Se o amor te der um nó na garganta, não resista(?). Ouvi histórias de amor e de repente estava virando o rosto, engolindo aquele nó na garganta com uma certa dificuldade, arregalando os olhos pra lágrima não descer. Sorri com as histórias, compartilhei da emoção e prestigiei o passar do tempo ao redor da aliança, dos votos sobre: "o que Deus uniu o homem não separe". Só aprendemos a amar quando temos alguém, "o alguém"? Mas isso é certo? Quero dizer, no amor entre duas pessoas que resolvem unir suas vidas, é certo ensinar a amar? O que é o amor? O que faz um estar com o outro por 50, 60,70 anos, suportar manias, defeitos, sucessos e felicidades, derrotas e falências? Eu pensei que talvez pelos filhos. Mas são amores tão distintos, deixei de lado. Então pensei que hoje em dia, o amor é escasso, não há tempo, pra amar é necessário tempo? O tempo não nos faz conhecer ninguém, o tempo mostra as nuances e nós escolhemos amar. Ah meu Deus do céu! É tudo uma escolha?! Pensei que sendo uma escolha eu estaria perdida, quem vai me escolher? Esse é o pensamento de tantas pessoas, esperando o cosmos escolher, esperando a família escolher, escolhendo numa praça ou num bar, procurando um rosto dos sonhos, alguém que ame e ensine amar e também aprenda. Então, no meio da história de amor que ouvi, surgiu a frase de quem já ama a 28 anos: "Quando tem que ser mesmo, não tem nada que impeça". Nada que impeça? Santa confusão. O amor é de repente como nos filmes? A primeira vista e cheio de emoção? É como alguma coisa que chega devagar, quebrando barreiras de traumas e dores antigas? É uma escolha, como se escolhe um belo vestido? É incondicional e eterno? Transcendental e atemporal? Foi então que me engasguei de novo. Porque é absurdo definir o amor, é estapafúrdio definir o jeito de amar! O amor tem que ser um sabor delicado, com um fundo picante. Mas tudo que aprendi é que cada qual da sua forma, combina os temperos, bota no fogo... é uma receita de dois, três não cabem e um não é o suficiente. Já viram aquela propaganda do Trivago, onde o homem carrega a mulher no colo de um jeito tão singelo e ela quer ir pra Berlim, (no lugar mais barato!)? Pois bem, é só um comercial, mas serve de exemplo, eles se amaram de alguma forma inexplicável, e escolheram a forma de amar. Combinaram os temperos e deu certo, ajustaram os fuso horários, (escrevi certo?), acontece, assim espera a humanidade, (com passos de formiga e sem vontade). Eu poderia desejar que o amor nos pegasse de jeito e fizesse o que ele faz, mas não... desejo só boa tarde, porque apesar da beleza, conto de fadas é só para dias especiais e desenhos animados. E sim, eu sou tão clichê quanto uma Birkin com cheiro de nova.
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