As vezes a gente acha que sabe o que esperam de nós. E chega um dia, realmente, em que descobrimos que não sabemos muita coisa. Eu costumo pensar que esse dia, foi separado pelo destino, pra alargar a nossa mente, com conhecimentos novos, alargar o nosso coração, com dimensões novas, novos significados, para palavras já pronunciadas pelos nossos lábios. Eu descobri, novamente, que é possível amar e não gostar das atitudes, de um mesmo ser humano. Descobri que 60 anos, não são nada mais do que 21.900 dias, aproximadamente, por que não contei os anos bissextos. Descobri que 50% de vida, ainda é viver intensamente. E que 1% de mim, ainda é uma parte de mim, mesmo que seja aparentemente pouco. A vida não é apenas um amontoado de momentos, como se diz por aí. Eu sabia desde o início que tinha que ter algo mais. A nossa vida é tudo aquilo que somos, entre pensamento e atitudes, é o bater do nosso coração, aquele bater que o médico investiga, e aquele bater que só o amor pode esquadrinhar. Nossa mente e nosso corpo podem ser treinados, condicionados, levados aos mais emocionantes extremos. E tudo gera, energia. Seja essa energia, boa ou ruim, o mundo é movido (de certa forma), engrenagem após engrenagem, pelo nosso movimento. E eu demorei 29 anos pra descobrir finalmente o que eu espero da vida. Aos 17 anos, eu queria ter uma história pra contar, não queria morrer sem antes fazer algo que mudasse histórias, sem deixar meu nome marcado para a posteridade. Aos 29 anos (ontem), eu entendi a minha busca, eu só quero uma vida regada, repleta e transbordando de amor. Mas eu compreendi mais, entendi que alguém querer algo pequeno, deixa enfurecido quem quer algo grande, e que aqueles que querem algo grande, também enfurecem aqueles que desejam a pequenez. Então, eu percebi que não é possível agradar a ninguém. Porque todos são livres pra ser o que são, mas infelizmente estamos presos num padrão onde nada é o suficiente. Fomos criados por uma sociedade, onde a meta é sempre inalcançável, assim como um provérbio que fala sobre as sanguessugas. Elas sugam e sempre querem mais, elas nunca estão saciadas. O provérbio diz: "A sanguessuga tem duas filhas, a saber: Dá e Dá". Não importa o que, ou como, nós estamos constantemente querendo, sedentos, famintos, e o quanto mais nos saciamos, maior é a ansiedade do vazio. Foi assim que eu descobri o que tantos outros antes de mim já sabiam. A vida é um sopro, e as vezes nós lutamos sem armas, contra essa brisa. E se eu soubesse que alguém a quem eu amo, tem prazo de validade, o que é real, em todos nós, eu apenas teria amor pra doar, ao invés de sugar mais a sua vida. E eu apenas esperaria dessa pessoa, que ela se permitisse ser amada. Quando tudo que você tiver, for o amor, então você terá conquistado tudo.