5 de setembro de 2017

A Reclamação


Olha esse mês passado começou com tanto problema, com tanto abacaxi, que eu nem vou contar porque foi uma coisa atrás da outra. Mas eu reclamei? Não senhora, não senhor! Eu peguei os abacaxis e fiz suco meus amigos, porque reclamar não leva a lugar algum, reclamar não ia resolver meus abacaxis, reclamar só ia me trazer mais perturbação, então eu me calei e aguardei tudo se resolver com calma, e botei a mão na massa né mores! E é verdade que eu posso ter ficado irada com um problema ou dois, mas ficar irado e reclamar são coisas distintas, distantes. Eu peguei mesmo os abacaxis, juntei com hortelã e fiz suco. É assim que se faz com os probleminhas da vida, a gente não reclama, a gente resolve. 




4 de setembro de 2017

Comecemos a segunda-feira com esta reflexão



Podemos acreditar que tudo que a vida nos oferecerá no futuro é repetir o que fizemos ontem e hoje. Mas, se prestarmos atenção, vamos nos dar conta de que nenhum dia é igual a outro. Cada manhã traz uma benção escondida; uma benção que só serve para esse dia e que não se pode guardar nem desaproveitar.
Se não usamos este milagre hoje, ele vai se perder.
Este milagre está nos detalhes do cotidiano; é preciso viver cada minuto porque ali encontramos a saída de nossas confusões, a alegria de nossos bons momentos, a pista correta para a decisão que tomaremos.
Nunca podemos deixar que cada dia pareça igual ao anterior porque todos os dias são diferentes, porque estamos em constante processo de mudança.

1 de setembro de 2017

31 de agosto de 2017

29 de agosto de 2017

Sobre maturidade



Eu vou fazer 31 anos, isso me lembra, que, é... eu tenho que escolher finalmente uma cortina pro banheiro, porque eu sempre fico em dúvida e nunca escolho a melhor cortina. O que? Achou que eu ia dizer que estou ficando velha? Que isso! Estou na flor da idade, estou no auge da juventude, estou na curva, quase chegando na ponta da montanha russa antes dela começar a descer! Mas eu quero falar sobre a maturidade, porque agora, eu não sou mais uma menina (exceto para meu pai), e por conseguinte, fica feio agir como uma menina. Mas pra falar de maturidade, primeiro eu preciso falar sobre as atitudes imaturas de pessoas que deveriam (porque são adultas), serem maduras.

 O significado de Maduro pra você: Espírito maduro, ponderado, refletido, prudente.

Eu gosto de colocar o significado, porque as pessoas andam esquecendo o que algumas palavras significam. Pois bem. Atitudes imaturas:



1- Drama- muito drama, a pessoa é uma dramaQueen.

2- Birra e melodrama- se alguém cutuca a onça com a vara curta, a oncinha faz bico, fica de mal. Não aguenta ouvir a verdade, fica ferida com facilidade, perdoar? Muito difícil essa pessoa perdoar alguém porque ela precisa dramatizar a dor, ela precisa fazer a birra e precisa de platéia pro seu choro.

3- Precisa ser o centro das atenções- pra isso, a pessoa pode até usar de mentiras e fantasias. A pessoa é sempre showman ou showgirl, a pessoa fica de bico, faz drama, fica de mal, se ela não for o assunto da roda de pessoas ou do momento.

4- Atitudes impensadas- Sim, é tudo por impulso e mesmo que essa pessoa tente fazer algo que exija pensamento e planejamento, ela não consegue, é algo extremamente difícil pra essa pessoa, pois embora  ela possua a ferramenta, ela não sabe usar, sabe, a ferramenta da reflexão.

5- Gastar todo seu dinheiro com futilidade- conhece alguém que deixa de pagar o aluguel pra comprar roupa?

6- Desconhecimento de si próprio- essa talvez seja a centralidade da pessoa madura, se conhecer e ter domínio próprio, a pessoa imatura não usa dessa ferramenta pelo fato dela estar sempre interpretando algo que ela não é.

7- Instabilidade emocional- a pessoa imatura é uma montanha russa, ela não sabe escolher como lidar com uma situação, então ela vai no "vai da valsa", quando ela fica triste, beira a depressão, quando fica feliz, fica histérica! Quando se apaixona, "estou amando", as emoções são uma verdadeira bagunça.

8- Pouca ou nenhuma responsabilidade- conhece alguém que nem a cama arruma? Que sabe que tem que pagar um dívida, mas mesmo assim gasta o dinheiro com uma blusinha Lacoste?

9- Pouca ou nenhuma percepção da realidade- a pessoa imatura, vive numa nuvem e usa um óculos cor de rosa que a faz olhar para a vida, como se ela fosse um filme de Hollywood.

10-Ausência de um projeto de vida- a pessoa até tenta, mas geralmente as pessoas imaturas ou tem ausência de foco, ou pouca ou nenhuma percepção da realidade, e isso dificulta a pessoa traçar um projeto de vida que seja real e palpável.

11-Falta de maturidade afetiva- relacionamento? Esquece. A pessoa imatura não consegue manter um relacionamento sadio, ou ela estraga tudo, ou ela deixa que estraguem tudo.

12-Insatisfação crônica- A pessoa imatura não se contenta com nada, pelo simples motivo de que ela raramente trabalha pra ter o que tem. 

13-Mimado- Vai sempre depender de alguém, ou financeiramente, emocionalmente, sempre depende que alguém puxe ou empurre.

Agora, o que é ser maduro? Vamos pegar toda a lista e colocar ao contrário. 

A pessoa madura faz drama? Ela faz joguinhos? Não. A pessoa que é madura sabe lidar com seus sentimentos, ela conhece a si mesma e domina a si mesma, o que possibilita a ela tomar decisões concisas, ser responsável por ela mesma e até mesmo por outros, possibilita que ela faça planos pois ela tem controle em suas finanças, ela é satisfeita com o que possui, e está sempre renovando suas conquistas, a pessoa madura, não depende de ninguém porque ela compartilha responsabilidades com alguém, o que é diferente de ser mimado, a pessoa madura não precisa transformar a vida dela em um show, onde a fantasia rege tudo, porque a pessoa madura consegue ver a realidade. Os relacionamentos de uma pessoa madura tendem a ser duradouros, e quando ela se fere, ela não precisa fazer drama, não precisa ser o centro das atenções, ela só precisa de um tempo, pois sabe que o desconforto passa com o tempo. A pessoa madura raramente fará algo impensado, ela planeja, ela reflete, porque ela quer extrair o melhor de cada situação. 

E então? Vamos amadurecer? Vamos crescer? 

A vida é muito melhor aproveitada, quando ela é uma vida de verdades. 







28 de agosto de 2017

Crônicas em Série - Aço Líquido



Esse texto é antigo, mas é um dos meus preferidos.


"Meu coração não cabe dentro do peito. É como aço líquido numa caldeira prestes a entornar; revolve minhas tempestades pelos olhos, elas entornam sem pudor. Me agonio e tremo pelo pesar de não ser amor. Meu coração não cabe no peito, é um grito que cabe dentro dele, um sussurro, um vento, o frio solitário. Fecho os olhos, a imagem. Abro os olhos, é só miragem. [Ainda sinto o perfume dele]. Não sei, mas acho que já me esqueci como é o rosto por trás da fumaça, as vezes acho que foi amor, vasculho dentro de mim, nada. Mas dos meus olhos descem cachoeiras, mares, chuvas, lágrimas que eu mal posso controlar. Minha vida não cabe dentro de mim, estou estática, olhando o vazio que você deixou no meu lado de dentro. Levo minha alma vazia pra tomar banho, beber vinho, comer no italiano de sempre. Entro no restaurante muito pequeno, estou feito turista de havainas, vestido e batom vermelho, o cabelo está solto, descedo pelos ombros. Quero estar sozinha mais um momento. O homem com sotaque do sul me pergunta o que eu quero. Quero responder que quero meu coração transbordando, mas acabo pedindo massa e bife à parmegiana com o vinho da casa. A mulher do balcão enxuga um prato lentamente e olha para o pequeno lustre enquanto eu observo cada fotografia antiga da parede, cada quadro, cada grarrafa de azeite. A luz é fraca, aconchegante, e não está um dia frio. Meu coração no entanto, se arrepia, geme. O aço líquido se choca com as minhas vontades e me desespero sabendo que do outro lado da mesa não há ninguém. Percebo o quanto queria alguém. Alguém que não mentisse todas as mentiras, que não beijasse todos os beijos, alguém que não fosse frustrante. Desejei ali uma vida pacata sem os compromissos, agenda cheia, sem teu perfume que era horrível. O vinho chegou, o homem ao lado fala espanhol, está falando de Santiago de Compostela, e percebo que tenho a mania irritante de conversar com todo mundo como se fossem meus velhos e caros amigos de sempre. Isso não é muito decente, por que percebo que eu e você nos tornamos estranhos dentro do mesmo mundo. O homem do restaurante coloca meu prato e o espanhol decide permanecer em silêncio. Olho para o nada novamente na ilusão ingrata de te imaginar. Sinto uma mão no meu ombro: "él no merece la pena, un hombre debe hacer una mujer feliz, teniendo en cuenta que ella es hermosa." Não, eu não disse nada, não contei que meu coração descia as escadas do rancor. O espanhol pagou a conta e se foi para Santiago novamente, talvez ele reze por mim um dia. Eu fiquei sentada na mesa, a mulher que enxugava o prato agora olha pra mim como se me entendesse, era tudo que eu precisava numa noite como essa...

Sinto todo aço entornar pelos olhos, meu coração finalmente transbordou."

[Deus! Condenado eu fui A forjar o amor No aço do rancor E a transpor as leis Mesquinhas dos mortais...]"

O texto é levemente inspirado na música Fênix do Jorge Versilo.