Eu sinto ele batendo dentro do meu coração. É como uma força que me movimenta, me atrai e me desmonta. Eu fecho os meus olhos e tudo o que eu vejo e sinto é sobre ele. "Deitados no parque, o sol nos meus olhos, ele tirando o boné pra me proteger."
"De mãos dadas ele me beijando com força dizendo estar com saudades."
As boas lembranças saem de mim como lágrimas. Ele não está mais aqui. Não vou mais sentir o perfume dele no domingo de tarde quando eu for a igreja. Eu gostava de encostar minha cabeça no ombro dele e inalar o máximo de perfume que eu pudesse. Guardava o toque dele na minha pele. Mas não sabia o que era essa saudade. Uma saudade que as vezes me faz pensar que estou louca. Quando o vento passa e joga no ar, aquele perfume, eu sinto realmente a loucura chegando, rasgando minha sanidade em mil pedaços. Eu escrevia eu te amo na palma da mão dele, escrevi meu nome uma sem conta de vezes, uma escrita invisível, marcada como o fogo do amor que não se pode ver. "Você acha que eu não sei o que você escreve?" ele disse uma vez... Levantei os olhos, vi os dele brilhando... Ele me deu um beijo: "eu também te amo". Mas eu não sabia o que era morrer. Eu só entendia o que era o amor, por que o amor dormia bem do meu lado. Eu só entendia o que era amor, até que a morte nos separou. Hoje tem um lado da cama vazio. Um lado do armário vazio. Um lado de mim incompleto. A música que toca não pode mais ser dançada. Alguém levou embora o meu melhor pedaço. Mas ele acreditou no amor, afinal, alguém precisava acreditar no amor. Então na nossa última noite, ele deixou uma semente, pra provar que a morte jamais venceu o amor; e apesar da loucura da saudade e do silêncio do vazio. Eu tenho nos meus braços a coisa mais preciosa que a fé dele no amor no deu. Um filho... Um filho que tem a cor exata dos olhos castanhos brilhantes...
A morte pode levar os nossos sentimentos mais nobres, mais nunca pode tirar o amor. Por que o amor é a força mais poderosa do mundo. E eu acredito no amor...
E quando meu filho crescer... Eu vou ensinar a ele, que assim como o pai dele... Alguém precisa acreditar no amor.
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