Não adianta eu dizer pra você que eu sou feminista (ou feminazi), eu não sou. e esse texto que tem tudo pra ser uma crítica política muito bem fundamentada, ás organizações que se dizem feministas, ou simpatizantes do feminismo, vai desapontar quem veio procurando sangue. Por que eu acredito piamente nos ideais de igualdade, inclusive tendo praticado uma vida inteira, o "Yes I Can". A primeira vez eu li a carta dos direitos humanos, foi com 7 anos de idade, num livro, que meu pai trazia da escola dele, pois ele havia retornado aos estudos, buscando igualdade salarial entre os serralheiros, que foi a profissão que ele aprendeu com 14 anos, pra ajudar a minha vó nas despesas da casa, e na época com 14 anos, ele teve que parar de estudar. Eu, com a idade tenra de 7 anos, não só já sabia ler, como era uma criança boboca, que não sabia muita coisa da vida, com 7 anos, eu não poderia escolher entre ser heterossexual ou homossexual, que eram as opções da época, eu não sabia escolher minhas roupas, deixando assim pra minha mãe, a escolha de me colocar polainas, (hahhahahahahahahhahah), eu confiava ( e ainda confio), a minha vida aos meus pais, que me criaram com uma educação impecável, muitas das coisas que eu sou hoje, eu vi eles fazendo e aprendi junto com eles na prática, (digo essas coisas, porque "na minha época, era diferente"). Estou na dúvida se valeria listar o que aprendi com eles, e na dúvida eu não faço, não listarei, por que, por algum motivo, listar meus valores assim, pode parecer uma atitude arrogante, no entanto, eu falava da Carta internacional dos direitos humanos. Desde que eu não fui criada para acreditar em contos de fadas, ler a carta dos direitos humanos me fascinou naquela época, principalmente, na parte que falava sobre a liberdade, e as crianças, porque eu era uma criança. Alguns artigos no entanto, devem ser reforçados e vou transcrever 3:
"Artigo 1.º Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade."
...
Artigo 3.º Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
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3. Medidas especiais de proteção e de assistência devem ser tomadas em benefício de todas as crianças e adolescentes, sem discriminação alguma derivada de razões de paternidade ou outras. Crianças e adolescentes devem ser protegidos contra a exploração econômica e social. O seu emprego em trabalhos de natureza a comprometer a sua moralidade ou a sua saúde, capazes de pôr em perigo a sua vida, ou de prejudicar o seu desenvolvimento normal deve ser sujeito à sanção da lei. Os Estados devem também fixar os limites de idade abaixo dos quais o emprego de mão-de-obra infantil será interdito e sujeito às sanções da lei."
Reproduzi esses 3, porque tudo na carta me fascina, eu não poderia transcrever ela inteira, mas vou deixar aqui um link, caso você queira ler: Carta Internacional dos Direitos Humanos.
Ok, porque desse meu título?
Nós temos observado, crescer pelo país um movimento insano, onde as pessoas estão agindo de forma extremista, que eu não vou discorrer com exemplos, mas eu considero alguns bem assustadores, preconceituosos e sem fundamento. Em contra partida a esses movimentos estranhos, vemos as mulheres de verdade, lindas, vencendo tabus incríveis, todos os dias, sem derramamento de sangue, nem real e nem filosófico, (eu destaco aqui todas as mulheres que sofrem de agressões físicas, se defendam sim, e assim que puderem, denunciem o agressor sim, sempre lembrando que legítima defesa, não é crime), se a revolução feminina foi necessária? Lógico que foi! Como seres humanos, nós também buscamos a nossa liberdade.
A primeira vez que eu entendi que eu buscava a liberdade, foi aos 12, 13 anos, quando um garoto bem mais velho que eu, disse que o time das meninas, era fraco demais pra jogar "queimada", com o time dos meninos. Na época o rapaz muito mais velho, queria ficar comigo, e ainda ou já (não sei bem), na década de 90, ser chamada de feminista, era como ser chamada de "sapatão", no termo chulo, infelizmente.
A minha resposta foi uma só e categórica, lembro até hoje com vergonha alheia do rapaz:
"Quer me chamar de feminista só por que eu não me interessei por você, tudo bem, mas não nos diminua como garotas, só porque vocês ganharam uma vez na "queimada", amanhã tem mais, e amanhã nós vamos ganhar".
E ganhamos, inclusive com expectadores da rua de cima e da rua de baixo. Foi um jogo épico. Ali eu descobri que o mundo várias vezes iria me diminuir pela minha condição de gênero, e ali eu descobri que eu não deixaria que isso acontecesse, e com muita educação até hoje, eu venho subindo os meus degraus contra o preconceito de gênero. Eu sempre me meti em debates masculinos, provando muitas vezes ser mais inteligente, tive namorado machista, a quem eu mando condolências, lutei contra violência (não vou discorrer a luta pessoal, pelo mesmo motivo de não discorrer sobre meus valores pessoais, porque também seria arrogante), e há 3 anos atrás, através do meu trabalho, conquistei o que toda pessoa solteira, que mora sozinha, independente, galgando os próprios ideais, sonha pra si: minha própria máquina de lavar! Hoje eu divido essa mesma máquina de lavar com um homem maravilhoso que entende que somos seres humanos iguais em direitos. E é um prazer desfrutar esse maravilhoso encontro.
E o extremo desse discurso, que é a razão do meu título, me assusta e me faz perguntar pra onde o mundo está caminhando, pois se saímos das mãos de uma cultura patriarcal opressora, por meios igualmente opressores, não estamos mudando o mundo, apenas estamos colocando o "mundo opressor, sob nova direção".
Pensem nisso, não quero discórdia, pelo contrário, busco a paz, pleo argumento, leiam a Carta dos direitos Humanos, a luta nunca deve parar, mas para obter a vitória sobre o mal que nos cerca, é necessário lutarmos com as armas corretas.
Lembrando a frase áurea: "Lugar de mulher é onde ela quiser (mas tem que ser com seu próprio esforço)."
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