21 de setembro de 2013

Série: [ainda sinto o perfume dele] & ela disse adeus

[Ela disse adeus... ela disse adeus]... sentada no escuro, olhando pra janela, pensando bem no fundo, do poço que a espera.
Ela disse tanta coisa diferente, falou da vida, que era crente.
Que sua fé, sua covardia, no amanhecer no fim do dia..
[Ela disse adeus, ela disse a Deus].. Não quero ser um fragmento, parte do seu pensamento, quero você no fim do dia, saber de toda alegria..
[Ela disse adeus, e chorou,
já sem nenhum sinal de amor.
Ela se vestiu, e se olhou;
sem luxo, mas se perfumou.
Lágrimas por ninguém,
só porque, é triste o fim.
Outro amor se acabou.]..
Tantos erros, desenganos, acreditou em tantos planos.
Disse que casaria um dia, teria filhos, covardia...
[Ele quis lhe pedir pra ficar;
de nada ia adiantar.
Quis lhe prometer melhorar,
e quem iria acreditar?
Ela não precisa mais de você,
sempre o último a saber.]
O último banco de um ônibus é muito bom pra ir embora, é muito bom caso você precise de um minuto pra duas lágrimas. Você coloca uma música do Maroon 5 chamada "must get out", encosta sua cabeça no banco, olha pra janela, e eis o universo te dando 5 minutos de trégua num dia onde tudo pareceu passar do limite. Você já se sentiu assim? Cruzando limites? Limites perigosos pra você mesmo... Quem pode nos defender quando nós nos entregamos a quem pode nos ferir? Quem pode responder nossas perguntas, nossas dúvidas? E você canta o refrão.. entre um soluço e um adeus..
[eu tenho sido a agulha e a linha...
Tecendo figuras e círculos em volta da sua cabeça
Eu tento rir mas, ao invés disso, choro...] ..
quem vai fazer meu amor quando eu quiser amar?
[Ela disse adeus.
Agora a ação está feita
Enquanto você pisca ela vai
Deixe-a seguir com a vida
Deixe que ela se divirta um pouco]..
Não querido, nós não precisamos ligar pro que as pessoas dizem... Na verdade você nem precisa perder seu tempo pra me ligar, por que eu larguei meu coração numa pista de dança bem longe daqui. Pintei meus olhos de preto e a boca de vermelho e me olhei no espelho. Coloquei aquela blusa proibida, aquela de costas nuas que você disse que ainda rasgaria...
"o que vão pensar se eu não souber controlar minha mulher?
Não se importe querido, não sou mas a mesma, eu mudei você sabe, é o que a música diz.. "todas as formas de se controlar alguém, só trazem um amor vazio.."
[ainda sinto o perfume dele].
Eu te disse que assim era pesado pra mim, e você ainda falava a sua última frase antes do meu adeus: "Garota, não usa essa blusa nunca mais, por que eu rasgo ela da próxima vez...".
Tarde demais meu bem, não tem amanhã pra nós dois. O espelho é mentiroso, meus olhos brilham por causa da maquiagem, mas mamãe acaba de me perguntar por que eles estão vermelhos e cheios d'água... "alergia mãe... Esse tempo frio...".
Tudo que eu me lembro é de sempre ter uma boa desculpa. Estou destruída de algum jeito e despedaçada num lugar que não tem concerto...
Do canto, na janela ainda sentindo o perfume dele.. e de algum jeito pra sempre, daqui a pouco, e além..
[ela disse adeus].

(CURTA ESSE TEXTO TAMBÉM NO FECEBOOK: https://www.facebook.com/SerenaWest.diarystorm/posts/225015424322989)
trechos de música: Os Paralamas do Sucesso "Ela disse adeus" e "Saber amar"
Maroon 5 "must get out"
Juliane Schimel de Magalhães

Sorte de nós "doces"

Quantos potes há na geladeira? Eu francamente não sei. Esse é o problema quando você ama alguém. Você nunca sabe quantos potes tem na sua vida. E eu abri a geladeira pra pegar alguma coisa que eu me esqueci, por que comecei a pensar em você e no pote com cubos de melancia desenhado com joaninhas, e em como adoramos doces, ... me lembrei do pote de nutella dentro do armário da cozinha, em como os chocolates são tão relevantes quando estamos juntos, e comecei a pensar em todas as balas, chicletes e alfajores que dividimos ao longo da nossa vida. Tive que sair da frente da geladeira, meus pés ficaram gelados, não sei mais o que eu queria... Tenho que me arrumar e sair e... Quando ele me perguntar o que ando fazendo, vou responder que ando trabalhando muito pra esquecer as coisas doces que temos, elas me distraem. Pensei nas coisas que nos fazem tão casal, tão você e eu. Eu odeio seus compromissos e suas reuniões, você odeia minhas teorias e minhas saladas, diz que só pode fazer mal ser tão natural, odeia meu rock, e odeio suas músicas românticas. Mas parando pra pensar bem, quando ouvimos Roberto Carlos abraçados, o mundo pára pra ouvir nossa conversa fiada sobre qualquer coisa nada séria. E você foi o único louco capaz de me entender, difícil não te querer, e não amar todo romance que criamos aqui. E cá Estou, parada de frente pra geladeira de novo, e você fez o café. Estou com a sua camisa, tomando café na sua caneca, sorrindo de alguma bobagem que você sempre diz sobre meu cabelo, chego perto pra sentir seu cheiro mais uma vez, abraço, e beijo. Era disso que eu tinha tanta falta. Nós dois de qualquer jeito, os doces, os potes e no coração a única certeza de que não é o casamento que nos une. É uma coisa que vai além dos potes com cubos de melancia, é uma coisa que vai além dos doces, é uma coisa que vai além da vida.
P.s.: Esse cara é você. Essa sorte é de nós dois. Mas sou eu a mais feliz.


Juliane Schimel de Magalhães

14 de setembro de 2013

Aço líquido- o cara do perfume

De onde eu estava eu via o medo nos olhos dela. Podia ouvir seu pequeno coração. "vamos fazer isso certo" ela disse devagar, pousou os olhos no horizonte e foi forte. Ela tinha esse hábito de estar sempre fazendo uma prece, pegou sua pequena menina que estava tentando amarrar o tênis pela primeira vez, e vendo a dificuldade entre uma laçada e outra, sorriu... A pequena menina também é minha... Ela também sorri olhando os cabelos da mãe, as duas tem os cabelos enrolados e castanhos, os olhos de amêndoas... Pensamos em tanta coisa na vida, passamos por baixos, por curvas, mas nunca estamos preparados pra esse sorriso capaz de cortar o aço do rancor. Olhando daqui, percebo que na verdade é o amor que é o coração do mundo. Lembro da última vez que estive com elas, um adeus é sempre um adeus não é? Daqui, de longe, eu percebo que é preciso paciência pra viver o tempo, pra viver a vida, por que nada é feito de um dia pro outro, e as pontes que fazemos podem unir e separar. Espera, minha filha acaba de aprender a amarrar os sapatos... A mãe dela a sacode no ar, as duas quase saem do chão... Há sorvete no rosto da minha pequena, há um livro jogado na manta estendida no chão do parque, e as duas rodam felizes... O dia está quente... E me distraio olhando a beleza da cena, mas não percebo que minha esposa agora me olha, e ela me vê, tenho certeza de ouvir não só o meu coração, mas também o dela. Faz duas semanas da última vez que a beijei..., de repente ela solta nossa menina, abaixa e aponta pra onde estou... O aço dentro de mim se choca com os 2 pares de olhos amêndoas, o aço entorna pelos olhos, a vida por mais dura que seja, jamais pode nos roubar a clareza e a doçura do amor. E agora, nesse exato momento, há uma pequena feliz correndo ao meu encontro... Nada de reuniões chatas, ela não irá me cobrar relatórios de finanças, e nada além do amor caberá em nosso abraço. Minha esposa espera 5 segundos e vem andando de um jeito que me faz lembrar do dia em que prometi amá- la... Não há mais aço em mim... Sei onde deixei meu coração...

9 de setembro de 2013

Diário de uma Tempestade- Caçarolas e 50 encontros

E lá estava eu perdida na sessão de panelas. Não, não era pra eu estar lá numa quinta feira super gelada. Mas eu estava. Fui atrás de um sonho. Estava na sessão de panelas sem a menor intenção de comprar uma, e estava de frente para uma faca descascadora de batatas de R$17 reais, o que eu estava fazendo lá? Aaaah, estava procurando ele.. Não, por favor não me julguem, não sem antes ouvirem as minhas razões... o fato é que eu contei.. e foram 50 encontros. Sim, 50 históricos encontros mal sucedidos. E não, não beijei todos eles... alguns fugiram com as flores antes mesmo que eu dissesse: "aah". E sim, vou gastar um milhão de vidas pra entender por que não dá certo. Mas, prefiro a explicação: "encontros" não dão certo comigo. Sou perfeccionista demais para encontros. Encontros são para as pessoas que não reparam na teia de aranha ínfima no canto da parede, e eu reparo.. Então, já que encontros não funcionam aqui, eu decidi seguir o conselho do meu melhor amigo:

"O homem perfeito pra você estará na sessão de panelas, e você é tão tinhosa que vai brigar com ele por uma caçarola"

Fiquei pensando nisso durante semanas,... afinal, por que eu brigaria com alguém por uma caçarola? Afinal, pra quê eu precisaria de uma caçarola? E a caçarola nem era o assunto central... Então, me vi na sessão de panelas da magazine, esperando por um cara com uma caçarola. E qual não foi a minha surpresa quando, ele, ... não apareceu. Eu fiquei ali parada por cinco estupidos segundos me perguntando que coisa idiota eu estava fazendo. Me senti ridícula e quis xingar o gerente pela audácia em vender uma faca tão cara. Enfim, não encontrei nem o gerente e nem "o cara", mas também não pretendo marcar um encontro com ele, aliás, nem com o gerente.. se eu tiver que encontrar com ele, desssa vez o cara, da caçarola... que seja brigando pela bendita caçarola!! Por que brigar na sessão de panelas é.. estranho, e o estranho me cai bem... vou terminar esse texto brindando aos 50 mal sucedidos encontros mais felizes da minha vida!! #brindei

P.S.: Pra quê serve uma caçarola mesmo hein???

30 de agosto de 2013

Prévia de "UM ROMANCE MEU"

O último banco de um ônibus é muito bom pra ir embora, é muito bom caso você precise de um minuto pra duas lágrimas. Você coloca uma músicado Maroon5 chamada "must get out" encosta sua cabeça no banco, olha pra janela, e eis o universo te dando 5 minutos de trégua num dia onde tudo pareceu passar do limite. Você já se sentiu assim? Cruzando limites?Limites perigosos pra você mesmo... Quem pode nos defender quando nós nos entregamos a quem pode nos ferir? Quem pode responder nossas perguntas, nossas dúvidas? [eu tenho sido a agulha e a linha...Tecendofiguras e círculos em volta da sua cabeça Eu tento rir mas, ao invés disso, choro...] quem vai fazer meu amorquando eu quiser amar?

[ainda sinto o perfume dele] - estava escrito sem estar

Ainda sinto o perfume dele na minha pele... É só respirar fundo... Com o perfume vêm as doces memórias dos dias bons, dos dias de amor. Ele tinha todo cuidado em me amar todo dia, e nós nunca brigavamos, por nada. É pecado querer de volta tudo que eu tive? É errado querer meu chão, meu oeste de volta? Eu não sei. Mas toda vez que olho pra ele, da perspectiva de onde estou, (nos abraços dele), ainda vejo que podemos ser extraordinários juntos. Mas o amor é uma palavra estúpida no meio de todas as nossas coisas erradas. E as horas que passam não me deixam respirar... Os abraços se tornam prisões, os beijos, cadeias, as palavras grilhões... Quero sair sem perder... Quero perder sem precisar partir. Acho que não fomos feitos pra amar meu amor...Estava escrito sem estar... Tudo que temos e somos um para o outro... Estava escrito sem estar.

24 de agosto de 2013

Crônicas de um sábado de sol & ROMANCE

Descobri uma coisa que todo mundo já sabia, mas, que ninguém comentava.. vou comentar... Todo mundo nessa vida é romântico. Quem diz que não, mente. Mente desavergonhadamente (nota mental: não sei se essa palavra existe de fato). Quem ouve love metal e dá a desculpa que é rock, quem ouve rock pesado com letra melosa, quem veste rosa.. quem veste preto, quem veste couture, quem fuma cigarros feitos em cuba, quem ouve o funk da anitta, quem paga no débito do cartão de crédito.. tudo um bando de românticos...
O romance é um jeito "óculos cor de rosa" de levar a vida. Não que isso seja ruim, desde que não te leve pro mundo da lua; não que este texto seja totalmente e potencialmente didático... é que eu fico mal sabe.. ai eu fico mal quando alguém me diz que eu sou a última romântica... e o Roberto Carlos minha gente? E "esse cara sou eu"??? Como eles ficam?? Coitado do cara, nem tem nome.. não disseram pro cara da música que a sociedade capitalista também era mentirosamente anti- romântica. Está aí o ponto da questão. Vou me tornar ativista romântica... isso tá meio hippie anos 70 né? #pazeamor ... embora a vida ande meio guerra e paz.. esquece a ideia ativista.
Não posso comprar uma mochila rosa? Não posso usar unhas pretas e batom rosa, não posso comer chocolate sorrindo, aliás, não posso sorrir demais.. isso tudo é sinal de que sou romântica? Ah.. acho que não hein.. O ROMANTISMO é um movimento artístico, político e filosófico, pra quem não sabe, surgiu na Europa, (só podia!), e a galera se amarrava na hora de discutir contra o racionalismo..
Sabe... acho que o mundo precisa de uma revolução novamente.. contra esse racionalismo tão hipócrita, contra essa forma social de ver a vida como se ela fosse só pedra, só recalque, só dor...
Acho que as pessoas precisam valorizar mais a sua forma de fazer arte, de buscar um sentido, não irreal, mas, mais leve, com formas mais práticas e menos drásticas de lidar com tudo.
Hoje eu estou subjetiva.. então...
UM BRINDE A SUBJETIVIDADE ROMÂNTICA DA VIDA!!!

Bjus Jub's — em Paris.

11 de agosto de 2013

Estrada

Eu estou longe do holofote, dos carros- forte, do brilho dos vestidos e do baton. Estou longe das promessas não "compridas", das palavras, dos desenhos, da vida. Não fico perto de gente metida, de saia "cumprida", cheias de compromisso na vida... [ah, To aprendendo a viver sem você]. Estou cansada de rimar, senta aqui, nós precisamos conversar... É mesmo certo tudo isso? Você toma tantas decisões que até confunde as certas com as erradas... A culpa foi de ninguém, mas tudo bem, amor não se pede, se doa. E não, não é certo se não é assim. Dois longos séculos vão se passar e essa saudade não. Você ouve o piano? A música ainda está tocando no frio, no vazio, no silêncio. Ainda estou dançando sozinha e as lágrimas estão misturadas com a chuva. [ah, tô aprendendo e não quero aprender]. Todo dia eu desejo um remédio, uma cura pro tédio das lembraças do que eu não vivi, e desejo ser da tua família, sair na tua fotografia, fazer parte dos teus planos, escolher os azulejos, as torneiras, as espreguiçadeiras, [Sei que o dia raiou para mim, mas pra você tanto fez]... Mais dois longos anos vão passar e eu sempre vou saber diferenciar o que é gostar de amar. [Ah, tô aprendendo e não quero aprender. Ah, tô aprendendo e não quero aprender..] Mais dois anos vão se passar, menos dois anos perto de você, mais dois anos pra te reencontrar, menos dois anos pra viver, mais dois anos pra te perder, menos dois anos sem ter você. No final é tudo igual, a quinta parece com a sexta e tudo acaba sendo normal. Com o passar dos anos até parece bem natural. Estou longe, dois anos longe de você, dois anos mais perto de estar mais dois anos sem te falar, que a diferença entre amar e gostar, está descrita no brilho do meu olhar. [Tô voltando pro meu recanto; Lá é bem melhor. Não, não sei quem vai estar me esperando... Eu nunca vou estar só]. E na estrada, minhas memórias se confundem quando eu entro no seu mundo. Não sei (mais?) quem é você, mas de repente te conheço muito bem. Diz que me ama pra sempre, seca minhas lágrimas vamos casar e ter filhos. [Não tenha medo, desse amor... Você me faz, você me faz tão bem...]. E de repente vejo estou na canção errada, esse é outro roteiro, fiquei apenas confusa na beira da estrada. O roteiro que a gente escreveu não tem ponto final, não tem final feliz, não tem ponto de vista e nós não somos artistas. Mas agora estou longe, longe da luz do poste, dos carros, do barulho, das lojas, dos grandes cafés, da cidade bonita e toda enfeita pro Natal, estou longe do seu cartão- postal... [Ah,tô aprendendo a viver sem você
Ah, tô aprendendo e não quero aprender]

Detonautas Roque Clube- Tô Aprendendo a Viver sem Você
Juliane Schimel de Magalhães

10 de agosto de 2013

A bailarina e o palhaço

Não me avisaram que bailarinas podiam ficar tristes. Não avisaram que palhaços choravam. Nunca me disseram que palhaços não serviam pra serem amados. Nunca me disseram que bailarinas não podiam dançar em picadeiros. Nunca me disseram que palhaços partiam corações de bailarinas. Nunca me disseram que o circo não era uma casa pra morar.
Enquanto escrevo isso, tenho em mente a imagem de um palhaço chorão, não aquele com a pintura borrada e feia, mas aquele de cara branca de tinta, boca vermelha enorme, cabelos coloridos e uma lágrima preta pintada abaixo dos olhos ao lado de um pequeno coração. Seus olhos castanhos brilhantes,... na verdade não sei, devo explicar que não me lembro mais, mas de qualquer forma sei que brilham; mas não imaginem que ele chore de verdade, não, ele chora mesmo no coração, no pequeno coração ao lado da lágrima pintada de preto. E ele é um palhaço romântico, me oferece uma flor, mas nunca me fala nada gentil; digo verdade quando digo que ele nem fala mais comigo.
Não sou louca, até gosto de beber, água, suco... "garçom, por favor, vodka com gelo e limão... Não, na verdade não agora, preciso terminar de escrever." Uma bailarina nunca pode perder a música, os passos, a perfeição. Mas eu me achei quando me perdi dentro de um palhaço. Como diz a canção: "eu não sabia buscar, foi quando apareceu, o que eu quis inventar, pra preencher o meu mundo particular... No peito que era seu...". Sinto saudades das flores do palhaço e do jardim que ele me deu,... só não me lembro mais a cor dos olhos dele, e quase me sinto desesperada de saber que nunca mais vou vê- lo como eu já vi. O amor é mesmo ingrato, é um bêbado bohêmio sem dono. Me fez entregar o coração a um palhaço. Bem que me avisaram: "garota, se você não sabe, o circo sempre vai embora... Eles sempre dobram as lonas e viajam pra longe...". Longe dos olhos; e do coração, não?
Triste é gostar de quem não gosta de você, e muito triste é gostar tanto de si e não gostar de mais ninguém, e triste mais que tudo é estar triste pelos dois motivos. E sabe, essa é aquela hora que eu penso em ir pra casa, sacolas de compras mas mãos, fui no mercado, comprei morangos, estou andando com os fones no ouvido ouvindo Lady Antebellun e Maroom 5, e não sei por que, mas não quero ver ninguém, abaixo os olhos, olho pros meus pés, e percebo que é apenas um sentimento, mal posso crer que acabou, e as flores ficaram no banco de trás do carro. Tudo que temos é um boa noite, um obrigada, um palhaço entre lágrimas e uma bailarina confusa. A saudade vem, quando eu acordo, quando eu durmo, quando eu fico sem ar, quando eu fecho os olhos e não posso e nem consigo te encontrar. Não tenho uma música com ninguém, mas sinto falta de ouvir música com você, sinto falta do seu maldito perfume que parece entranhado na minha pele, e droga, gosto de você. Você nunca sabe quando tem algo realmente bom, nem sabe se merecia perder, mas a vida é assim... Um picadeiro... Uma hora é a vez do palhaço, outra hora é a vez da bailarina. No fim do último ato, o palhaço faz palhaçada e a bailarina dança. A moral da história? Ambos só queriam ser amados... Ironicamente, foram pelo orgulho afastados, por dois mundos impossíveis de estarem no mesmo espetáculo. Não vou pra casa, é o que decidi, a bailarina vai dançar... "garçom, vodka com gelo e limão, e uma dose de desamor, por favor..." na mesa ao lado o que eu vejo é engraçado, um homem, ele tem a marca de uma lágrima ao lado de um coração... o outro garçom anota o pedido dele enquanto ele diz: " E... Me traz um guardanapo, por favor...". A música no salão é suave, eu apenas sorrio tentando ver no escuro do bar, a cor brilhante do seu olhar..

A Rainha e o Fantasma

Ela usava coroa, ele arrastava corrente. os dois eram infelizes, dizia certa vidente.
Ela via vultos, ele só imagens, ela era um sonho e ele era só miragem.
Ambos sorriam do medo e das coisas banais, não tinham paz e sossego e nunca dormiam em paz.
Um dia ela cansada, no outro, ele exausto, resolveram que juntos ganhariam o asfalto.
Essa é a história do Fantasma e da Rainha, que de mãos dadas fizeram da solidão, companhia.
Eles não sabiam viver e muito menos amar, eram poetas no papel, mas na vida não sabiam poetizar.
Com ele, ela encontrou o sorriso e a forma sublime de ser, nunca esqueceu dessa vida, o que a vida não a deixou esquecer.
Com ela, ele esqueceu do frio, do vazio da escuridão, ambos estão concentrados em andar na contra mão.
Não reparem nos versos, eles causam terror, a mulher o homem, juntos fazem amor.
E dessa história o final, não poderemos saber, pois a Rainha e o Fantasma, não vão querer nos dizer.
Jub's