21 de setembro de 2013

Sorte de nós "doces"

Quantos potes há na geladeira? Eu francamente não sei. Esse é o problema quando você ama alguém. Você nunca sabe quantos potes tem na sua vida. E eu abri a geladeira pra pegar alguma coisa que eu me esqueci, por que comecei a pensar em você e no pote com cubos de melancia desenhado com joaninhas, e em como adoramos doces, ... me lembrei do pote de nutella dentro do armário da cozinha, em como os chocolates são tão relevantes quando estamos juntos, e comecei a pensar em todas as balas, chicletes e alfajores que dividimos ao longo da nossa vida. Tive que sair da frente da geladeira, meus pés ficaram gelados, não sei mais o que eu queria... Tenho que me arrumar e sair e... Quando ele me perguntar o que ando fazendo, vou responder que ando trabalhando muito pra esquecer as coisas doces que temos, elas me distraem. Pensei nas coisas que nos fazem tão casal, tão você e eu. Eu odeio seus compromissos e suas reuniões, você odeia minhas teorias e minhas saladas, diz que só pode fazer mal ser tão natural, odeia meu rock, e odeio suas músicas românticas. Mas parando pra pensar bem, quando ouvimos Roberto Carlos abraçados, o mundo pára pra ouvir nossa conversa fiada sobre qualquer coisa nada séria. E você foi o único louco capaz de me entender, difícil não te querer, e não amar todo romance que criamos aqui. E cá Estou, parada de frente pra geladeira de novo, e você fez o café. Estou com a sua camisa, tomando café na sua caneca, sorrindo de alguma bobagem que você sempre diz sobre meu cabelo, chego perto pra sentir seu cheiro mais uma vez, abraço, e beijo. Era disso que eu tinha tanta falta. Nós dois de qualquer jeito, os doces, os potes e no coração a única certeza de que não é o casamento que nos une. É uma coisa que vai além dos potes com cubos de melancia, é uma coisa que vai além dos doces, é uma coisa que vai além da vida.
P.s.: Esse cara é você. Essa sorte é de nós dois. Mas sou eu a mais feliz.


Juliane Schimel de Magalhães

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