2 de janeiro de 2017

(Não faça Nenhuma) promessa para o ano de 2017





Eu fiz uma promessa a mim mesma na virada, de escrever pelo menos uma vez por dia no meu blog, abandonado. Essa é a promessa que me fiz. Então, deixe o seu comentário, sobre promessas que nunca cumpriu e acompanha o blog, indica pras suas amigas, amigos, colegas, pra sua mãe, e deixa uma sugestão de tema, pra eu escrever, você comentar, sua amiga curtir, seu primo compartilhar! Então sem mais delongas, lá vai, do canto mais fundo do meu coração. Uma rima pra que 2017, seja muito bom.


Coloca a piscina no meio da sala
E grita com o mala.
Não deixe seu dinheiro escorrer
E vamos praticar esportes, que fz bem pra viver.
Não deixe estar rima te enganar.
Eu nunca soube rimar. (rsrsrsr)

Texto de hoje: Não faça nenhuma promessa para o ano de 2017

Eu fazia listas, com 10 itens, alguns pertinentes, outros angustiantes. Dentre eles, todo ano eu colocava: "5- tirar a carteira de motorista", não sei nem andar de bicicleta. Não tirei a carteira de motorista. Já faz 5 anos que eu me prometo isso e não faço. Outro item era o famoso: "3- Vou emagrecer 5Kg", e ganhei 10kg. Eu alcancei a meta ao contrário e quando alcancei a meta ao contrário, eu dobrei a meta. Mas tem uma meta especial que eu sempre colocava em destaque que era: "2- DEIXAR DE SER TROUXA", as vezes eu gosto de fingir que pelo menos essa meta eu cumpri. Pra me sentir menos trouxa quando me fazem de trouxa e mandar aquela frase típica: "me fez de trouxa nada, eu que dei corda pra ver onde ia a situação", todo mundo usa essa desculpa. Hoje em dia, mais realista, eu faço listas mais adultas, mais dentro do mundo real, que é, emagrecer 15Kg, (kkkkk), gastar menos com coisas supérfluas, (a não ser que sejam necessárias), comprar um ar- condicionado, por que esse calor ta f09@ pra 5@$alh*, e escrever no blog. Eu sempre penso que a grande aposta do ano, nunca são as promessas feitas, mas o nosso empenho em cumprí-las. Então é isso! Amanhã eu volto com outro assunto pouco relevante.

Bju,
Juliane.

1 de janeiro de 2017

Sobre o Natal e o Ano Novo



A ceia de natal, é sempre diferente da ceia de ano novo, e o nome é ceia, porque é servido após um horário que seria considerado o horário do jantar. Quando eu era pequena, eu me importava muito com o natal, porque eu ia ganhar presentes, naturalmente, porque eu estaria junto de toda a família, naturalmente, porém, especialmente, porque até os 24 anos, era o único dia em que eu podia dormir após a meia noite, seguido do ano novo. fica a seu cargo imaginar o restante. E eu sempre achei que o natal deveria ser de casa cheia, até que eu fiz a minha primeira ceia, na minha casa, pros meus pais, meu irmão e minha avó, e me lembro da dor nas pernas e nas costas, e não era de brincar de pique! Mas foi recompensador, ver no olhar de cada um, a admissão de que eu fiz algo que estava delicioso! Já sobre o ano novo, quando eu era criança, as vezes ia pra igreja com meus pais, mas confesso que todas as vezes, meu coração prestou mais atenção nos fogos, do que nas orações feitas. É claro que eu desejava coisas boas pra minha família, pros meus amigos, afinal estavamos juntos ali, e no final das contas, entre uma conversa e outra, eu acabava me esqueceno dos fogos. Depois de adulta, um belo dia, vim realizar meu sonho de ver os fogos na praia de Copacabana, com o homem que me pediu em casamento logo em seguida, depois comemos pizza! E esse ano, eu tirei as minhas conclusões fatídicas de quem pensa demais. Mesmo longe de alguns parentes ainda foi natal e ano novo, mas sempre dá aquela melancolia de que a gente podia fazer mais do que ligar ou passar uma mensagem. Mesmo assim, o amor e os desejos enviados, sempre chegam, porque é nessas horas que a gente descobre quem mora no nosso coração de verdade. 

17 de dezembro de 2016

Aquilo que eu digo sem dizer.


As vezes o último que sai, apaga a luz. E eu fico no completo escuro, tateando as paredes, derrubando coisas preciosas pelo chão. As vezes uns vidros caros, cujos cacos cortam meus pés. As vezes encontro a minha cama e me deito nela por 2mil anos, e apenas durmo, sonhando com a vida normal. As vezes o último que sai, deixa a luz acesa, já não é preciso tatear. Então eu me encontro com o espelho. E o que eu vejo me assusta, me apavora, “apaguem a luz”, eu murmuro enquanto procuro na minha face, aquilo que eu já fui um dia. Vejo meu sangue escorrer, dos pés feridos pela caminhada, quero chorar. Então me derramo em águas claras, cristalinas. Não sei pra onde vai essa água. Só sei que tem um moinho que a leva do meio da sala, pro resto do mundo.

4 de setembro de 2016

Se você escolher ler esse texto, é bom que tenha estômago.

Tendo em vista tudo que eu venho passando já há 1 ano e seis meses, sobre o câncer, eu acredito ter visto, e sentido, mais coisas que muitas pessoas que aderem campanhas de prevenção ao câncer na internet e outras mídias. E assim sendo, a última moda das fotos preto e branco, me deixou muito aborrecida, mesmo sendo prevenção, porque não foi feita de maneira clara, postar uma foto com uma legenda irrelevante, não é campanha, postar uma foto, não é campanha, não contra o câncer, e eu vou me explicar, porque tudo sobre câncer, quando você fala em diagnóstico, precisa ser claro. Eu fiquei me perguntando todos esses dias, se as pessoas que aderiram essa campanha, fizeram algum exame periódico em algum hospital/clínica, ou auto exames que são preventivos desde que que você não ache um nódulo. Porque o certo, o correto, é fazer exames hospitalares periodicamente. Eu não posso dizer que tenho câncer, porque achei um nódulo palpável em alguma parte do corpo. Existe um processo inteiro que envolve consultas médicas, exames de sangue e biópsias, que vão dizer se um nódulo é um câncer ou não. Quando eu procurei assistência médica, porque tinha nódulos no meu pescoço, eu passei por três médicos diferentes, até chegarem a conclusão de que eu precisava de uma quarta médica, que era uma hematologista, com ela, antes da biópsia, foram dois meses de consulta semanal. E sabem, meu estado clínico era visivelmente crítico. Existe um protocolo sobre o câncer, que diz que o paciente suspeito da doença, deve ser diagnosticado e entrar em tratamento em até 60 dias. E eu posso dizer pra vocês, sem sombra de erro, que isso existe para quem tem dinheiro. Meu diagnóstico demorou 4 meses, e eu depois desses 4 meses, foram mais 2 meses pra iniciar a quimioterapia. Hoje, a espera por uma biópsia, pode demorar até seis meses, dependendo do nível de importância que o médico der para o tratamento, o mesmo vale para cirurgias de remoção de tumores com metástases. Eu não estou vagando sobre estatísticas, isso é o que eu presencio todos os dias no hospital. A cidade de Petrópolis, não tem um centro oncológico que trata todas as doenças do câncer. Quando eu finalmente recebi o meu diagnóstico de linfoma pelo hospital Alcides Carneiro, que aliás devo ressaltar, não teria me atendido com urgência se não fosse a intervenção de um vereador, sem a intervenção dele, minha consulta inicial teria demorado quatro meses, enfim, quando recebi meu diagnóstico inicial, fui encaminhada ao CTO, debilitada, esperei por 6h até que fosse atendida por uma médica num encaixe. Dentro da sala dela, ela muito rude, me disse a verdade nua e crua: "Se você optar por se tratar em Petrópolis, eu posso te passar quimioterapia, porém, aqui eu não tenho PETSCAN, e não tenho como fazer o exame Histopatológico da sua bioópsia pra te dizer qual é o seu tipo de linfoma, eu posso até te passar uma quimioterapia, porém, sem saber se é a medicação certa, se eu fosse você, ia pro INCA, no Rio, se você ficar em Petrópolis, você vai morrer". Pra quem não sabe, o PETSCAN, é uma tomografia especializada, que usa o flúor como contraste, e esse exame vai além da tomografia, o PETSCAN capta a atividade do câncer, dentro de um tumor. E Petrópolis não tem. E eu me pergunto, como se tratam os doentes de câncer em Petrópolis? COM FOTOS PRETO E BRANCO, NUM MURAL DO FACEBOOK? Petrópolis tem 400 mil habitantes, digamos que 150 mil sejam mulheres, como essas mulheres se viram com apenas 1 mamógrafo gratuito? Quem pode pagar por uma mamografia semestral ou anual? Não vamos ser hipócritas. Escrevi tudo isso pra corroborar a minha luta, de que palavras, NÃO PRESTAM PRA NADA, NA REALIDADE DE QUEM TEM CÂNCER, E NA REALIDADE DE QUEM CUIDA DA PRÓPRIA SAÚDE. O que adianta uma campanha pra conscientização da prevenção, se não existem meios preventivos efetivos? Ou se quer meios rápidos e eficazes de diagnóstico? E ainda caímos em outro paralelo, não adianta você ler sobre uma luta, uma simples leitura, não te torna alguém experiente. E ainda outro extremo, ninguém iria pinta o rosto com tinta preta pra conscientizar a sociedade, de o negro precisa ser respeitado, até os gays fazem passeatas pra terem seus direitos respeitados, as feministas também se representam e muito bem, e todas essas pessoas não admitem que outras vocês pouco efetivas, manchem as suas causas. Então eu me pergunto: PORQUE EU FUI TACAHADA DE "CAUSADORA DE CASO", "FAZEDORA DE MIMIMI, QUANDO CHEGOU A MINHA VEZ DE REPRESENTAR A MINHA CAUSA, E DIZER QUE ACHEI UM ABSURDO UMA VOZ SEM NEXO, QUE FOI ESTA CAMPANHA DA FOTO PRETO E BRANCO, DIZENDO PRAS PESSOAS SOBRE UMA LUTA, DE FORMA ERRADA. Depois que eu e o meu noivo nos expressamos, li algumas postagens de pessoas que de doeram dizendo: "o mural é meu e eu posto o que eu quiser". Sim, o mural é seu, você posta o que quiser, MAS A LUTA É MINHA E EU DEFENDO A MINHA CAUSA COM UNHAS E DENTES. E a minha luta não é na internet, tentando mostrar que eu sou uma boa pessoa, postando foto de causa que eu não conheço, a minha luta diária, é por mim e por milhares de pessoas com câncer, que são abandonadas de todas as formas. A voz da nossa causa ainda não é forte como a voz do movimento negro, feminista ou gay, mas ela vai ficar forte, no que depender de mim, que sempre lutei pra tudo na minha vida, por tudo que eu estou passando, minha história não vai ser a história de uma guerreira de venceu o câncer, minha história é a história de alguém que dá voz a quem não tem.

10 de dezembro de 2015

Liberdade

Vai ter textão, sim. E se você não gosta de ler, não leia, você é livre. E outra, se você não gostar, melhor pra mim, por que se você achar isso aqui uma porcaria, eu não tenho que ficar preocupada em corresponder a expectativa da falsa perfeição de que meus textos precisem ser perfeitos. Porque eu também sou livre e a maldita perfeição não existe. Então eu vou falar sobre liberdade. Você se acha livre? É uma mentira. Você é um(a) escravo (a).
"-Nossa, Juliane, que palavra forte, vou parar de ler seu texto."
"-Vai lá, covarde. Tchau e bença."
Você é um escravo (a) de você mesmo (a). Eu poderia dizer também, que você é escravo (a) da sua família, se você tiver um pai machista que goste de dizer:
"-Meu teto, minhas regras".
Ou se você tiver uma mãe louca que te oprime com gritos e goste de dizer:
"- Você não presta, nunca vai prestar".
Isso é escravidão. Você não é livre só porque chega tarde em casa, ou adere a nova filosofia do:
"-Meu corpo, minhas regras".
Você é um escravo (a). Escravo (a) de todos os papéis que a sociedade impõe pra você. E a escravidão vem de dentro de você, ela grita com você de noite antes de você dormir, dizendo:
"-Você não pode dormir tarde".
Ela urra nos seus ouvidos quando debocha do seu corpo que não é magro o suficiente, não é forte o suficiente, não é definido o suficiente, não é ágil o suficiente, simplesmente por não ser o suficiente.
A escravidão está em seu coração, e ela acorrenta suas emoções debochando de você por tantos fracassos, ela debocha da sua solidão, da suas bondades, debocha de qualquer sentimento que surja e que possa ir de encontro a outro coração. Você vive uma escravidão. E nessa escravidão, é proibido amar, se apaixonar, se afeiçoar e é proibido sorrir.
A escravidão ensinou você a se esconder toda vez que alguém te pressiona, ou todas as vezes que você precisa tomar uma decisão importante, a escravidão tirou de você toda a espontaneidade. Quantas pessoas você não poderia ter conhecido, abraçado, dito "oi" na rua? Mas a escravidão te ensinou a ignorar tudo, tudo passa despercebido por você, como uma nuvem de poeira.
A escravidão está no governo, nos hospitais, dentro das lojas que vendem caras vestimentas de seda, está nas ruas onde um mata o outro sem compaixão, está na criança faminta, e na abastada, está no aluno e no professor, está nas religiões que infringem a nós que Deus é assim, Deus é assado, quando nem ele se definiu como mais do que: "EU SOU".
E a escravidão está no dinheiro, que te limita a um salário, que sendo muito ou pouco, te prende às coisas que ele compra, ou no pior das hipóteses, te prende a tudo que ele não pode comprar.
Somos escravos da moda, da cultura, da linguagem. Tudo que fazemos ou sonhamos, está preso a uma corrente chamada escravidão, e nós a arrastamos atrás de nós, com um sorriso ostentador:
"-Vejam no YouTube, o meu tutorial sobre a minha corrente de escravo, leia meu texto no blog, curta no Facebook, no Instagram, no Twitter, no Pinterest, e não esqueça de marcar seus amigos! Vamos COMPARTILHAR A CORRENTE."
O mundo te engana com propagandas bonitas sobre um carro, ou uma viagem ao Chile, e na propaganda, a liberdade é ressaltada, com a sugestão singela por trás, de:
"-Compre um carro, isso vai te dar uma sensação de liberdade."
Ou,
"-Venha pro Chile, aqui a liberdade vai tocar suas asas como uma ventania".
Isso é uma escravidão. E você se pergunta:
"-Quem neste mundo, é livre?"
E eu diria que todos somos livres, mas que escolhemos nossa escravidão. Por que é mais fácil. É muito mais cômodo. Hoje, nossa sociedade não tem mais heróis, não tem mais revolucionários, ativistas sinceros. Todos são escravos, da mídia, da comunicação, da globalização. Nós somos o novo Egito, um Egito cheio de escravos, construindo palácios que se quer serão habitados por nós. E pra que esqueçamos que somos escravos, não raras as vezes, a sociedade admite nossas opiniões sobre tudo, sem contudo fazer caso delas.
O mundo irá para onde tem que ir, e nós, como escravos, lhe mostraremos a direção. O dia em que a escravidão irá acabar? O dia em que a verdade virá a luz, o dia em que desligarmos nossas TVs e tirarmos do poder, todos os que são corruptos, o dia em que nós mesmos pararmos de nos corromper. Esse será um bom dia para liberdade. O dia em que a vida será mais importante do que o dinheiro, e o governado for mais importante do que o governo, o dia em que a mãe amar o filhos e lhes der carinho, ao invés de presentes, o dia em que o pai verá o mal que faz sua tirania, o dia em que o abandono dos idosos se tornará uma afronta a história e ao legado de uma família inteira, o dia em que os mortos não precisarão ser honrados em seus caixões, por que foram honrados em vida, a liberdade virá, quando eu e você, sujarmos nossas mãos com terra, plantando algo bom pro futuro.
E por fim, se você não gostou, seja livre, retire-se. Eu não lhe devo nada.

22 de novembro de 2015

Cântico de serenidade

Eu faço listas. E na minha lista mental com post-it's mentais cor de abóbora, eu escrevi: "Evite falar de problemas", numa clara tentativa de ser positiva, otimista e grata por tudo. Mas de repente essa premissa foi ficando complexa. E o "evite falar de problemas", tornou-se em uma clara irritação. Ao invés de me tornar serena, me tornou numa fogueira. Sem dúvida, eu claramente comecei a queimar por dentro. É que falar de problemas, é um hábito. Um hábito que aprendemos com as nossas mães, que aprenderam com as nossas avós, que aprenderam com as nossas bisavós, que aprenderam com as nossas tataravós, que aprenderam com suas primeiras ancestrais australopitecas (seja lá, o que isso quer dizer!). E quando de repente resolvemos mudar os hábitos e entoar outro mantra, parece que tudo ao redor é um problema, "gigantenorme", e parece que todos ao redor são um problema, e você tem um problema, e você é um problema. Então, antes de se habituar com o mantra da serenidade, você entra em plena combustão e contradição. Vou exemplificar, existe um cântico chamado Gurugita, esse cântico é usado em manhãs de meditação na Índia, é um cântico longo, de 182 versos, escrito em sânscrito, que leva uma hora e meia pra ser cantado por inteiro, e ele deve ser entoado no raiar do dia, em jejum, logo após ás (mais) uma hora e meia de meditação usual. Não vou explicar aqui, o que diz o canto, mas explicitar, que para mim, exercitar a serenidade é tão difícil quanto ter que executar uma tarefa parecida, pela manhã, sem café. Eu fico me sentindo enraivecida, irritadiça, invadida, (e outros adjetivos menos usáveis). E nas últimas semanas, foi o que a perspectiva dos problemas fez comigo. Me mutilou pelo fogo, me consumiu. Me vi paralisada fazendo uma prece única: "Deus, me ajuda, me ajuda, me ajuda". É assim que acontece quando tudo ao redor parece desabar, desmoronar, escorrer pelos dedos, ou quando por qualquer motivo você se olha no espelho e sente que está de fato mutilado(a). E eu, lembrem-se, estava claramente, tentando "evitar falar de problemas". Mas ao invés de entoar o mantra: "eu creio que tudo saíra bem", eu me peguei, diversas vezes fugindo disso, raivosamente, ferozmente, ardilosamente. Por diversas vezes, permiti minha mente vagar no mar da problemática. Mas a constante tentativa de "evitar falar de problemas", veio tomando outra proporção. Na medida em que eu evitava falar e acabava falando do problema, eu comecei a me sentir infantil, como uma criança reclamando do doce que acabou, e por consequência, ainda falando sobre os problemas, eu comecei a me constranger, e ainda pior, ainda mantendo o pensamento firme em "evitar falar de problemas", mas ainda sim falando, eu comecei a perceber que os problemas não tinham àquela dimensão de antes, eles pareceram menores, e por conseguinte, tão insignificantes que eu não mais precisaria falar deles, ou me incomodar com eles, eles começaram a ter uma importância diminuta. Isso facilita tanto a vida. Me dei conta que os problemas domésticos são os mesmos e ainda irão me incomodar, mas eu posso recorrer à serenidade da alma pra lidar com eles, e saber que mesmo com razão, posso me dar até ao luxo de perdê-la, por hoje vejo algumas coisas com outros olhos, posso virar páginas, escrever outras histórias, escrever novos livros, ou até mesmo livros que eu havia esquecido (entenda-se "livros", por vida). Esse mantra da serenidade que estava me incendiando inteira, (uma luta de anos), virou uma chama constante e vibrante, espalhando luz sobre o meu corpo, tornando o exército de refletir, mais claro, maduro, conciso. Não alcancei a perfeição, porque os problemas são reais, alguns bem palpáveis, mas sinto o velho medo indo embora. Sinto as mentiras caindo em contradição, se desfazendo, sinto minhas verdades brotando vagarosamente, a cada problema discutido em que começo a enxergar o meu real tamanho diante deles. E durante anos eu convivi com a frase: "Nenhum problema é grande demais pra você", antes eu não sabia ao certo como me comportar diante disso, hoje, eu me vejo entoando o cântico da serenidade, que nada mais é, do que um diálogo interno, onde falo comigo e falo de mim para o meu criador. E quando você aprende este cântico, por mais que ele o queime e machuque no início, quando você o aprende e se habitua, sua alma faz reverência ao problema ao invés de se curvar rendida. Uma reverência a um adversário digno de ser enfrentado, e não subestimado, mas derrotado. Por mais que você precise conversar sobre um problema, e não se furte disso, não deixe ele te consumir até você se curvar, mantenha o cântico em seu coração, exercite serenidade, e se você tropeçar na serenidade e cair no medo, no desespero, na desesperança, etc, (por que são coisas demais pra serem citadas), se isso tudo te fizer fumegar, comece o cântico de novo, e de novo, e de novo, e repita, repita, diga p você, se acostume a vencer. Não importa o quanto você repita, eu uso a premissa do Gurugita pra exemplificar: "se você puder cantar esse cântico por 7 vezes", você nunca mais precisará cantá-lo, por que ele habitará em você e você será uma canção viva. Mas é necessário buscar, explorar, insistir, porque é na constância que mora a conquista. Eu apenas iniciei a jornada, ainda existem problemas a calar, e serenidades a explorar, e hoje, domingo, eu acredito que posso fazer isso, e o cântico pra achar a serenidade funciona especialmente quando você oferta ele pra alguém, além de você, além de Deus, se é que você me entende! ( por que também, não vou te dar de mão beijada o conhecimento, né? Assim você não vai procurar a jornada, não vai explorar! E sem a emoção da busca a jornada não tem a graça proposta!).

19 de novembro de 2015

O Melhor da festa

Você consegue ver a mulher exuberante de vestido vermelho no topo da escada? Eu consigo. Ela tem um olhar carregado de esperança. Essa noite é dela. Os cabelos dela estão soltos com leves ondas, e esvoaçam com a brisa que vem do lado de fora. Sua maquiagem revela uma beleza natural, não é forçada ou com muitos retoques. Difícil saber o que ela pensa ali no alto, mas parece que ela espera, que nesta noite, o homem dos seus sonhos cruze o salão e espere por ela na descida da escada, com a mão estendida e um olhar certeiro. Você reconhece a mulher agora? O perfume dela é suave e ela traz um meio riso de contentamento por poder desfrutar a noite. A música que toma conta do salão é suave, e ela, por uma fração de segundos, sente um leve arrepio de antecipação. Essa mulher é você, e sou eu, quando sonhamos com a dança perfeita, a noite perfeita, a vida dos sonhos. E que mal existe em acalentar certos sonhos? Eu sempre defendi que todos mereciam um conto de fadas. Até que tive o meu, e não gostei de ser tratada como pó de pirlim pimpim. Acho que todas temos uma história mais ou menos assim. Histórias em que contamos pras amigas o quanto somos sortudas. Quando no fim das contas, nossos corações já até começaram a antever o desastre. E nos pergunto de novo: Quem nunca teve um desastre? É por isso que hoje, eu defendo a realidade. No fim da noite, não importa se não me chamarem pra dançar. Eu já sei dançar sozinha. E se alguém me chamar pra dançar, não será pra me tirar da solidão, será porque curtiu minha dança. Sem cortes, sem erros, sem fantasias, sem drama. Mas e se ele não aprovar como eu me visto? E se ele não achar minha maquiagem atraente? E se o meu cabelo não for da cor certa? E se ele quiser que eu seja perfeita? É simples. É porque ele não está tão afim de você, bebê. E o mundo acaba? Aaaah Cláudia, senta lá. Com uma população de homens gigantesca, você vai morrer por conta de um? Vamos tentar outra coisa? Vamos tentar seguir em frente? Fazer catarse? Vamos catarsear? Depois de resiliência, a palavra catarse é a minha palavra preferida. O que significa? Purificação. Sabe o que a gente precisa de vez em quando? Nos pagar um jantar! Sim, desmarque com as amigas a baladinha de sábado a noite, onde você se joga nos braços do primeiro idiota da fila do shopp, e vá a um restaurante, e se pague um jantar, porque sim. Pegue seu patins e vá pro rink. Não pegue mais o telefone dos crush, é puro desperdício. Quem te quiser, vai te achar. Quem te quiser mesmo, vai adorar seu cabelo, suas bobagens, seus sonhos, e vai respeitar sua história e suas curvas. No fim das contas, se você não faz diferença pra alguém, não tenha medo de cair fora. Por que o melhor da festa é você, e se alguém não puder identificar isso... De quem é a incapacidade? Ops! Bjuss, Cláudias! Sentem lá! #JulianeIrônica #Voltei

È tutto finito

"Pra quê a pressa? Nós temos todo tempo do mundo." Estive pensando nisso. E quando o mundo tem tempo, mas você não tem? Como faz? Desiste de tudo e espera o final? Talvez agredir a Deus funcione, afinal, ele é o dono do tempo. E isso encerraria a questão por um tempo. Mas então, veríamos o tempo progredindo, nosso relógio em contagem regressiva, e todos os questionamentos voltariam, pesados, rudes e cruéis. Por que o grande problema não é lidar apenas com a finitude da vida. Não. O problema é não saber o que vem depois. Isso derruba qualquer um. Mestres de várias religiões são questionados todos os dias: "Porque Deus deixou meu filho morrer? Porque aquela pessoa teve que morrer tão tragicamente?" Quando na verdade, a grande questão, e a pergunta que nenhum de nós faz, é: "Pra onde a morte levou essas pessoas?" Quem poderia responder com exatidão o que acontece nessa dança macabra? Que mestre poderia ter o poder de revelar esse mistério? Eu procurei alguns, e nenhum soube me dizer. Embora sábios, me ensinaram como obter uma morte digamos, digna, me ensinaram como deixar minha alma pronta, lívida, em contato com o divino. Mas nenhum deles soube me precisar o que acontece quando damos nosso derradeiro suspiro. Seria um sono eterno, até que Deus decidisse me julgar? Será que eu ficaria acordada num jardim, vivendo de cheirar flores, até que alguém me chamasse para uma conversa, onde minha vida passaria num telão e alguém me pediria contas de tudo que eu fiz? Ou a morte simplesmente significa que tudo realmente acabou, e todas as teorias sobre alma, e espírito não seriam aplicáveis ao pós morte, revelando assim a aniquilação de certa existência, seria isso? Não que eu não tenha minha própria crença sobre o pós morte. Mas o grande fato, é que assusta. E pensando nisso, eu me vi completamente solitária. Por que de certa forma, é um tanto complicado morar num corpo perecível e tomar consciência disso. A finitude as vezes é um tema que passa rápido pelos nossos olhos, quando estamos por acaso, de frente pra coluna no jornal que anuncia oficialmente quem de importante faleceu. Então paramos reflexivos, mas não muito, por que a morte não é um bom assunto. E o engraçado, é que ela, a morte, é a coisa mais certa da vida. Dois contrapontos interessantes, porque ao mesmo tempo em que nasce um, morre outro. E todos os dias o universo segue com seu tempo, marcando o tempo de todo ser que respira. Por isso, por esse motivo, é que eu estou tentando me livrar dos meus medos, dos valores e princípios tão rígidos que me colocaram no pódio um dia, estou me livrando das culpas impostas pelos outros, por mim mesma, estou perdoando as falhas, principalmente as minhas, pelas quais sempre me puni rigidamente, e estou perdoando os outros, não que eu tenha muitos outros a perdoar, por que compreendi que por muitos anos, eu fui livre e não vivi como um "ser" livre. E eu ando aprendendo a dizer pro universo aquilo que eu preciso, e fico imaginando quem concordaria comigo. E acabo citando mentalmente, pessoas que nem conheço, mas que sei, de alguma forma, que possuem um coração bom, doador. Loucura, não? Aprendi isso com uma pessoa que se superou. E ando deixando o controle. Pois, se a vontade e o destino já estão traçados, porque controlar o que quer que seja? Eu apenas observo a maré e faço o que tem que ser feito. E confiar no Deus invisível e inominável, não é uma tarefa fácil. Ter fé nele, talvez seja a coisa mais fácil do mundo. Mas relacionar- se com ele, não é. É como a incerteza de pra onde vão as almas no pós morte. Não temos garantia de que vamos ouvir a voz dele. Não temos garantia de que ele fará milagres, de repente são regras demais pra aprendermos sobre como ter essas garantias, e sério, eu admiro quem as tem. Mas, eu sei de uma coisa. Assim como a morte é silenciosa e mobilizadora, assim é o Deus inominável. Silencioso e mobilizador, do tempo, da vida e do fim. E resumindo tudo, fica a minha pergunta: pra quê a pressa?

30 de outubro de 2015

Não sou obrigada

Fiquei motivada com o desabafo de um amigo ontem, sobre ingratidão. E devo dizer que comentei com ele, que ensaiei um texto desaforado com um tema parecido, mas constrangida e me sentindo também, um pouco ingrata, resolvi suprimir. Mas hoje, de repente, fez sentido. Por que dá muita raiva, quando a gente só está tentando sobreviver e vem alguém e rouba nossas idéias, nossos sonhos, nossas aspirações e de forma tão ingrata, ainda se sente no direito de "desfazer" da nossa pessoa, como se fôssemos nós os causadores de problema. Não que seja realmente um problema em si, por que se alguém é inteligente pra roubar uma ideia, significa que não é inteligente pra ter uma. Mas problema eu digo, por que é tão mesquinho, ingrato e imundo, que me enche de pena. E não estou preocupada com a sujeira alheia, mas me preocupo em não me contaminar com ela, em não compactuar, não compartilhar e não perpetuar. Talvez eu esteja evocando um passado bem distante ou recente pra falar sobre isso, e comprando uma briga que nunca terminou. Mas não ligo, sempre me gabei da minha sinceridade. Quem ler leu, quem gostar, gostou, e não vou responder a qualquer mimimi posterior, estou ocupada tendo mais ideias inovadoras, mirabolantes e sensacionais. Não fale comigo inbox, não me chame no whatsapp, não ligue pro meu celular e não se dê, se quer ao trabalho de usar certas cortesias comigo num próximo encontro. Por quê? Porque simplesmente, eu NÃO sou obrigada. Orgulhosa, eu? Imagina. Pra quem bate, aquele que apanha sempre será o orgulhoso. Debochada, sempre. Cansada de ser trouxa, claramente. Cansei, sabe, da aparência de bondade de certas pessoas, cansei de ter por perto gente interesseira, fofoqueira, mal intencionada e mentirosa. Por quê? Sabe por que? Eu tenho mil defeitos, mas me considero uma pessoa decente, capaz de vergonha na cara, capaz de expressar perdão e amor pra quem realmente merece, e nunca me escondi atrás de religiosidade pra me justificar de nada, aliás, eu me considero bastante concisa quando digo que não tenho nada a esconder. Chegou uma hora que eu, como ser humano tentando sobreviver, só quero de fato me relacionar com gente do bem, que entende sobre fidelidade, gratidão, amizade, respeito aos sentimentos alheios, à condição alheia, e eu não sou obrigada a conviver com ninguém que eu entenda que possa ferir a minha escala de valores, e não me furto em me manter longe, apenas pra que eu não pense mal, não fale mal, não faça o mal. Se eu não sou capaz de fazer o bem, mal que eu não vou fazer. Hoje em dia, eu não me sinto mais culpada por apenas ser educada com quem na verdade, merecia um soco dentro da cara, eu me sinto madura e satisfeita. Enfim, reforçando o discurso do meu amigo, repudio falsa bondade, falsa simpatia e toda manifestação de modéstia forçada e repudio acima de tudo a falta de gratidão, mas quer saber, espero de coração que tais pessoas tenham sucesso, porque gente feliz não enche o saco.
E só pra finalizar, vale lembrar que NÃO SOU OBRIGADA.

13 de outubro de 2015

O Rio de Janeiro continua lindo

Estou aqui, sentada no sofá, bebendo água bem gelada no meu recém- adquirido copo da Starbucks, que, aliás, vende café aguado (pausa pra risos), mas que pretendo beber mais vezes. No entanto, deixo claro minha preferência pelo bom e velho café de padaria, contanto que não seja o meu, que alias, permanece com gosto de coisa queimada. Tem certas coisas que não mudam. Me dei, (enquanto escrevo), alias, o prazer de me sentir um pouco Carrie Bradshaw, em Sex And The City, inclusive, me dando ao luxo de ouvir a trilha sonora do filme, com Alicia Keys (New York, “big lights will inspire you”) e Cindy Lauper (que fecha o filme 2 com True Colors, “True colors, are beatiful like a rainbow”). E foi dentro da Starbucks que me dei conta que existem muitas Carries, Samanthas, Charlottes e Mirandas por aí, e as personagens nos representam, assim como toda mulher que um dia já viu ou pôde apreciar um vestidinho Dolce & Gabbana na Vogue, numa vitrine, na TV. E falando nisso, lá na Starbucks estava uma menina com seus livros, seus papéis, e seu Iphone e seu café aguado feat gelado da Starbuks, ela estava estudando e curtindo esse mesmo feeling Carrie, eu estava com o homem dos meus sonhos (demorei a achar, podem suspirar por favor, eu suspiro sempre, por que ele me achou, foi ele que me achou, fiquem sabendo, depois eu achei ele, e depois nos perdemos e depois nos achamos, estamos achados e perdidos um pelo outro), e eu estava ali, rindo como boba, do café dos americanos em Ipanema, e colhendo poucas informações já que o centro das minhas atenções era outro (um barbudo que eu amo). E eu só fui ao Rio (rindo outra vez de como me sinto capial), mas me senti como a Carrie, pela primeira vez em New York. Tanto pra apreciar, tantos cheiros e cores, e todas as pessoas tão estilosas, maquiadas, descontraídas, e a Cidade nunca dorme, tem bares, restaurantes, teatros, centros culturais, carros e ônibus, e tem o metrô, por Deus, eu moraria no metrô, eu acho o metrô muito bacana (pode rir, eu estou debochando de mim mesma), e tem a Farme de Amoedo e o posto 9, e tem o bar da garota de Ipanema, fomos lá e eu me senti muito garota (muito menina). E teve a Elba Ramalho no Shopping Leblon, eu confundi a Elba com ela mesma, por que na TV ela parecia tão alta... ao vivo não, ao vivo dá pra confundir a Elba Ramalho com a Elba Ramalho. Mas falando do Shopping Leblon... deixa eu contar nos dedinhos com unhas cor de rosa que eu tenho nas minhas delicadas mãos, quantas grifes dos sonhos tem neste lugar... Salvatore Ferragamo, Dolce & Gabbana (a vitrine estava de babar com a nova coleção), Burberry, Diesel, Armani, Ermenegildo Zegna, e eu poderia mesmo listar todas, mas esqueci que tem pessoas que estão carecas de frequentar este shopping e vão cair no sono com a minha efusividade (essa palavra existe?). Além do mais, por que falar de tantas marcas se eu posso falar do Manoel Carlos? (Ok, eu falei muito do Manoel Carlos nesse feriado), e das Helenas e de possíveis enredos que eu poderia ajudar o Manoel. Um homem com seu cachorro, encontrando com uma mulher e sua cadelinha, os dois se apaixonam e então, temos ai um enredo Manoel Carlos, na beira da praia, opa, com direito a cena de romance, desta vez minha, molhando os pés na água gelada da praia, com o Dan. O que me lembra das tantas vezes que eu procurei o amor, sem achar. Triste não? Sim. Foi isso que me trouxe esse Sex And The City feelings, onde a Carrie diz que estava cansada de correr atrás do homem que ela amava por toda cidade. No meu caso foi diferente, eu corria atrás do amor, como quem corre atrás do próprio rabo. E quantas de nós não são é um pouco Carrie, romântica, terna, ou como a uma Samantha, independente, sempre atrás da liberdade e da aventura, uma Charlotte, que procura dentro do que já possui uma saída, uma salvação ou uma Miranda, forte, dedicada? O fato é que todas nós devemos encontrar luzes que nos inspirem, amores que nos elevem, aventuras que nos façam sentir vivas, todas nós temos o direito a colorirmos nossas existências. Eu me sinto agraciada no fim do dia, por ter parado de correr atrás do vento, por ter deixado de acreditar em pessoas que não valiam a pena um “coração” (o meu), e isso a gente só aprende quando deixa a menina de lado e descobrimos a mulher, essa que sabe apreciar um vestidinho Dolce & Gabbana na vitrine, mas que sabe apreciar acima de tudo, a si mesma e aquele (aquela) que a ama de verdade. (entendedoras me entenderão). Dois beijos e que Deus nos permita possuir um closet como o da Carrie. Amém.