mudam, os valores mudam e o tempo passa. E Deus?! Deus é o mesmo, nós é que precisamos de um advogado.

25 de janeiro de 2017

Aquele momento em mil, não perca os detalhes



Eu estava sentada a uma certa distância, discreta o suficiente pra não notarem meu olhar de espectadora. E ali, bem ali estava a cena, dois segundos, ainda bem que eu não me distraíEla estava com a mão sobre a mesa e ele com a mão sobre a dela e os dois se olharam por dois segundos com aquela coisa que derrete as pessoas por dentro. Sabe, aquela coisa que todo mundo quer ter... Tudo que fiz foi tentar não sorrir muito, nem chorar de emoção. Ia parecer estranho que eu estivesse sorrindo pro casal de senhor e senhora apaixonados, ou que estivesse assoando meu nariz em algum guardanapo, inadvertidamente. A cena durou menos de 2 segundos, logo a senhora brincou com um neto e o senhor continuou sua bebida. Mas a questão ficou capturada no meu peito, como uma fotografia. Eu procurei a resposta num dia em que minha mãe escreveu uma carta de dia dos namorados pro meu pai, eu não sei quantos anos eu tinha, mas ainda não tinha licença pra namorar. Ela disse: ''agora você não pode ler o que tem aqui, mas um dia você vai ter um namorado e vai poder escrever pra ele também''. Enfim, o casamento deles tem a minha idade! Seja o que for que tinha na carta... funciona até hoje. E além do mais, contribuiu pra que eu acreditasse nesse "diferente secreto". Até por que as coisas bonitinhas deles se resumem nesse breve comentário que é a razão pela qual gosto muito do meu nome: " O casal teve uma menininha careca e gorda e colocou nela o que seria o feliz encontro do nome deles." E graças ao bom senhor Jesus Cristo vivo, eles tinham um nome normal, e combinando saiu JulianeO que eu quero mesmo dizer, é que, de todos os ângulos, nós nunca temos garantia. A vida não oferece certezas e estabilidade, por que isso é atribuído a nós (bom, nem sempre). Não importando a crença, nós fomos criados pra "ordenar o caos" (nem sempre), aí vêm  os tempos modernos dizendo que tudo não passa de besteira. Tudo é uma transação comercial e é feliz na vida aquele que mais se perecer com o pavão. Qual é gente?! É só isso? Sério? E aquela história de significado, de importância, valores? É tudo papo furado? Só por que a televisão diz que tudo bem, então tudo bem? Eu sempre gostei de pensar que eu teria minha própria história pra contar e que ela ficaria ali, presa em dois segundos sob o olhar de alguém que pudesse reconta - la. Eu não conheço a história daquele casal, mas gostaria de imaginar que diferente do protótipo da perfeição, eles já passaram por problemas, uns corriqueiros, outros muito sérios. Se magoaram, ficaram tristes. Mas se importaram um com o outro e foram corajosos o suficiente pra não quebrar o elo. De repente eu aprendi que não importa o destino, nunca quebre o elo. Não importa o que digam ou que haja alguma estatística falando sobre a margem de erros. Não quebre o elo. As coisas podem ficar difíceis, mas ninguém sobrevive sem uma dose de desafio. Tudo muito fácil enjoa... não é?! As grandes coisas da vida se mantém por que são grandes, mas precisam das pequenas pra terem significado. "Basta um olhar, um toque e nada mais..." As vezes perdemos nossas grandes "coisas" por causa de outras coisas tão sem importância. Por isso, na dúvida, escreva sempre uma carta, e não quebre o elo. O mais importante do todo, são os detalhes. 

24 de janeiro de 2017

A delicadeza (e afins) não tem nada a ver com os novos tempos.

Fui no médico essa semana, motivo: praxe. Me queixei de dor no ciático, e ele me ignorou. Eu disse que estava doendo muito, e ele fingiu que não ouviu. Eu disse que doía da lombar até o pé, e ele não se interessou. Então eu disse que eu tinha dormido de mal jeito, e ele me olhou por cima dos óculos como quem quer dizer: "Realmente, moça, não tenho nada a ver com isso", e o que ele disse a seguir refletiu todos os pensamentos dele naquela hora: "Vou te passar um anti inflamatório e você toma por dois dias que passa.". Dois dias passaram, o ciático ainda dói, e a falta de delicadeza do mundo ainda me afronta. Outro dia, eu estava passeando pelo Facebook, quando vi uma postagem da TNT, falando que naquele dia era aniversário do Jim Carrey, eu gosto muito do Jim, dos filmes dele, a TNT enfatizava no texto, o seguinte: "diga qual é o melhor e o pior filme do Jim, na sua opinião...", eu respondo que tirando Debby & Loyde 2 (que eu queria ter o poder de desver), eu adorava todos os outros que já tinha assistido. Horas passadas, um cara respondeu ao meu comentário com a seguinte frase: "Não concordo,  Debby & Loyde 2, é dos melhores filmes dele, na minha opinião". Quando eu li, fiquei me perguntando, porque o cara não deu a opinião dele num comentário normal, como a maioria das pessoas fizeram, porque ele veio "não concordar" com a minha opinião, se ali o que fazia diferença era "ter uma opinião só sua"? E é assim que o mundo está girando. A tecnologia e a acessibilidade deram voz a pessoas que antigamente (há 6 anos atrás), não tinham voz, e isso é uma maravilha, mas junto com a turma legal, que comenta coisas bacanas e engraçadas, veio uma horda de bárbaros raivosos, sedentos de sangue virtual, as pessoas não se contentam em criticar, elas querem brigar, sair por cima, partir pra cima, derrubar páginas, perfis, arruinar carreiras. Como nos velhos tempos, onde tudo era rebuscado, assim se comporta o ser humano, com a mesma brutalidade de 20 milhões de anos atrás, só mudou a maneira como as coisas são feitas, os métodos evoluíram juntamente com todo o resto, exceto o comportamento humano que permanece o mesmo, ficamos sofisticadamente brutais. Quando eu leio algo nas mídias sociais que foge da minha compreensão humana de delicadeza e respeito, eu entendo que se continuarmos assim, não iremos muito longe, e é triste isso, porque as pessoas estão se trancando cada vez mais, dentro de uma liberdade de expressão falsificada. A solução, não é simples não. Dessa geração poucos salvam, cabe aos que salvam, reproduzir seu fino trato, na esperança de as próximas gerações melhorem.